sexta-feira, 2 de maio de 2025

Casa na Planta

-feliz aniversário Keila.
Gritaram Kate e Jerman
Abrindo a porta do quarto,
E correndo até a filha,
Retiraram o cobertor
De sobre seu corpo
E lhe depositaram beijos
Em seu rosto,
Lhes dando um abraço.
- obrigada mamãe e papai!
Ela respondeu,
Levantando os braços
Para abraça-los.
- amo cada dia ao lado
De vocês.
Vocês são meu orgulho!
Disse com os olhos lacrimejantes.
- seus dezoito anos filha,
28 de fevereiro,
Dezoito anos.
Disse o pai,
Pegando seu rosto
Ente suas mãos.
A olhando firme.
- tome, as chaves do seu primeiro carro...
Ele retirou do bolso
 Duas chaves com um
Chaveiro com a fotografia
Dos três na praia abraçados.
- nossa, que legal.
Não vejo a hora
De mostrar para os amigos!
Ela respondeu,
Se colocando em pé
Sobre a cama,
Pulando de felicidade.
- hoje nós vamos juntos
Te inscrevermos para o vestibular....
Que incrível filha,
Irá escolher o curso
Em que vai se graduar.
Disse a mãe
Pegando em sua mão quente.
- vai decidir seu futuro, filhinha!
Disse o pai,
Tocando sobre a mão da esposa.
Ela abaixou-se
E beijou ambas as mãos,
Então, os abraçou.
- vamos depressa,
Te aguardamos na sala.
Kate disse,
Já virando as costas
Para sair do quarto.
Mal fecharam a porta,
Keila desceu num passo
Da cama,
Caindo em pé de solavanco
No chão acarpetado do quarto,
Escolheu jeans amarelo
E camiseta azul,
Um tênis amarelo,
Colocou um boné preto,
E saiu.
Correu para a cozinha,
Tinha café pronto
Servido na xícara sobre a mesa,
Tomou café,
Comeu o pão com queijo
E salame de sobre o prato,
E saiu para a sala.
Pegou na mão do pai
E da mãe,
Jerman abriu a porta
E saíram para fora.
- Uau, que lindo!
Leite disse abismada,
Surpresa e feliz.
Pulou de felicidade,
Abraçou os pais,
Beijou seus rostos.
- eu amo, amo, amo vocês.
Disse aos prantos,
Um carro amarelo bebê
Brilhava na rua
A espera-la.
- eu levo vocês,
Venham comigo.
Eu dirijo com habilidade.
Gritou e percorreu correndo
Os degraus da escada,
E a calçada que a separava
De seu carro.
Apertou no botão,
Desligou o alarme,
Abriu a porta da frente
E a de trás para seus pais.
- entrem, entrem.
Meu Deus, que lindo.
Gritou passando a mão
Sobre os bancos
Impecáveis.
Depois, correu para o banco
Do motorista e se sentou.
- que lindo filha,
Nunca estivemos mais felizes
Que hoje.
Gritou a mãe
Chorando sua felicidade
No banco da frente.
Três esquinas percorrida
No trajeto que ligava
A faculdade escolhida,
E o pai pediu para ela estacionar,
Ela estremeceu ao volante,
Sentiu medo de ter feito algo errado,
Com as pernas bambas,
Ela estacionou próximo
A calçada,
Suando frio,
As mãos tão frágeis
Que já não tinham forças.
- saia do carro filha.
O pai disse sorrindo,
Enquanto saia do carro
E abria a porta para a esposa.
- nós vamos lhe dar um apartamento ou casa,
Você escolhe,
Vamos comprar novinho,
Na planta.
O pai disse emocionado.
Leite não cabia em si,
Desceu trêmula,
Se escorou na porta para não cair.
Entrando na empresa
De construção e locação de imóveis,
Escolheu um apartamento
Próximo a faculdade,
Isto a retiraria do trânsito,
Deixando a salvo de acidentes.
A compra foi feita em seu nome,
Os pais financiaram no banco
