Consulto o relógio e vejo as horas,
Não me atento para os ponteiros,
Ele está hoje onde estava ontem,
Tento evitar tudo que me fere,
Mas acho difícil sair da minha inércia,
Os abraços me parecem distantes,
Sinto dificuldade para me aproximar,
As palavras voam aceleradas para fora,
Quero espantar isso que me machuca,
Mas é mais forte que eu – estou fraca,
Me recolho no que sinto,
Tento não destruir tudo que sou,
Acelerada quando falo magoo,
Vejo o olhar decepcionado de quem amo,
Não sou mais a mesma,
Me procuro pelos cantos,
Perdida entre as lembranças,
Não sinto que mudei, então olho o espelho,
O relógio parado no pulso é ignorado,
Os dias passaram e com eles os anos,
Vejo nas marcas estampadas em meu rosto,
Meu cabelo cheio de vida parece fraco,
A lua o tingiu com sua doçura ou ele está branco,
Fosse doçura o que tocou minha face,
Por que é que sofro tanto?
Me sinto sozinha, busco um abraço,
Uma voz odiosa vem em minha cabeça,
Compete comigo, se sente melhor que eu,
Quem é ela? Por que age dessa forma?
Ela me reprime, me diminui em tudo,
Parece saber as respostas,
Se soubesse não estava onde está,
Me sinto destruída, há alguém que me ouça?
Por mais que eu não fale nada,
Há alguém que entenda as minhas palavras?
A solidão se esconde não consigo ver sua face,
Tivesse dela ao menos um rosto o que restaria?
Ela fala, reage e reprime,
Mas tivesse eu feliz de que ela sobreviveria?
Em mim não há mais que um rosto sem vida – sua sorte,
Talvez as horas corram ou não, já não importa!
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