Tudo corria bem na vida dele,
Trocou de país por novos ares,
Deixou os pais e irmãos,
Recebia deles pensão.
Jovem decidiu fazer faculdade,
Ocorre que meses de estudo
O deixaram em dúvida
Com relação a profissão.
A pedido dos pais,
Manteve-se em aula,
Porém, faltava bastante
Sua saúde de jovem
Não se comprometia a vida de baladas,
E noites de diversões desregradas.
Passou a se ausentar no trabalho,
Não dar satisfação aos pais,
Recebia a pensão com êxito,
Quanto as aulas pedia reposição
Por vídeo gravado por um amigo.
Ocorre,
Que amigos de balada,
Também são amigos do dinheiro,
Falta um tostão,
Leva um tropeção,
Beijos em garotas a esmo,
Saidinha até com garotos mesmo,
Bebidas e não faltou tempo,
Passou a usar outras drogas,
Abandonou a limpeza do apartamento,
Preferia como estava.
As vezes,
Esquecia onde morava,
Acordava na beira do mar,
Trancado no carro com garotas,
Tudo parecia perfeito
E durou tempo.
Contudo,
Um dia os pais
Preocuparam-se com tantas faltas,
A faculdade exigiu dinheiro
Ou a matrícula seria trancada.
A conta da limpeza chegou baixa,
A mesada não foi exigida dobrada
Nem houve pedidos de adiantamentos,
Cessaram mensagens de garotas
E garotos em busca dele...
Os pais pegaram o primeiro voo
Em direção ao tal país,
Chegaram até sua residência
Não o encontraram,
Ligaram e ofereceram dinheiro
E regalias,
Não o acharam.
Não tão distante, porém,
Em beco da segunda rua
Depararam-se com um corpo
Sem vida,
Caído no chão,
Sua pele escurecida
Estava com aspecto envelhecido,
O cheiro era intenso e podre.
No entanto,
O relógio do rapaz
Estava no pulso deste,
A mãe quis desmaiar,
O pai achou que iria morrer,
Haviam as iniciais da família,
Tudo indicava que se tratava dele.
O lindo filho,
Amado e cuidado com todo esmero,
Encontrado morto
Em estado irreconhecível.
Não havia sinais aparentes
Que indicassem o meio
Que foi usado para seu fim,
Muito menos encontraram o autor
Do crime.
O filho estava morto,
Não retornaria a seu país,
Não seria mais o menino amado,
Jamais abraçaria seus pais.
No entanto
Saques foram retirados
De sua conta bancária
Por ele mesmo.
Os pais pediram filmagens
E se tratava dele próprio.
Os pais fizeram buscas,
Usaram de todos os modos
Possíveis para encontra-lo,
No entanto,
Decidiram atrasar a mesada,
E ao ligar não reconheceram a voz,
As atitudes também não eram
As mesmas.
Exumaram o cadáver
E evidenciar se tratar do jovem.
Mas os saques continuaram.
Gastos nos cartões,
Boletos da faculdade,
Aluguel do apartamento,
Todos os gastos permaneceram...
Tardou meses,
E um sistema diferenciado cibernético,
Descobriu se tratar de um programa
Onde uma quadrilha de policiais
Especializados em criminologia,
Matavam os jovens,
Se apossavam de suas vidas
E faziam gravações de voz,
E vídeos destes,
Após simulação situações
Até que se apossassem de todo
O dinheiro.
Usavam pessoas parecidas,
E um sistema de forjar atitudes
Por meio cibernético das pessoas
Com base em fotos.
Nada traria a vida
Do rapaz de volta,
A dor prendeu a família
Em busca de ouvir sua voz,
Fizeram videochamadas
E ficaram embasbacados
Com a similaridade,
Seria possível ser enganado
Por uma vida.
Mas o amor que um pai
Tem por seu filho
Não pode ser esquecido
Ou forjado.
O filho morreu nisto,
E estava enterrado.
Lhe tiraram tudo,
Família, amigos e dinheiro.
Restou a ele o túmulo.
E paz ao garoto enganado,
Ou então, perdido,
Porquê um filho longe da família
É propício ao engodo.
Flores e choro.
Saudade e medo.
Foi tudo que restou do garoto.
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