Instante em que o erro é venerável,
O momento em que posiciona-se,
Porta aberta, chaves em mãos,
Mas, algo impede de sair para fora,
Leva-se um dedo aos lábios e sente a pulsação,
Diz-se, não, fecha-se a porta e fica onde está,
O tal beijo apaixonado implica algo a mais,
Uma carta apaixonada, um poema qualquer,
Mas, a frieza com que a contemplou,
Está sim é que não merecia ser esquecida,
É certo que esquecera o dia,
O tal dia em que haveria o segundo encontro,
Ao terceiro chega atrasada,
Mas em que importa?
O conjunto de amar uma pessoa
É mais que datas marcadas no calendário,
Com aquele velho canetão da escola,
O qual se comprara em hora de desatento,
E guarda-se, sem saber por quê...
Destrua-se no coração cada lembrança,
E destrói-se com isso a ignorância,
De amar alguém mais que este mereça,
O maior perigo em tudo isso,
É o triste coração destroçado,
Condensa-se em poucas palavras o amor,
Em versos simples como eu te amo,
Então, por que poupar esforços?
Porquê não sente nada, é isso!
Amar é identidade – identificar-se,
Com algo ou alguém a ponto de definir: importante;
Homens são no geral iguais,
Mas, para os que sonham: há de ter alguém,
Não é possível acreditar-se num para sempre,
Se este não vier... não é possível;
Quanto ao que chamam destino?
Bem, cada qual é capaz de fazê-lo por si mesmo,
Mas, um pouco de esforço,
Um barulho em frente a sua casa a desperta,
Uma buzina é tocada de forma insistente,
Ela desse ao chão e mantêm-se,
Não há diferença para quem está aqui em baixo,
Mesmo frente a barulheira toda: não atende!
Mesmas lágrimas de antes,
No sofrer não há tanta diferença,
Um soluço, um sufoco e uma noite bem dormida,
Esgota-se e dorme, apenas isso;
O erro de ter faltado agora era incurável,
Podia alimentá-lo, com uma ligação inexistente,
Um esquecimento premeditado,
E semanas após isso,
O procura com a desatenção na face,
A alma que se consome em tristeza,
É a mesma que busca forças nas promessas,
Se não houve uma em que se basearia?
Nela mesma? No que sentiu ou pensou existir,
Que o amor chegue de alguma forma,
Que bata a porta ou de alguma forma me alcance,
Que seja tão lindo quanto uma promessa,
Pois, confiar no que dizem as palavras
Também faz bem, por que não faria?
Que o beijo que repousaste em minha boca,
Não fizesse esforço algum para sair, por que faria?
O que vem para acrescentar não precisa ser jogado fora,
O que houve, aconteceu, não há porque mudar;
Coloco neste beijo uma última esperança,
Não na pessoa, no beijo que aqui repousa,
Que este beijo numa promessa dê-me vida!
Não preciso de tanta paixão para buscar nele a graça,
Que seja da forma como está,
Conforme for de sua promessa!
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