O frio chegou de maneira imprevisível,
Tarde da noite,
No máximo madrugada,
Um sereno arredio descia
Das nuvens
Beirava a copa das árvores
E seguia percurso.
Mais tarde,
O sereno virou gelo,
Pequenos flocos desciam
Do céu feito uma cortina
De conchas da areia.
Dentro de casa
Giovana levantou correndo
Debaixo das cobertas
Para a cozinha
Acender o fogo
E manter lenha acesa
A noite toda.
Desta maneira
Foi mais simples aguentar
O gelo que caia e se alojava
Por entre as telhas
E sobre o gramado em frente a casa,
Com um pouco sobre
As árvores.
Ao amanhecer
Sentia-se como o frio
Adentrasse para dentro do cérebro
Feito filetes invisíveis
A corta-lo ao meio,
Os membros de cada um
Tremiam ao relento,
Os lábios gaguejavam
Para falar,
Parecia que o cérebro
Buscava as palavras
Para poder dize-las.
Todavia, o fogo no fogão
Manteve-se aceso
Com um brasido vermelho
E ardente,
A chama chamuscava
Para fora da boca do fogão,
Aquecendo toda a casa.
Ao sentir que aguentava o frio
Sem ferir-se ao desenvolver
O trabalho,
Dalvan saiu para fora de casa,
Testou os pés caminhando
De botas no relento do gelo
Derretendo sobre a grama verde,
Pouco gelo havia,
Isto ajudou -o a tomar sua decisão,
Ele testou seus dedos
Juntando madeira do chão
Levando-a para dentro de casa
E percebeu que sentia
Cada um de seus músculos,
Por tanto,
Convidou sua filha Giovana
E foram buscar lenha.
Juntou-se a junta de bois,
Entraram ambos,
Colocaram na carroça
E subiram a estrada
Rumo ao horizonte azul
E impecável que apenas
Um céu congelado
É capaz de ter.
Chegado dois quilômetros
Depois de casa,
Lá no finalzinho da propriedade
Eles buscaram a madeira
Que caiu com a última tempestade,
Havia eucalipto jogado
Por toda parte,
Pouco deles foi cortado
Em toras,
A maioria apenas foi jogado
Para um lado
Para retirar da estrada
E deixar livre o caminho
De passagem.
No entanto,
Depois de meses lá caído,
Eles secaram
E agora prestavam para lenha.
Dalvan e Giovana cortavam
O final de cada tora
E puxavam para a carroça
No tamanho da carroça e
Aproximado um metro após seu fim.
Nisto, Ezabelita chegou
Dirigindo a camioneta Strada,
Parou em frente aos bois,
E buscou os galhos menores.
Todos os três retornaram
Para casa as dez horas
Da manhã,
Bem cedo do dia,
Tinha muito tempo
Pela frente
E bastante lenha para cortar
E amontoar.
Chegado numa altura,
Ezabelita se assustou
Com uma cobra que trafegava
No meio da estrada,
Ela aumentou a velocidade
Da camioneta,
Engatou bem a terceira marcha,
E rumou para cima dela.
Porém, a cobra enrolou-se
De tal forma na roda
Do carro de Ezabelita
Sem parecer morrer
E o carro deslizou
Com aquela cobra pendurada,
A menina fechou o vidro da janela
E aumentava a velocidade
E freava sobre a cobra
Para mata-la.
Os bois correram com a carroça cheia,
Depois num ímpeto de medo
Estaquearam-se no meio
Da estrada
Uma madeira se deslocou,
Caiu para trás ligeira
Bateu no chão e
Quicou para os céus azuis
E gelados do Brasil,
Tomando proporções catastróficas,
Subindo naquele azul sem parar,
Até que de repente parou de subir
E simplesmente foi para a frente
Num rumo congelante e sem fim,
Até sumir no horizonte,
Mais tarde,
Assistindo o noticiário
Ao seu colocar mais lenha no fogo,
Descobriu-se
Que naquele voo louco e congelante
Ela se deparou com a esfinge
Atingindo em cheio seu nariz,
Bem na resvalada
Enquanto já estava a cair
Feito areia,
Porquê lá já não era tão frio.
Ela desceu deslizante,
Bateu no nariz
E feriu a estátua gravemente
Amputando parte de seu rosto,
Agora Dalvan decidiu ir buscar
Lenha para estocar
Antes do início do frio intenso,
Lhe pareceu mais sensato,
Mas quanto a atingir a esfinge
Ninguém comentou naquela casa,
Já o Faraó desceu de sua pirâmide
Danado da vida,
Decidiu por alguns dias
Parar seu trabalho
De construir tão alto as pirâmides.
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