- ah, que lindo que ele é...
Eu disse,
Lá do final da areia,
Vendo ele sentado
Sobre uma pedra
Com o mar a sua frente
E um céu que dantes
Sem limites,
Agora com nuvens.
Eu compreendo o que houve,
O bonito encontra seus limites,
E até o mais perfeito se ofusca
Diante dele,
O garoto mais lindo
Que vi,
Aquele que me conquistou.
Então, eu fui até ele,
Tirei minhas sandálias,
Soltei meus pés na areia,
E quis conhecer cada palmo
Até minha chegada,
Para que não houvessem erros.
O perfeito diante do perfeito,
Um mar de azul até além,
Uma praia de areias até o horizonte,
Um céu correspondente,
E ele...
Caminhei até seu cheiro
Tornar-se irresistivelmente próximo,
Andei até meu coração pulsar
Tão forte
A ponto de quê ele me ouvisse,
Andei até que minhas lágrimas
Tocassem a areia que eu pisava,
Andei tanto que podia
Ter me tornado pedra
A um faiscar de seu olhar,
A uma renúncia de sua fala...
Então, minhas lágrimas
Caíram no mar,
E eu fiquei perto
Tão perto que pude dizer olá.
Mas eu não disse,
Eu senti medo profundo,
Havia um invisível sonoro
Diante de nós dois,
E isto me aterrava,
Contudo, não o amedrontava.
Eu senti meus pés
Serem puxados para o fundo,
A areia se misturava ao mar,
E eu não poderia mais me mover
Em segundos,
Era um passo e estar no seu lado,
Nenhum passo
E ficar ali para sempre.
Então, eu fui.
Pisei na pedra,
Soltei minhas mãos sobre ela
E me puxei.
Ele me olhou sereno
E profundo,
Eu me puxei toda,
E vendo ele sentado
Com a perna esquerda estendida,
A outra não,
Sua mão direita sobre o joelho,
Pernas separadas,
Eu simplesmente me coloquei
Entre seu braço e sua perna.
Naquele vão,
Suspirei e fiquei ali,
Sentada sobre a pedra,
A cabeça sobre sua perna,
As mãos abraçadas nela.
Sentindo seu cheiro,
A maciez de sua pele
E de sua roupa junto ao suor
Se colar em mim,
Vi meu suor grudar-se a ele,
E vi um mar sem fim.
Que já não me fazia suspirar,
Porquê já havia algo de mais bonito,
Mais encantador e cativante,
Mas, foi perfeito ver a vida
Se manifestar naquelas águas,
Tanto quanto sentir seu coração
Pulsar mais forte e vibrante.
Ele acariciou meus cabelos
E sussurrou em minha nuca
Quente e febria por sua carícia:
- brigado!
De nada Mohamed,
Meu coração respondeu,
Eu não soube como
Mas instintivamente
Eu soube seu nome,
Assim como soube
Que aquele azul sem fim
Diante de mim era mar.
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