terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Amor na Cidade

 

Tudo que conseguia pensar era no quanto a amava,

Uma vida seria pouco para o tanto que sentia,

Amava cada vez mais, a cada saudade provada

Em pequenas doses de uísque em noites de lua,

 

Como se cada estrela que brilhasse,

Trouxesse consigo uma parte da história

Em que transbordaram suas almas apaixonadas,

De forma irreversível, sem retorno ao passado,

 

Como então, agora, se renderia a solidão,

Sabendo que a voz que gritava em seu coração,

Ansiava por reviver uma vez mais tudo que sentiu,

Livrar-se do temor que assombrava seu peito vazio,

 

Sua alma apaixonada ainda estava lá,

Sobre a grama molhada do orvalho de dezembro,

Amando cada instante como nunca mais amaria,

Sonhando com uma vida que nunca tinha imaginado,

 

Até cruzar com aqueles olhos verdes assombreados,

E o amor o invadiu de forma volátil,

Isso ele só descobriu depois que partiu,

Depois que pegou-se sozinho a deriva de quem tanto amou,

 

A cada dose que embebia a boca sedenta,

Sentia um beijo repousar em seus lábios trêmulos,

Um amor feito para durar uma vida inteira,

Não poderia contentar-se com apenas momentos,

 

Ele sentia-se tranquilo em seu abraço,

Tudo parecia se encaixar de forma perfeita,

Ele acreditou que pudesse contar com ela,

Acreditou no amor que provou no doce da sua fala,

 

De repente um pássaro voou janela adentro,

Fez repousar uma flor sobre o assoalho,

Ele sentiu-se emudecido, ficou boquiaberto,

Como se confrontasse um horror antigo,

 

Agora o mundo parecia dirigir-se a ele,

Ouviu que um carro estacionava em frente a sua casa,

Desceu os lances da escada até aproximar-se,

Piscou várias vezes incapaz de acreditar no que via,

 

Sentiu uma dor insuportável em seu peito,

Ao vê-la ao volante, chorando a dor do amor perdido,

Que imaginava ela, ter sido esquecido, consumido pelo tempo,

Apagado pela distância, perdido dentro de sonhos omitidos,

 

Ele sentiu seu amor toma-lo por inteiro,

Prisão perpetua a um amante melancólico,

Nunca seria capaz de esquecer quem o abraçou em seus momentos mais temidos,

Viu que a cidade dormia sob as luzes do céu de outono,

 

Abriu a porta do carro e a chamou para o seu lado,

Eu te amo a disse com os olhos embaçados,

Momento em que a tomou em seus braços,

E a segurou até sentir seus corações baterem juntos,

 

Ambos não conseguiam controlar o choro,

Se beijaram ali mesmo, entre lágrimas e abraços,

Unindo os sonhos que embora parecessem esquecidos,

Encontravam-se vivos em seus corações apaixonados,

 

Nunca o amor foi tão reverenciado,

Feito aquele que venceu distância, brigas e segredos,

Que embora nunca compartilhados,

Deixavam uma nuvem de incertezas por onde passavam,

 

A dor que um dia ousou separa-los,

Agora unia destinos atormentados em sonhos conjuntos,

Cujo objetivo maior era edificar o amor que sentiam,

Espalhar sonhos passíveis de serem realizados,

 

Deus sabe que o sabor da vitória é maravilhoso,

Porém, quando se trata de sonhos de amor,

O destino torna-se algo de mérito,

Com um desvelo especial que só os apaixonados

 

Seriam capazes de definir em palavras ou gestos,

Mas, no instante em que aquele casal se uniu,

Diante do luar, das estrelas, aos olhos de todos

O amor entrou com artilharia pesada e venceu a batalha,

 

Todos sabiam sobre a dor que sentiam

Longe um do outro, sobre o quanto choravam escondidos,

Sobre o quanto procuravam um ao outro,

Nos vazios da cidade perdida em seus desvelos.

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