quinta-feira, 30 de abril de 2020

Seu nome



Me dói ver você chorar assim,
Disse ele, antes de partir,
Ela fechou a porta atrás de si,
E permitiu-se cair,

Sem forças para prosseguir,
Por Deus: como podia amar assim?
Sem reservas, sem pensar nas consequências,
E agora, sozinha, como poderia reagir?

Sou humana e preciso ser amada,
Repetia ela, entre soluços para si,
E quem está disposto a entregar-se por amor?
Cansada de tudo ao seu redor,

Ela só queria ser protegida,
Das lembranças que vinham machucar,
Da solidão que a abraçava sem querer soltar,
Como era difícil tentar esquecer,
Aquele que um dia prometeu amar para sempre,

Mas a ação do tempo silenciava a sua voz,
Apagava palavras a muito tempo ditas,
Já nem se quer conseguia ouvi-lo,
Mas, por Deus, como ainda doía!

A cada lágrima uma lembrança se acendia,
Ou se apagava? Ela já não sabia!
Entre soluços um nome vinha a garganta
E ali ficava, em silêncio, sem dizer nada.

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