As aulas iniciam as 13:30,
Porém, o colégio estadual
Se localiza no centro
Do município,
E para chegar lá
A prefeitura oferece ônibus
Gratuito aos alunos.
Não há outro meio de transporte
Disponível,
E só passa aquele em horário
Definido pelo colégio.
Treze quilômetros de distância,
Ninguém decide mais caminhar,
Todos que precisam
Usam o ônibus,
A passagem custa barato.
Porém, vai todo mundo,
Crianças, adolescentes e adultos,
Quem pode sentar-se senta,
Quem não pode vai em pé,
Se juntando até caber todos.
A estrada é de pedras e terras,
Entram bêbados,
Entram religiosos,
Vão todos juntos.
O ônibus sacoleja
Sem parar,
Nos faz quicar no assoalho,
Sempre alguém cai,
E as reclamações nunca
São ouvidas,
Ou resolvidas.
Um dia,
Um rapaz gritou lá de trás:
- mas parece carroça!
O motorista ficou irritado.
Parou o ônibus
Com ímpeto,
Jogou todo mundo sobre todos,
Uns caíram sobre o motor
Que ficava ao lado do motorista,
Outros voaram contra o vidro
E outros foram parar em seu colo.
Ele se levantou irritado,
Depois de soltar o cinto de segurança,
Que somente ele tinha.
Para os demais não é obrigatório.
Jogou as crianças que estavam
Caídas sobre as suas pernas,
Contra a porta de entrada,
E abriu a porta
Na mesma hora
Derrubando uns par
Lá fora.
Sacou uma arma de dentro
Do porta luvas,
E foi até o rapaz:
- você para de reclamar
Porquê eu vou te dar
Só um tiro agora,
Depois vou matar a tua irmã,
E também aquela tua prima.
E atirou contra o aluno:
- eu não quero ouvir
Você falar.
Estou cansado de ouvir
Suas reclamações.
Disse isto,
Atirou na frente de todos.
E se voltou.
Todos se esconderam
Agachando-se em seus bancos.
Quem não tinha banco
Encontrou lugar no chão,
Mas em pé ninguém ficou
E o burburinho acabou.
As janelas ficavam abertas
Devido ao calor escaldante,
O sol batia de frente
Para os rostos das pessoas,
Era de causar insolação,
Descamar a pele.
A poeira vinha com força
Contra os rostos,
Parecia uma espécie de açoite,
Pedras se chocavam nos olhos,
Era coisa terrível.
Mas, vamos aos estudos
Porquê povo analfabeto
Não sabe defender-se
E é aí que a história não se refaz.
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