sábado, 11 de janeiro de 2025

Foto da TimeLife

Postar fotos na rede social
Não deveria ser sinônimo
De ciúmes,
Deveria despertar admiração,
Carinho,
E os mais lindos elogios
Ditos no silêncio do olhar,
Ou entre os cantos da casa.

Mas não é assim,
Ele posa no status,
Eu corro para a câmera,
E não importa o quanto de roupa
Ele tenha,
Eu gosto de sempre
Ter um pouco menos.

Eu sei,
Me vejo no espelho
Do celular
E penso estou louca,
Comercializando corpo
Por sentimentos,
Quê importa se ele está bonito,
Pôs fotos dele sozinho,
Eu corro logo tirar a roupa,
E disfarçar por entre meados.

Que droga de mulher
De baixa imunidade
Eu me tornei,
Só me falta correr
Por todo lugar onde ele estiver,
Segui-lo a distância
Feito idiota
E imaginar que ele
Desmereça todos os elogios
Que eu mesma o faço.

Que insegurança tão triste
Está que sinto,
Se o elogio vem dos meus lábios
São poucos e escassos,
Ele merece mais,
Muito mais que os que coloco,
Mas quando vêm de outrem
Por quê me sinto tão desguarnecida?

Frágil criatura,
Baseada em opiniões alheias,
Eu me tornei dependente do açoite
De lábios estranhos a nós dois,
Ele é autossuficiente,
Cada pose vale uma torre em chamas,
Um castelo engolido pelo mar,
Uma árvore cheia de frutas
Solta ao vento,
Eu lhe daria minha vida
Por quê acharia que alguém
Lhe daria menos?

Mas isto me importa?
Me rói as unhas,
Fere a pele,
Mexe com meu cardíaco,
Corro e posto a foto,
Se a torre pegar chamas,
Eu a sugiro um castelo,
Se tudo inundar,
Eu digo que árvore molhada
É aquela que produz mais...

E dane-se o blá blá blá,
Nem chamou no chat
Pra não confundir mais.

Fujo das fotos,
Odeio suas poses
Suficientemente vestidas
Para me converter a tirar a roupa,
Odeio todos os seus botões,
E minha mania por verão exaustivo,
E aquelas suas calças
A ver de todos os olhos
Incompatível.

Ufa,
Desabafo
E te amo.

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