A saudade feria com uma dor profunda,
Fazendo as lembranças transbordarem do coração
Vertendo-se em lágrimas tristes e solitárias,
Entregando-me ao frio da solidão,
De onde estava podia contemplar seu olhar,
A apenas alguns passos de distância,
Como se meus sonhos se escondessem no brilho do seu
sorriso,
Em cada estrela que enfeitava o luar,
Que aliadas a minha dor encontravam-se opacas no
firmamento,
Como se um véu de nuvens estivesse a encobri-las,
Como um orvalho feito de sonhos quebrados,
Este véu caia sobre meu rosto se conciliando aos meus
soluços,
Não sentia que havia cometido uma falta,
Porém o sentimento de impotência me assaltava,
Era como se houvesse algo inacabado,
Algo fora do lugar que feria meu coração com dor
cortante,
Que machucava a alma com uma desolação angustiante,
Uma lúgubre melancolia oprimia a mente,
Meu semblante se perdia em infelicidade,
Eis que mesmo o poema feito em notas de prata,
Se enrijecia como se feitos por pedras safiras,
Tornando-se ferinos aos meus ouvidos,
Nada comparado ao calor de sua voz,
Senti minha sorte cair em ruínas,
Como se o amor não passasse de uma conquista
Uma trama passageira feito palavras escritas,
Que mesmo as mais profundas,
Se perdem no tempo por se apagar, rasurar ou deteriorar,
Por serem imutáveis acabam por acondicionar o sentimento,
Ao defini-los corre-se o risco de diminuir seu valor,
Por ser impossível determinar a intensidade
do amor,
Até meus sussurros de amor se apresentaram equivocados,
Insuficientes ou mesmo ausentes, tão doce é o amor por si
mesmo,
Como se pudesse ouvir meus pensamentos,
Com um sorriso se aproximou e me envolveu em um abraço,
Envolvendo meu corpo com seu calor feito o mimo de um
amigo,
Senti que não era amor logo que me acariciou o rosto,
Sorri feliz enquanto secava meu pranto,
Como foi bom resolver o meu conflito interno,
Finalmente minha mágoa foi enviada ao passado,
Sobrou entre nós apenas respeito e algo profundo e valioso
O suficiente para nos considerarmos amigos.
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