Em um altar.
Algum sonho particular.
Seu olhar ao me procurar...
Minto.
Prefiro negar.
O amo com toda a vida.
A noite rompe o silêncio
Com um suspiro profundo.
Enquanto a lua se põe
A dormir,
Longe.
Em algum lugar.
Distante daqui.
Você é meu sorriso.
Sim.
Maldito sonho.
Terrível altar.
Por quê não destruo?
Desdenhoso olhar.
Por quê passar desta forma?
Olhos fechados!
Os rostos de pedra
Devem entender melhor de você,
As estrelas distantes,
Sabem mais conquistar.
O homem que quero.
Por quê não o tenho?
O sombrio se apagou,
Te busco a porta.
Você é aquele que passa.
Por quê não olha?
Sempre as cegas.
O que me falta?
Te quero em demasia?
Busco demais seu olhar.
Querido, olhos fechados.
Como pode passar
E simplesmente não olhar?
Noite escura e opressiva.
Altar de horas e dias.
Por quê não destruo estás velas acesas,
Quebro as melhores palavras,
Calo de uma vez toda a fala?
Frases ensaiadas.
Sorrisos a buscar.
Luzes acesas e obscurecidas.
Penumbra de um coração que sonha.
Oh, querido “olhos fechados”.
Como pode simplesmente não me olhar?
Me é um hábito
Amar tanto
Esta doce criatura.
Devo lhe declarar?
A escuridão domina,
E as estrelas lhe são o bastante?
Como podem te guiar,
Se de onde as vejo
Não me dizem nada?
Querido, “olhos fechados”
Como pode não me olhar?
Inerte,
Tanto acréscimo ao silêncio,
Está cego devido a poeira,
Ou são as ervas daninhas
Que me fazem indistinta?
Não lhe acrescenta
Meu altar,
Este sonho particular?
Querido, “olhos fechados”
Como pode passar sem me olhar?
A imagem petrificada
Poderia andar.
Se o visse
Iria querer lhe falar.
A da cruz fugiria desmedida.
Meu altar não lhe diz nada?
Esperanças de sonho particular,
Por quê se recusa a me querer,
O que há,
Querido, “olhos fechados”
Por quê passa sem me olhar?
O cemitério não contém seus fantasmas,
E você, simplesmente passa,
Não vê a bíblia aberta,
As orações com seu nome nelas,
Minhas esperanças vazias,
Na sala acobertada por fotografias,
Por quê se recusa a me ver?
Que há,
Querido, “olhos fechados”
Oh, que há?
A água da torneira se acinzenta,
Minha roupa é e não é a mesma,
Oh, que há?
Seu perfume fica,
Por quê não me olha?
Querido, olhos fechados,
Que há de tão importante adiante,
Que de tão perfeito
Te coloca distante?
Oh, que há?
Querido, “olhos fechados”.
Os olhos dos rostos de pedra
Se abriram pra te ver passar,
Querido de cada olhar,
Esperanças do meu sonho particular,
Que farei de seu altar,
E deste lindo olhar
Que me recusa?
O que você esconde?
Por favor,
Não se coloque entre nós,
Não jogue tantos esforços,
Apenas para nos separar,
Esperanças de sonho particular,
Vou quebrar seu altar.
O sol se derrama na colina,
A lua chega em clima,
E nada te faz me olhar?
Como posso te convencer,
Tenta me ver,
Querido, olhos fechados.
Não me convença do contrário.
A água da fonte virou pedra,
E eu aqui as cegas,
Por favor,
Último esforço.
Tenta me olhar.
Não percebe o quanto significa
Eu ainda não te-lo?
Esperanças de sonho particular,
Querido, não se cansa?
De olhos fechados,
Você não está a andar,
Chamaria de perambular...
Querido, olhos fechados.
Me jogo do peitoril da janela,
Me coloco na calçada,
Visto a sua camiseta,
Aquela que você nem sentiu falta.
Me veja em tom de surpresa,
Desista de palavras vazias,
Esperanças de sonho particular,
Vou te amar sobre meu altar,
Por favor, aceita.
Querido olhos fechados.
Os rostos se viram em surpresa,
Tá certo você é lindo!
Me veja de boca aberta,
Feito tola e de queixo caído.
Deixa de impressões e vistas,
Por favor,
Me veja agora,
Querido olhos fechados,
Esperanças de sonho particular.
Me fala.
Me tenta.
O que é que há?
Por quê não o tenho?
Me veja.
Que é que lhe falta,
Esperanças de sonho particular,
Querido, olhos fechados?
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