Olhei no fundo daquele olhar,
Foi um mergulho em sua alma,
E no mesmo instante em que recebi seu afago,
Com um sorriso tremulo a iluminar meus lábios,
Risquei da minha existência o medo
Que o dedo de Deus já tentava tirar do meu caminho,
Eu, simples habitante da mais fria solidão,
Tateando feito um tolo sonhador,
Não deixei o afeto falecer em meu coração,
Foi assim que reconheci em você o amor,
Pois ao te ver uma luz súbita invadiu minha alma,
E iluminou os dias da minha vida,
Trazendo perspectivas ao meu destino,
Como se fosse um anjo a mim destinado,
Porém passado o brilho do seu olhar,
A saudade vinha e me abraçava,
Era fria a solidão que retornava,
E você onde estava?
Não sabia mais,
Minhas tentativas de fuga de sua ausência,
Agarrada a sonhos que diminuíam sua falta,
Mais nossas lembranças que te traziam de volta,
Bastariam para provar duas coisas:
O quanto eu te amava,
E que sem você eu não viveria,
Mas sempre que uma lágrima saudosa
Molhava de solidão o meu olhar
O instinto dizia num sussurro ao ouvido: desista,
Mas o coração insistia não quebre o juramento: persista,
Desta forma, diante de tão forte tentação,
Como eu poderia resistir a força do coração?
Restava apenas o coração apaixonado
A ecoar a voz da alma para quebrar o silêncio
E trazer nossos sonhos para arruinar a indiferença,
Salvar minha alma caída no fundo do infortúnio,
Completar o vazio que se abriu entre meus braços,
Com seu carinhoso abraço apaixonado,
Imaginar nosso destino selado com um beijo de amor,
Nesta solidão meu coração insistia e sonhava,
De que natureza podiam ser seus devaneios?
E uma palavra? Esperança,
De que possas retornar pela mesma porta
Para cuidar deste coração que ainda te ama.
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