domingo, 29 de novembro de 2020

Sol da Manhã

 

Se existisse como se acostumar a viver só,

Ele teria se acostumado,

Sentia isso dentro de si, quase sempre,

Mais uma vez, o relogio badalava meia noite,

 

Sem sono, sem energia, sentia-se tonto,

Ele olhou para o arranjo de flores

Desajeitadamente, colocado ao seu lado,

Parecia vê-la, naquele copo de leite,

 

Ele sempre sentiu -se seguro de si mesmo,

Porem, no que referia-se a ela,

Ele nem sempre entendia seu jeito

Queria ama-la, protegê-la, te-la guardada em seu peito,

 

Mas não sabia como alcança-la,

Por mais que se esforçasse não parecia ser suficiente,

Mandou flores, mensagens, presentes,

Mas sentia dentro de si que nao era o bastante,

 

Buscou no bolso da calça,

Encontrou o bilhete de cinema em que foram juntos,

Lembrou de te-la abraçado, e na surdina

Aproveitado para repousar um beijo molhado em sua Buchecha,

 

Ela lhe brindou com um sorriso

E um mordiscado no labio inferior,

Sentia dentro de si mesma que também o amava,

Mas algo dentro dela ainda a deixava insegura,

 

Ela nao tomaria a iniciativa de entregar seu coração,

Mas em um jesto instintivo, ousou tocar sua mão,

Com uma carícia terna e desisteressada,

Foi quando percebeu que ali caberia um coraçãO

 

E, quem sabe até, ela inteira,

Desejou repousar nos braços fortes e convidativos

Que ele, caprichosamente, lhe oferecia,

De maneira, caprichosa, deitou em seu ombro,

 

Acomodando sua cabeça entre o seu pescoço,

Sorriu ao sentir seu cheiro,

Ele aproveitou para retribuir o carinho

Com uma carícia em seu rosto,

 

-Cuidado, você vai dormir e perder o filme,

Ele lhe falou, tocando-a com um jesto firme,

-Nao vou não, ta bom de ficar assim contigo,

Instantes depois, seu celular caiu no carpete,

 

Ela dormiu feito uma menina,

Ele sorriu com uma lágrima feliz em seu olhar,

Amava-a com toda a alma,

De repente, uma luz estranha entrou por sua janela,

Pegando-o de surpresa, instintivamente, levou a mao a boca,

Ainda sorria com o sonho ou... lembrança?

 

O sol penetrava a sua janela de vidro,

Não teve como oferecer resistência,

Não restou alternativa a não ser sentir seu calor,

No mesmo lugar em que repousava o seu sorriso,

 

Pensou consigo mesmo,

Se o sol é tao forte a ponto de buscá-lo,

Invadindo o que fosse preciso,

Porque ele nao seria capaz de romper as barreiras

Que o impediam de conquista-la,

Se o amava com toda a alma para uma vida inteira?

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