terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Campainha

Ela repassa a folha do jornal,
De repente,
Se depara com a
Notícia de contracapa:
Sobre um jovem
Desfalecido através de faca.

Levou um único ferimento
Profundo e lancinante,
Sem motivação aparente.

A faca foi encontrada dentro dele,
Cravada em seu peito,
Sobre a camisa azul rasgada.

Sangue escorreu pela rua
E a deixou escorregadia,
Adiante,
Um motoqueiro derrapou
E sofreu acidente em virtude.

Ele foi encaminhado ao hospital
E o morto para a delegacia de homicídios.

Ela estremeceu,
Tremeu tanto que rasgou
A página,
Mantendo ela entre os dedos
De maneira tão apertada
Que suas mãos foram
E quando deu-se conta
Era tarde da noite
Ou então, amanhecia do dia seguinte.

Ela perdeu as horas
E talvez,
Os sentidos.

Reconheceu o rapaz.
Se tratava do moço
Que poucas noites anteriores
Ao acontecimento
Teria sentado com ela
Num bar,
Bebido cervejas
E trocado confidências.

Ela considerou quase um encontro,
Por pouco não o beijou
E ainda não sabia porquê motivo
Ela mesma não o levou até
Em casa,
Vez que ela estava de carro.

O bar ficava no andar debaixo
De seu apartamento,
Ela tinha o costume de frequentar
O local.

Ainda em estado de pânico,
De certa forma, medo.

Ela foi bruscamente retirada
Deste estado emocional
Quando a campainha tocou
E um estranho
Estava convidando-a para beber.

Confessandamente,
Que um convite não beirava
Ao absurdo,
Mas ali na porta
Estava um estranho,
De casaco comprido,
Botas e calças jeans,
Sua apareceu lhe causava arrepios,
E um estranho medo
A impediu de falar
E mais ainda,
De aceitar o convite.

Ela sentiu-se como
Se não fosse mais uma pessoa
Bonita e legal para uma noite de bebidas,
Era como se tivesse se tornado
Um arquivo,
Com identificação e motivação:
“aquela noite nunca poderia ter acontecido “.

Mas houve,
E agora
Ela era procurada por isso.

O beijo não foi dado,
Nem ao menos prazer oferecido,
Foram cervejas e conversas,
E agora a faca...

Ela sentiu como se ele
Crivasse a porta com sua faca,
Como se tentasse abri-la,
Forçando a fechadura,
Rasgando-a,
Entortando até que cedesse
E ele pudesse passar,
E então, finalizar o que começou.

Ela sentiu um medo de terrível
De ficar próxima a porta,
E de ficar distante da porta,
Se ficasse perto
Poderia ser encravada nela,
Se se distancia-se e ela
Fosse aperta,
Ela não estaria próxima
Para impedir a entrada,
Ou ao menos tentar.

A campainha tocava e tocava,
Parecia falar,
Gritar urgência,
O dia parecia se aproximar,
A luz falhou,
As lâmpadas da calçada se apagaram,
E a rua ficou as escuras,
A lua parecia distante,
E ele batia os pés insistente,
Tocava e tocava a campainha outra vez.

Suas mãos eram grandes e fortes,
Estranguladoras de se olhar,
Ele inspirava morte.

Seu cheiro produzia medo.
Ela achou que poderia sentir
O fio da faca penetrar seu corpo
E desfalece-la de imediato,
Em dor, agonia e desespero.

Fechou a janela,
Certificou-se de casa entrada,
Janelas, saídas e etc.

Jogou-se na cama,
Se enrolou no cobertor e ficou.
Chorou, soluçou.
Juntou uma faca na cozinha
E a guardou.

Teve medo de olhar.
De falar.

Apenas seu coração palpitou
Tão forte e intenso
Que parecia jorrar vida para fora,
Para cima dele,
Até afoga-lo
Ou despertar sua irá.

Ela não soube,
Apenas ouviu o próprio coração bater

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Hora

Anunciaram os djins, - aproxima-se a Hora. O povo daquelas areias Sobre o mar azul e limpo Estremeceu. Aguardaram uns de Al...