quinta-feira, 11 de abril de 2024

Saudade


Pela consagração da salvação,
Há os que preferem a si próprios,
Outros a paixão.
Que há de mais perfeito
Que seu rosto,
Traços definidos,
Simplicidade em atos,
Postura de objetivos.

No dia dos juízes e reis,
Não há mentira que impere.
Os véus serão retirados,
E restarão os olhares.
Incrédulos.
Supérfluos.
Verídicos.
Vencer suas fraquezas.
Há nisso a beleza.

Se para minha alma
Tivesse que ser expulsa de sua vida.
Entraria mutilada.
Esconderia a cara na terra.
Não existiria.
Nem beleza alguma.
Não sou caso não possa te contemplar.
Há nisso algo de loucura?
Espere o tempo de juízes e reis.
Verá.
Não há.

Sairei apenas se for convosco.
Mesmo que nisto 
Eu me veja egoísta e pouco.
Abandono o espelho.
Seu rosto é mais objetivo.
Ofereço meus esforços.
Obedeço as vontades do meu destino.

Allah testa os mentirosos.
Eu,
Expulsa de sua vida?
Me é pior!
Muito pior que ser agredida.
Expulsão por além da vida.

Veja a flor Damiana.
Frágil e fresca parece que o vê.
Antes de ve-lo se entrega.
Singela a brincar com a menor brisa,
Forte e fresca,
O mais forte vento não a arranca.

O espera.
É certo isso.
A cada noite ela se fecha.
Se não for para ve-lo.
Nem ao menos deseja existência.
Belo chá para lábios secos,
Cheiro de mar para conhecedores.
Duas cores e seus detalhes.
Precisa estar próximo 
Para ver em sua completude.

Ela o chama.
As flores do meu jardim
Sabem seu nome,
Reconhecem seu rosto.
De repente leiam minha expressão.

Entendem que o espero.
Ora, eu.
Único coração e este perfeito amor,
Antes destinado ao trabalho.
Agora a este rapaz comedido.

Devo fazer como a flor que se fecha?
Como é perfeita.
Se cobre com seu véu 
E em manhã certa não acorda.
Pobre florzinha não o viu,
Se o contemplasse ganhava novo dia.

Queria ter sombria e tamanha força,
Desviar-me de tudo que você é,
Ou compreender com magnitude,
Fosse desfalecer de amor,
Ou de dor,
Que você também não me olhasse.

Não lhe daria direito a ver-me imóvel,
Se estivesse em meu querer,
Este puro olhar não contemplaria a dor,
É insensato este amor que não duvido,
O sinto em imensidade,
Não poderia lhe causar desafeto,
Eu a pior das mulheres,
Sabendo que não será meu melhor amor.

Quando o demônio lhe soprar:
Descre.
Antes estarei em seu altar,
A melhor das descrentes,
Rasgou o véu de minhas roupas,
Só o usaria se não lhe fosse digna de olhares,
Pois bem.
O amo tanto.
Que não lhe impediria de ser você.
E se um homem tiver descrido.
Antes direi.
Renego.

Renego a todo homem
E a casa face,
Sou a perversa,
A que sofre,
Mas lhe evito dúvidas,
Caminhos que lhe desfigurem.
Por onde você for.
Estarei a frente.
Se não puder ser a melhor.
Ao menos serei a que lhe sente.

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