Todo o valor,
Ali foi pago a vista,
Uma cédula sobre a outra,
Contadas até somar-se o valor.
Em seis meses
Ela ganharia as chaves
Do apartamento
E poderia ir morar nele,
Já estaria mobiliado
Conforme sua escolha.
Saiu feliz,
Com a nota fiscal em mãos,
Tudo perfeito.
Escolheu a faculdade de medicina veterinária.
Passou no vestibular
Na mesma semana,
Nota seis.
Suficiente.
Iniciou as aulas em um mês,
Da sua casa até a faculdade
Gastava duas horas
De trânsito intenso,
Passava medo,
Mas, o aprendizado era válido,
E necessário.
Rezava de joelhos
Em casa noite
Com as mãos juntas
Sobre a cama
Para as notas serem boas,
Ela não sofrer acidente
E que os quatro meses
Que a separavam da aquisição
Do apartamento
Transcorressem rápido.
Mas quatro meses,
Correm os dias
Em duas comuns,
Todavia, três meses após
O pagamento a empresa sumiu.
A maioria de seus colegas
Adquiriram apartamentos
Na planta da mesma forma
Que ela.
Ela reuniu os colegas,
Que chamaram conhecidos
E amigos,
Procuraram na cidade,
Nas proximidades
E não encontraram mais
A empresa prestadora
Do serviço,
Foram ao banco,
E não teve retorno,
O dinheiro foi sacado,
A dívida era válida,
Corria juros,
A maioria era paga em parcelas...
Os colegas puseram anúncios
Nos jornais de circulação,
Na televisão
E em todos os meios possíveis,
Fizeram comunicação a polícia
Que informou que nada podia
Fazer mas que tentariam resolver.
Passaram doze meses,
Terminou o ano da faculdade,
Os boletos ainda vencendo
Em cada um dos nomes,
Iniciou o ano escolar,
E um dos alunos
Buscando em rede social
Encontrou o casal de vendedores,
Lá havia endereço
E o nome da empresa,
Porém o nome das pessoas
Era diferente
E o da empresa, também.
O serviço,
No entanto,
Era o mesmo.
O casal mudou-se de estado,
Estavam localizados
Três estados distante dali,
Viviam vida cômoda,
De regalias e dinheiro fácil.
Tinham fotos deles
Em carros de luxos,
Festas caras,
Ao lado de artistas famosos,
Usando ouro,
Roupas de grife,
E mansões diferentes.
Pareciam estar aproveitando
Muito bem todo o valor
Usufruído dos enganados.
Leite irritou-se,
Chorou sobre a carteira,
Molhou o notebook de estudos,
Perdeu todo o conteúdo
Da aula.
Uniu-se com dois colegas,
E pegou suas chaves
Com rumo ao casal de ladrões,
Usando as informações
Da rede social,
E a vida de luxo exibicionista,
Não foi difícil encontrá-los.
Ao chegar lá,
Felix gritou toda sua dor,
Não importou-se com nada,
Invadiu o escritório,
Estourou a imagem
Da câmera a tiros de revólver,
Fez a mulher que os recebia
Abrir a boca,
E apertou o gatilho
Contra ela.
O homem,
Seu esposo,
Que participou do roubo
Saiu de sua sala,
A achou de cabeça caída
Sobre o teclado de computador,
Então, foi prensado contra
A parede,
Algemado.
Sob mira do revólver,
Ele acessou os dados bancários
Dos dois,
E transferiu o dinheiro
Que foi possível
Sobre cada beneficiário,
Poucos recuperaram
Seus valores,
Mas ele certificou-se
De que não roubariam de volta,
Descarregou o revólver
Contra sua cabeça.
Depois pegou as chaves
Do seu bolso,
Fechou a porta da empresa,
E jogou as chaves
Numa boca de lobo
Ali próxima.

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