Passam-se as horas,
Acorda-se de um sonho bom,
Olha ao seu lado na cama,
Não foi sonho, não.
Está comigo
Este que amo.
Disfarço a felicidade,
Vou a cozinha,
Coloco a água aquecer
Para um café,
Durante a tarde fiz pão doce,
Acrescentei chocolate,
Agora está quase tudo pronto.
Misturo o café
No açúcar na xícara maior,
Espero a água aquecer.
Vou ao banheiro,
Pela primeira vez
Minha vagina está molhada,
Embebida em orgasmo.
Não.
Isto que limpo agora
Não é papel higiênico,
Contudo tenha tanto quanto,
Anteriormente,
Nunca passou de papel,
Todavia, estou vívida e sua,
Troquei o papel pelo líquido,
Sou a mulher que derrama-se
E o ama.
Inteiramente sua.
O cheiro exala intenso,
Chama-o,
Acorda,
O café está pronto.
Lavo as mãos em água fria,
Fecho a porta do banheiro,
A descarga é forte e barulhenta,
Sinto vergonha.
Mas o vejo parado na sala,
Alto e forte,
Sinto meu cheiro nele,
Desligou a chaleira,
Acrescento água quente
A xícara pronta.
Entrego-lhe,
Ele a pega acariciando minha mão.
Com suas duas mãos.
Minha vagina de papel
Fica líquida,
Exala intenso
E o chama.
Uma chama quente
Se acende por dentro,
Líquida meu corpo,
Devora os medos,
E exala desejo intenso.
Eu te amo.
Eu lhe digo,
Roço meus dedos
Em seu pescoço,
Subo ao seu rosto
E fico.
A mulher de papel
Está em chamas,
Porém não queima
Ou fere,
Se derrama
E lhe pertence.
Há um assombro em meu olhar,
Eu vejo,
E sinto isso,
Nunca fui capaz de me entregar,
Agora parece que sei o caminho,
O disfarce do papel higiênico
Foi trocado
Por lábios estremecidos de desejo,
Um rosto vermelho
E amor intenso.
Não é cheiro de defesas,
É meu orgasmo que o convida.
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