quarta-feira, 28 de maio de 2025

Um Bom Vinho

Depois da segunda taça
De vinho bordô
Tomada em frente a lareira
Do fogão a lenha
Herança da vovó,
Recorda-se até trinta anos passados.
Lá por aquelas idades
A coisa do crime era mais formalizada,
Polícia ainda era polícia
E bandido tinha cara,
Facilmente andava-se
Pelas ruas
E reconhecia-se um.
O problema é a formatação
Da sistematização,
Tudo misturou-se
Já não usa-se farda
Para roubar bancos,
Pode-se ser confundido
Com um policial,
E ser chamado de corrupto
Na cara,
Ainda ter de discutir
Por quê fulano
E ciclano estão por aí as soltas...
A verdade
É que a mentira foi configurada,
Dizia meu tio:
“ Meu irmão,
Deus me livre
Ser estuprado pelo fulano,
Olha,
Prefiro que ele me mate!”
Fulano era tão feio
Que se enojava o ato
De ser submetido
Ao prazer de maldito bandido.
“A morte ou um foragido!”
Grita-se logo na partida
Pra não haver mal uso da bebida.

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