A noite estava cheia de estrelas,
Era como se mil luminárias
Fossem para o horizonte,
De repente, do sofá onde estava,
Tudo ofuscou-se,
Restou a bebida,
Vinho,
Embebido a um rapaz.
-uau, seu pênis?
Ela gritou embasbacada,
Como se o vinho estivesse
Entre os lábios,
Língua e garganta,
A descer feito um rio vagaroso.
-onde?
Ele gritou em susto.
A voz dela estava alto.
- na minha boca!
Ela disse,
E derramou o vinho
Sobre ele,
E o bebeu.
De repente,
A moça levanta-se,
Faz uns passos de dança,
Decidiu-se, assim, cantora,
Sem que ele esperasse,
Em meio ao sucesso de uma
Garrafa de vinho quase vazia,
Ela decide jogar-se ao público.
- quero transarrrr.
E teria espatifado-se inteira,
Caso ele não a tivesse cotido.
- dá-me o vinho.
Ele lhe tirou a garrafa das mãos,
E bebeu bastante,
Rindo e cantando.
Decidiu se dedicar a competir,
Um ao lado do outro,
Um mais alto que o outro,
E o público,
Emudecido.
Sapos, rãs, gafanhoto, pássaros
Todos se foram.
-eu nasci para o sexoooo.
Ela gritou,
Endoidecida,
Ele não soube identificar
Se fosse música
Ou loucura.
- é pouca a bebida.
Ela reclamou.
Então, estava afastado
O devaneio dever-se
A efeito da bebida.
Transaram feito dois bêbados.
Contudo, ambos lúcidos.
Afinal não havia encerrado o líquido.
Bebida descia a garganta,
Molhava seus corpos,
Tirava a roupa,
E o líquido não tinha final.
Uma discussão se iniciou,
Uma garrafa ameaçou
Ser jogada fora,
Dois corpos caíram esvanecidos,
Um ao lado do outro.
Palavras desnorteadas,
Uma carreira de cantores arruinada,
Uma noite de estrelas perdidas.
Ambos adormeceram.
Acordaram babados e sujos de vinho.
Sem forças para levantar a cabeça,
Mexer-se,
Ou recordar de tudo que houve,
O líquido restante
Foi buscado sem êxito.
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