Ela jogou-se na cama a chorar,
Um soluço calava a garganta,
A dor dilacerava a alma,
As palavras eram sufocadas pelo medo,
Se eu estivesse a morrer, de que adiantaria falar?
Ela jurou amor tentou busca-lo,
Fez tudo que podia mas ele rejeitou-a,
Apenas isso,
Quem é que poderia provar ter havido algo?
Em tudo que viveram ele sempre foi solícito,
Escondeu o que sentiu tão fundo,
Que tivesse existido algo nem ele o acharia,
Se o amor existe na alma é preciso confessá-lo?
Jogada sobre na cama fria não sentia a si mesma,
O corpo estava estagnado e arredio,
Nem mesmo sua alma mais lhe pertencia,
As mãos jogadas para a frente sob o lençol,
Buscava remexer em algo - ver se ainda existia,
Nada do que havia ao seu redor lhe pertencia,
No instante em que se entregou por completo
Desistiu de si mesma e perdeu-se, talvez, para sempre,
Nas profundezes do seu ser uma dor dilacerava,
A sufocava de maneira aguda e doentia,
Um pó a efeito da morte lhe ressoava sobre as narinas,
A respiração lhe escapava,
Tudo que sentia se distanciava,
Soluços eram calados dentro do peito,
Quando já não podia mais aguentar-se de cabeça erguida,
Deixou-se cair sobre os seus próprios braços,
Ali encontrou abrigo,
A torrente de lágrimas foi cortada e elas rolavam sobre a
cama,
A respiração voltava pouco a pouco,
Mas a dor, esta não partia,
Ofereceu-se ao amor como uma espécie de sacrifício,
Do tipo que não há como voltar atrás,
E ele soube disso, soube usar seus sentimentos,
Até destruí-los, coisa inútil é amar,
Quando se passa por quem se ama e tenta falar-lhe,
Mas antes que as palavras saiam,
Antes que consiga fazer mais que balbuciar sobre isso,
Ele lhe vira o rosto como se não a reconhecesse,
Ela, eleva o rosto ao Altíssimo e engole o choro,
Mas a dor continua se vá aonde for,
O sorriso do traidor
nunca é esquecido,
Com uma dor a dilacerar o coração tinha um juramento,
E o faria, mesmo que somente para si mesma,
Que Deus o traga para mim no dia da angústia,
E eu saberei como lhe virar o rosto,
Que Deus possa honrar cada dor sentida,
Cada lágrima calada frente a frieza dos seus olhos.
Gritara? Não, não teria forças para tanto,
Estava caída, dilacerada de tanta dor,
Olhou para os braços estavam lívidos,
Os lençóis molhados ao seu redor,
Ela deitava-se de bruços,
Gélida de frio ou de tanta dor não saberia dizer,
O cabelo molhado caía ao lado do rosto,
Parecia estar morta,
Não, ela não gritaria.
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