quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Anotações Espontâneas

 

Que acha da situação agora que alcançou o que esperava,

Sente-se decepcionado, consegue admitir que estava errado,

O que te espera lá fora, solidão e lágrimas estampadas em sua cara,

Disse tudo o que precisava dizer, fez tudo que fosse necessário,

Mas dentro de você, ainda falta algo, sua voz ressoa dentro de si mesmo,

Como se houvesse um vazio crescente em seu peito,

 

Então, talvez você precise pensar um pouco mais em si próprio,

Valorizar mais cada um dos seus sentimentos,

Sente-se amedrontado e tenta acreditar que não tem motivos,

Até para fazer o necessário corre-se certo risco,

Há necessidade de precisar os objetivos, e segui-los,

Não há como desistir no meio do caminho, falsear os passos,

 

Se você calculou cada um dos riscos aos quais estaria exposto,

Então, você percebeu bem antes que este desconforto seria sentido,

Dói avistar o rotundo gerente diretamente nos olhos,

Mas uma fagulha toma seu corpo despertando-o para o incêndio?

Desejou fazer o que com seus erros apagar?

E as palavras que você escreveu outrora, quer esquecê-las?

 

Condenar cada ideia em que você se apegou e joga-la ao nada,

Esta fagulha que queima em sua alma, não está reagindo de alguma forma?

Com mil ideias expressas porta fora, você queria receber o quê? Inercia?

Talvez, ainda não seja a hora para os aplausos, mas não estão descartados,

É da condição humana ser um tanto afastado, negar-se aos fatos,

Porém, ações não são levadas pelo vento, sorte sua ter em que acreditar,

Imagine se não houvessem atos em que se agarrar o que restaria?

 

É preciso ir um pouco além da precisão para agir com cautela,

Reduzir o impacto que chega em cheio e pode voltar-se contra si próprio,

Quando você colocou o amor em suas frases você conseguiu alguma coisa?

Como foi ver sua fala cuspida contra o próprio rosto? Então se recusaram a ouvi-lo?

Mas acreditaram em você, isso você pode constatar agora,

Que resposta você obteve? Medo? Então, você não achou que sentiriam isso,

Quando você ousou definir o amor que muitos poucos sentiram naquelas suas frases,

Tão bem escritas, muitas vezes mal interpretadas, que agora voltam-se,

 

Achou que não o ouviriam e traçariam seus destinos em busca de algo,

O mesmo algo que talvez nem ao menos você havia provado o gosto,

Mas ao menos acreditou, isso foi o bastante para que hoje o ouçam,

Jurou amor e o procurou, e agora está sendo posto à prova,

Se desistir não estava nos seus planos porque estaria agora,

Só por que suas ideias estão mais fortes, mais seguras de si mesmas,

Como é ver suas ideias independentes e tomando outras formas?

 

Ainda lhe dói como antes, ou agora já estão sendo retribuídas,

Se desmanchar em lágrimas já não tem mais o teor de outrora,

Seus passos agora possuem as cores da esperança, da aliança,

Quanta diferença você fez e agora você põe em dúvida as suas ideias?

Será que agora o seu sim e o seu não possuem voz própria,

Podem ser ouvidos e respeitados pela rua afora,

 

Sua voz já foi pequena, nervosa, mas sempre teve consistência,

Atraído para fora de si mesmo, teve algo em que se agarrar,

Mas ao sair, viu as pessoas feridas vagando pelas ruas,

Então, esqueceu que antes estavam da mesma forma,

O tapa dado pelas costas agora ganhou uma tradução espontânea,

As palavras cuspidas na sua cara ganharam uma versão famosa,

 

Tomaram as esquinas, ganharam as ruas, estão a percorre-las,

Ninguém pode se esconder, e antes você acreditou que poderia?

O que te fez abrir sua alma e escancarar sua vida na rua,

A urgência por fazer a diferença, o amor por quem se recusava?

Você disse cuidado ao atravessar a rua, atenção ao dobrar a esquina,

Mas esqueceu que alguns motoristas vinham na contramão,

Mas os transeuntes não, estes estavam sempre tomados de razão,

 

Uma gota de tudo que você distribuiu, não haveria distorção?

Mesmo assim você continuou a percorrer seu caminho,

Talvez eles não o estivessem ouvindo, então você traduziu um coração,

As tentativas de outrora alguma vez lhe soaram nulas?

Mesmo quando tudo parecia girar ao contrário,

Mesmo quando todos se negavam a acreditar em qualquer coisa?

 

Você nunca se assustou ao olhar para fora da janela,

Você nunca se fechou dentro de si mesmo por medo da própria alma,

Agora seus erros e acertos estão jogados pela rua afora,

Será que houve distorção, ou desproporcionalidade em sua fala?

A interpretação de cada pessoa é sempre a mesma em cada cabeça,

A condenação prévia nunca foi prevista, então, por que você chora?

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