terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Desespero de Antônio

Desespero,
Antônio entrou dentro de casa,
Trancou a porta,
E algo despertou dor intensa,
Seu último pensamento
Foi Pleaza,
Apertou o peito,
De alguma forma,
Sem saber por quê,
Pediu a Allah nunca esquecê-la.

Entrou no corredor da sala,
Chegou a ela,
Encontrou sua mãe caída,
Um choque o tomou,
Sangue frio lhe correu nas veias,
Suor gelado escorreu
Por seu corpo.
Quis gritar,
Já não soube o que era.

Foi até ela
Como se contasse os passos,
Agachou-se por estímulo,
Olhou sua pulsação:
Nenhuma!
Seu coração não batia,
Procurou seu calor.
Não havia.
- gelada. Minha mãe está gelada!

Dor intensa lhe tomou,
E ele caiu ao seu lado.
Após isso,
Um escuro lhe tomou os olhos,
Um clarão os abriu,
Ele olhou aquele ser humano
Só lado dele,
Caída e imóvel,
Não soube o que era,
Apenas sentia dor
E dificuldade para respirar.

Olhou para si,
Também não se soube distinguir,
Olhou ao redor,
Não reconhecia nada.
Tentou falar, ou pensar.
Nada lhe vinha a cabeça,
Sentou-se.
Vendo-a caída,
Pensou que deveria ser daquela forma,
Jogou-se para trás
E não levantou-se mais,
A fome lhe tomou,
Ele não soube o que fazer,
A fome se prolongou,
E a barriga passou a doer.

Um barulho forte
E urgente saiu de sua barriga
Implorando por comida.
Ele não soube o que era,
Sentiu vontade de urinar,
Sem entender o fez nas calças,
Após isso,
Seu corpo quis defecar,
O fez da mesma forma.

Veio a noite,
E veio o dia,
Sentiu sede intensa,
Dores na boca seca,
Não soube o que era água,
Nem ao menos o que sentia.
Olhava para a pessoa ao seu lado,
E pareceu indagar o
Porquê não se movia.

Veio a noite
E veio o dia.
Suas calças foram ficando cheias,
A pessoa ao seu lado
Não pareceu da mesma forma,
E seus olhos estavam fechados,
Ela não suava,
Ou fazia barulhos,
Isto lhe pareceu estranho,
E uma dor intensa
Lhe tomava o peito.

Tanto mais a olhava
Mais parecia entender,
E menos queria.
Dias e noites,
Ele lembrou um número,
Olhou nos dedos dela,
E pareceu saber o que fazer,
Discou em silêncio.

Não falou nada,
Permaneceu na linha,
Apenas barulhos escapavam
De seu corpo
E de seus lábios imóveis,
Então, eles se abriram:
-Pleaza.
E nada mais depois disso.
Horas foram.
Então, ele soube fazer o que ele pedia.

- por favor, me diga onde está?
Ela o ensinou a procurar o número da casa,
Explicar onde estava.
- o que houve,
Você pode explicar?
-sim. Não estou sozinho.
Mas, ela não é como você,
Não mais.
Porém, não se parece comigo.
A mulher atordoada e assustada
Desligou o telefone
E foi ao seu encontro.

Ao vê-la,
Ele sentou conforto,
Uma espécie de segurança
E calor intenso,
Então, seu coração iniciou os batimentos,
E ficou mais intenso,
Um calor forte correu por ele,
Ele olhou-a e lembrou-se,
Lembrou-se dela,
Ao trazê-la para sua casa,
Lembrou-se da mãe caída
E morta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Hora

Anunciaram os djins, - aproxima-se a Hora. O povo daquelas areias Sobre o mar azul e limpo Estremeceu. Aguardaram uns de Al...