Naquele dia a saudade estava para vencer,
Nem mesmo as estrelas compensavam a ausência do luar,
Instante insensato que ousava me entristecer,
Ausência cruel que lhe afastava de minha vista,
Noite infeliz que te escondia de mim,
Nas asas de um querubim guardava o meu sorrir,
Mas o calor dos meus lábios, suaves e adocicados,
Traziam o carinho do seu abraço, aconchegante e seguro,
Assim o amor me rebateu e aconteceu o contrário,
A paixão dominou sobre o frio da solidão,
Reunindo suas lembranças em meu peito,
Com emoção desenfreada sobre o coração,
Visando atacar aquela ausência ferina,
Admirável amor, por ti traído,
Ousou me conquistar apenas para escondê-la?
Detestável tempo que se arrasta parecendo anos,
Segundos sem sua presença se assemelha a cruel sentença,
Com a mesma certeza de que o sol se esconde em seu olhar,
Sei que ao amor ninguém conseguiria resistir,
Mas a lua escondida teima em lembrar a sua ausência,
Enterram-se no inseguro a alegria do meu sorrir,
Saudade poderosa ousou em se apoderar de mim,
Colocando em cada estrela uma lembrança de você aqui,
Preservando nossas lembranças na imensidão celeste,
Guardando nossas carícias na emoção do para sempre,
Então senti as mãos de alguém em minhas costas,
Já conhecia aquele toque de uma calma capaz de curar,
Por Deus que penetrava feito o fio da espada,
Carícia repleta de ternura que vinha para salvar,
Tive certeza que sua ternura alcançava minha alma,
De sua profundidade não teria como me esquivar,
Sinceramente senti-la era o que eu mais queria,
Pois o tanto que sua ausência feria,
Sua presença era capaz de curar,
Desejando se apossar de todo seu amor,
Me senti completo na altura do firmamento,
Foi como pôr aquela saudade em uma forca,
Afugentando a dor que outrora tentava me tocar,
Sorrindo, segui as ordens daquele imenso amor,
E dei voz de liberdade ao meu coração para entregá-lo,
Por isso declarei meu amor nestas palavras,
Matando setenta e cinco mil segundos de ausência,
Por fim, peço que fique para sempre em minha vida,
Ai de mim que só desejo me apossar de suas carícias,
Sem hora marcada, sem saudade reprimida,
Pois mesmo uma vida seria pouco para derramar
Todo o amor que tenho guardado em minha alma,
A espera de transbordar na ternura da minha fala,
Na carícia que tanto aguarda para lhe afagar,
Embora minhas lágrimas teimem em me desesperar,
A imensidão do meu amor nunca desistiu de te esperar,
Sei que pareço louco por chorar sem razão,
Mas saber que me ama me soa feito uma vitória,
Que toca a alma ao som do pulsar do coração.
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