Pouco após uma pegada,
Há outra e depois outra;
Assim é com os beijos,
Nunca se quer um único,
Não os apaixonados,
Mesmo que solitários e vazios,
Observa-o,
Quer-se ver visível,
Estraga-se por amor,
Deseja ser correspondida,
Para a direita há a calçada,
A esquerda a rua trafegável,
Quando se está no abraço amado,
Não se vê muito mais que isso,
Uma mulher passa do lado,
Há nisto algo que os separa,
Ele para o beijo,
E se volta,
Arranja ou não desculpas- se afasta,
Ela segue sua direção,
Ainda recorda seus passos,
O tamanho, a forma –meticulosa,
Atenta põe-se a segui-los,
Logo há um grito,
Uma respiração entrecortada,
E olhos –os dela – fechados,
Lábios compressadamente silenciados,
A mão dela repousa rápida sobre a boca,
A cala, - fala indesejada.
Nem tenta um último suspiro,
Da vida de um beijo a agonia,
O que a segundos teve um fim,
Inicia-se logo adiante através das lágrimas,
-O que há em toda a história que precisa
Socorrer as bucetas,
Nota-se o enredo fechado,
Do início ao fim – as vaginas...
Uma fala atrás dela comenta.
Ela não olha para trás apenas ouve,
Retira alguns sentimentos sua própria mão da boca.
-Creio, que elas estejam mais difíceis...
Ela tenta rir mas não sabe se pode.
-De repente os pênis estão perdendo o valor...
Desta vez ela ousa olhar para trás.
-Pois é, existem tantas formas de encontrar prazer.
O grito que antes respirava,
Agora sufoca e paulatinamente cessa.
A mulher que antes gritava agora chora,
A moça ainda com a mão na boca vê o namorado em
socorro.
-Deve ser o cheiro de menina nova,
Logo que baixa o olhar vê a criança com ela.
Buceta nova deve proporcionar orgasmo diferenciado.
A sombria súplica do invisível se cala,
Ela cansa de falar sozinha e sai de cena.
Existem pênis e pênis – diferencei-os.
Uma história não pode ser história se não houver
vagina,
Querendo ou não,
Nada grita mais alto que o pênis,
Nem mesmo a vagina que o implora.
Uma vida de servir e servidão,
As mãos que tapavam a boca vão para o rosto,
Sinto vergonha se um dia servi-o,
-Ai de mim que terrível ruína,
Rebaixar-me a servil – serviçal- vagina.
O escravo a servir-me e eu a trouxear-me,
Valorizar um pênis- separa-lo do homem,
Seria difícil vagar pelas ruas com mãos na cara,
Sou obrigada a vê-los,
Penso se eles percebem,
Se entendem o quanto vejo...
Envergonho-me.
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