E, por tanto, fechei a cortina,
Não quis ver o desfecho da história,
Não tornaria a tocar no assunto,
E, quisesse Deus, nem vê-lo,
Por um instante, tudo fugiu do controle,
As juras afloraram a pele,
E foram rompidas antes de serem ditas,
Através de palavras explosivas e raivosas,
Que destruiriam qualquer coisa próxima,
Com isso, destruiu-nos, destroçou tudo que vivemos,
Confesso que não senti que ele se importou,
Do nosso fim, ele não se arrependia nem um pouco,
Pareceu apanhar cada jura de amor do ar,
E esmaga-la antes que eu as tivesse de volta,
Da mesma forma que se rasga um papel velho,
Como se todo o passado não significasse nada,
Fragmentou-se no emaranhado de choro e lamento,
Perdeu-se na névoa de dor que estava solta entre nós,
Minutos depois saiu batendo a porta,
Como se nunca tivesse desejado entrar,
Se negou a um abraço como se fosse minha vontade,
Não me consultou sobre nada, apenas saiu afora,
Acho que pensou que eu desapareceria na névoa de dor,
Mas não, apenas fechei a cortina e deixei a janela aberta,
Não pedi que a janela levasse a dor ou a fúria,
As palavras foram engolidas pelo soluço,
Os atos foram retidos por seus braços fortes,
Senti medo de me aproximar e de sua reação,
Apertei a cortina e deixei o choro correr solto,
Senti um aperto no peito mas não disse nada,
Tive medo de que tudo caísse em vão,
As lágrimas que banhavam a fúria dilacerada,
Feriam mais ainda a pele do que as palavras perdidas nela,
Toda a raiva esvaída contra um rosto que sofria,
E mesmo a dor não serviu para medida de diminuir os atos,
Rejeitei toda a dor e a fiz dispersar,
Não revidei tudo que ele me disse e nem revidaria,
Quando a fúria é intensa demais que sobra para falar?
Derramou sua raiva sobre o meu olhar,
Agora ela percorria meu rosto e roubava a minha alegria,
Senti que era tarde demais para restaurar qualquer coisa,
Melhor não lutar,
Sacudiste o meu peito e nele fez uma fenda,
Atirou-se lá e saiu para fora até não restar nada,
Dor e magoa consumiam o lugar,
Repara as brechas sobre a minha face,
As lágrimas prometem desmoronar até dilacerar a pele,
Abriu a porta com sua mão direita,
A mão onde um dia sonhamos uma aliança,
Que não veio e não estaria por vir,
Estava liberto aquele que tanto amei- não voltaria,
Lá fora, estaria melhor do que esteve comigo,
Amor fortificado também entra em ruínas,
Sonhos também desfalecem seus planos,
Não deixei espaço para que me avistasse lá de fora,
E então, decidisse voltar para nós dois,
Pois inútil é o socorro do homem,
Quando aquele que juramos amor, simplesmente, não o quer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário