quinta-feira, 15 de maio de 2025

Não Foi Por Dinheiro

- sua esposa
Está lhe traindo.
Enrique acordou
Com os olhos arregalados
Tendo pensamentos negativos
Correlatos com relação a esposa.
Neste dia,
Ele virou-se para o lado,
Se deparou com ela dormindo,
Olhos fechados,
Face lívida,
Lábios roseados,
Cabelo escuro
Soltou por sobre seus ombros,
Corpo teso,
Um semblante sereno
Quase assustado.
Uma lágrima desceu
Pelo rosto de Enrique,
Como um carinho,
Ele se pôs sobre o cotovelo,
E com a mão
Fez carinho em sua amada.
Recordou seu primeiro beijo:
Era um baile noturno,
Uma banda do interior
Tocava músicas locais,
Ela estava rodeada por mulheres,
Todas dançavam
Uma com a outra,
Muitos homens a chamavam
Para dançar,
Nem sempre ela ia.
Ela usava jeans preto,
Camiseta comprida de banda,
Cabelo amarrado para trás,
Semblante sereno,
Encantadoramente perfeita.
Naquele dia
Ele deixou de fazer racha com o carro,
Pela primeira vez
Retornou para casa
Sem estourar pneus,
Deixou a bebida de lado,
Tomou coragem
A convidou para dançar.
A música soou suave,
Ele sabia mais a dança
De ir para frente e para trás
E virar para continuar
Na pista.
Envergonhado
Explicou a ela
Que não dominava o ritmo,
Ela o empurrou pelos
Ombros,
De sua camisa verde de lã fina,
Então, aproximou-se
Colou seu rosto
No ombro dele
E moviam-se no ritmo lento.
Uma mulher de salto fino
Pisou no pé dela,
Ela gemeu,
Ele a ergueu no colo,
Rodopiou na pista,
Depois a elevou para o céu
Admirado de sua beleza,
Ao desce-la
Ela levou uma mão
Ao seu rosto lívido,
Aproximou-se e beijou
Seus lábios,
Apenas tocou-os
Para depois se afastar.
Iniciou chuva intensa,
Raios fortes trepidavam
Pela estrutura,
Um vento muito forte
Derrubou um alicerce
Ao lado direito deles.
O alicerce caiu
Levando parte da estrutura,
Uma parte da parede
E do teto,
Caiu sobre o cantor,
Ele foi retirado inconsciente
De lá.
Pelo microfone
Foi informado que o baile
Teve fim,
Foi feito o pedido
De que todos se retirassem
E procurassem abrigo.
Com a chuva intensa,
Era impossível dirigir,
Ambos deixaram o carro
Lá no estacionamento
Do recinto do baile,
E foram ao hotel mais próximo,
Que ficava a poucos metros
Atrás da casa de shows.
Entraram no local,
A chuva batia nas janelas
Escorria com um estrondo
Ao solo das plantas,
Eram quatro horas
Da manhã,
O sono já pesava os cílios
Que piscavam e
Não queriam abrir-se.
Pediram um quarto,
Decidiram dividir a cama,
Subiram,
Dormiram juntos.
As quatro e meia
Ela removeu a calça,
Depois a calcinha,
Então, o sutiã
Pedindo a ajuda dele.
Os dois dormiram
Um ao lado do outro,
Ele lhe fez carinho
A noite toda.
Soube que ela havia rompido
Um namoro antigo,
Que estava sofrendo
E preferia não se envolver.
Com os estrondos lá fora,
Eles fizeram carinhos
Um no outro
A noite toda,
Então, roçou com a ponta
Dos dedos seu rosto,
A aconchegou em seu corpo,
E dormiu sereno
Com ela em seus braços.
O dia amanheceu
Com ela sentada em seu peito,
Beijando sua boca,
Ao acordar,
Ela fez um movimento
E saiu para fora da cama,
Retirou a camiseta
E vestiu-se nua,
Devagar cada uma
De suas peças.
Marcaram novo encontro,
Desta vez foi na casa dele,
Ela chegou as oito,
Ele pediu pizza da Sadia,
Colocaram aquecer no forno.
Sentaram no sofá,
Ele soube que a amiga dela
Estava de partida
Para outra cidade,
O aluguel dela ficaria caro,
O salário dela estava baixo,
Ela teria que mudar-se,
Não sabia para onde.
Ele chamou-a
Para ficar com ele,
Dividir a casa,
Haviam quatro quartos,
Seria fácil
Nenhum importunar
O outro.
Ela tinha poucas coisas,
Na maioria roupa,
E poucas peças,
Toda noite ela limpava a casa,
Ele demitiu a empregada,
Ela não exigiu salário,
No contrário,
Tomou o trabalho por obrigação.
Na metade do segundo mês
Beijaram-se na entrada da casa,
Quando ele estava de saída
Para o futebol da semana.
Depois do beijo,
Olharam-se e riram
Um do outro,
Foi muito natural,
Ela retornava do trabalho.
A noite, fez muito frio,
A geada corria no gramado,
Deslizava pela janela de vidro,
Ela foi pedir cobertores
Emprestado no quarto dele,
Ele buscou no roupeiro
E viu que não tinha,
Sempre teve o bastante para ele,
E as vezes, faltava.
Devido ao frio intenso,
Ele pediu que dormissem juntos,
Ela usava calcinha e sutiã
Apenas,
No decorrer da noite
Ele a despiu,
Deslizou as mãos por seu corpo,
Fizeram amor.
Foi a primeira vez.
Depois, fizeram em casa dia,
Então, sempre que se viam,
Ao final do terceiro mês
Que eles moravam juntos,
Ele a pediu em namoro.
Agora, há um ano juntos,
Ele pensava em casamento...
-Cassandra, eu te amo.
Enrique falou
Acariciando seu cabelos,
Ela abriu os olhos,
Ele aproximou-se,
Beijou sua orelha,
Depois o rosto,
Então, seus lábios,
Depois fez amor.
Ela saiu de vestido
Para o trabalho,
Ele sentiu-se
Tão deprimido
Que não pode ir trabalhar,
Sentia ciúmes,
Estava dominado
Por ideias ruins.
Parecia que tudo iria ruir.
Tudo pelo que lutou,
Na chegada dela,
As dezoito da tarde,
Ele discutiu devido a roupa:
- por quê você usou vestido?
Cassandra, por quê?
Ele gritou
Sobre o rosto dela.
- Enrique, você gosta
De me ver assim.
Ela respondeu,
Levando a mão
Ao rosto dele.
Ele tocou sua mão.
Retirou do rosto
E virou-se,
Então, Cassandra
Caiu sobre os joelhos,
Sentiu dores intensas.
Chorou.
Ele virou-se a tempo
De ampara -la,
Antes de ela desmaiar.
Seu celular fazia
Muitos barulhos estranhos,
Cada vez que ele mexia
Na tela,
Tudo que as redes sociais
Mostravam parecia
Contar histórias depressivas,
Com cunho negativo.
Já não reconhecia
As vozes dos amigos,
Sem saber porquê
Parecia que ele sabia
Tudo que iria ver
E que falavam mal
De Cassandra.
Através de mímica
Ele pediu a ela que falasse
Enquanto estivesse
No banheiro
Que queria encontrar-se
Com este seu companheiro obsessor,
Porquê ela tinha alguém,
Que de forma estranha
A seguia
E este alguém
Não lhe queria bem.
Com o chuveiro ligado,
Ele nunca no banho,
A portas abertas,
Olhando para ela
Em prantos,
Ela o fez,
Jogou-se na cama,
E disse que iria se tocar
Para ele.
Pegou o celular,
Ligou na parte de registrar fotos,
Ligou a câmera
E mostrou seu corpo
Rosado e febril.
Depois, ela soltou
O celular ao lado do travesseiro
E chorou.
Enrique saiu do banheiro,
A amparou em seus braços.
Fizeram amor,
Ele fingiu sair com o carro,
Combinado com um amigo,
Que fingia falar com ele
Enquanto o carro seguia
Até sua casa.
Um homem apareceu
Na casa deles,
Eles não reconheciam
A feição
Ou qualquer outra coisa.
Ele chegou,
Ela abriu a porta,
Então, ele a agarrou a força,
A jogou no chão,
Mantendo seu corpo
Contra ela.
Enrique sacou uma arma,
Desferiu dois tiros
Contra o sujeito,
Ele caiu no chão morto.
- não foi por dinheiro
Que você fez isto,
Foi puro ódio.
O celular de ambos
Silenciou e pareceu 
Se normalizar.
Um estranho os vigiava,
Dava ordens,
E fingia situações contra ambos.
Eles abraçaram-se,
Inseguros quanto a isto.
Não souberam muito
Sobre o rapaz,
Não tinha passagens
Na polícia,
Era um sujeito bonito,
Mas, possuía senhas de banco
E números de contas 
Dos dois 
E de muitos outros estranhos.

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