Ele estava deitado de bruços na cama, absorto nela,
Ela colocou-se sobre ele e beijou-o por inteiro,
Com estalinhos e mordidinhas percorreu sua pele negra,
Ele estava de olhos fechados, os dela estavam abertos,
Se aproximou do seu ouvido e com sussurros tocou sua alma,
Tracejou com a língua cada parte das suas costas, absorvendo-o,
Colocar-se sobre ele lhe dava uma grande vantagem,
Poderia beijá-lo à vontade sem que perdesse as forças,
Em nada adiantaria tentar negar o fato de que a cada toque
dele,
Ela fraquejava, pertencia a ele de corpo e alma,
Cada parte sua guardava dentro dela tudo sobre esse dia,
Em sua alma desenhava cada beijo, cada carícia, sem perder
nada,
Ele deveria saber o quanto ela o amava, percebia-se em cada
beijo
A intensão de que cada momento durasse uma vida inteira,
Embora nunca tivessem tentado negar-se ao fato, era feito exato,
A boca dela continuava movendo-se sobre a pele quente dele,
Ele permitia-se suspirar sem dizer nada, leva-se algum tempo
Para cair em si sobre o quanto se é capaz de amar, Deus sabe
o quanto,
Naquele instante ela não queria parar de massagear e
beijá-lo,
Usava todas as suas forças para manter-se neutra em
cuida-lo,
Cada afago em que se entregava era como se deixasse de ser
sua,
Sentia os olhos dele abrirem-se, era como se pudesse vê-la,
Ela não conseguia parar de olhá-lo e lhe percorrer em cada
centímetro,
Sabe aquele instante em que se deseja guardar alguém para
sempre?
Embora tivessem se entregado com urgência, agora a calma os
regia,
Não desejavam fugir um do outro, mas logo o sol acordaria a
manhã,
Ela deitou-se sobre ele e sussurrou mais uma vez ao pé do
ouvido,
Então, amar é isso tudo? É sempre com o gosto da primeira
vez?
Antes parecia que eu não me preocupava em amar, mas agora,
As coisas se juntam e parecem se completar, você é sempre
tão perfeito?
Não confia em nós dois?! Ele respondeu, com um forçoso levantar
de cabeça,
Sim, ela respondeu com um mover de lábios sobre o seu
pescoço,
Ambos relaxados, mas a necessidade de estar próximo não
passava,
Abraçaram-se, foi como se prometessem um ao outro amor
eterno,
Pensaram em dormir abraçados, para que o sol pudesse
acordá-los,
Em uma espécie de ritual em que os amantes se veem
realizados,
Não foi dessa forma, por muito pouco, beijaram-se e mudaram
de ideia,
O que eles estariam vendo quando olhavam um nos olhos do
outro,
É questão que ninguém poderia definir, amor eterno ou alguma
coisa assim?
O que se sabe precisar é que uma noite acordados foi pouco
para o que sentiam,
Eles estariam contemplando um a alma do outro? Então, isso
era o amor?
A urgência em suas carícias parecia estabelecer um prazo
entre os dois,
Eles acreditavam nisso, e agiam ao rigor da necessidade em
cada carinho,
- Vamos lá, o sol acordou, agora, estou saindo – ela parecia
ouvir em seu rosto
Assim que o tocou e viu seu semblante olhar tristonho para
a janela,
Se semblantes falam e o que dizem, eles saberiam evidenciar
em suas caras,
Talvez fosse por isso que se completassem de forma tão
perfeita,
A luz invadiu o quarto assim que suas bocas se encontraram
sedentas,
No mesmo instante em que a carícia se intensificava e pedia
mais um pouco,
Na mesma hora em que uma lágrima caiu do olhar dele no peito
dela,
No mesmo segundo em que ele caiu submerso sobre ela, sôfrego
e apegado,
Era como se ele aceitasse ficar em sua vida, mesmo que fosse
com hora certa,
Intensificada como só ela sabia e fazia apenas com ele,
beijou seus lábios,
Abraçou seu corpo, até senti-lo colado ao seu, fecharam os
olhos...
O efeito do amor é algo duradouro e irresistível, via-se
isso em seus carinhos,
Seus reflexos dançavam na parede, seus corpos absorviam-se
um ao outro,
Se alguém pudesse vê-los, juraria que não daria para
distinguir um do outro,
Encaixe perfeito, entrega exata, sussurros sibilavam juras
no silêncio do afago,
Ela o buscava e ele retribuía, em movimentos lentos e sincronizados,
Ela o amava no fundo de sua alma e ele tocava-a em cada
carícia de seus dedos,
O fato de alcançar a alma de alguém com um afago é caso para
outra história,
Se eles compreendiam o que acontecia entre eles, nem eles
sabiam,
Mas amavam-se e isso era o suficiente para manterem-se ali,
colados,
Ele unia-se a ela, como uma só alma, ela agora abria os
olhos castanhos,
Olhando para a luz que invadia o quarto e queimava em seus
corpos,
Já não havia calor o bastante? Por que o sol ousava tentar
acordá-los?
O suor dele respingava em sua boca, seu cheiro a percorria
por inteira,
Desatento, o sol insensato, desejava despertá-los do seu
sonho de amor,
As horas vinham, ela acenou discretamente pedindo ao relógio
trégua,
Ele a olhou e estranhou a sua calma, era hora de acordar ele
sabia disso,
Depois, devagar, apoiou os braços sobre a cama com esforço
quis levantar,
Parou na distância dos seus olhos, ela sorriu tentando
desencorajá-lo,
Tenho uma boa ideia pela qual valeria a pena perder a ideia
sobre as horas,
Mas, agora me sinto desperto estou prestes a vestir as
roupas,
Ela buscou seu rosto, aproximou-se e envolveu seus lábios em
sua boca,
Agarrando-se a ele com força, puxou-o para si, com o ânimo
de dona,
Fraquejaram suas forças, derreteu-se sobre ela, beijaram-se
de novo,
Abraçaram-se um ao outro, colados feito um só, fecharam os olhos...
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