terça-feira, 17 de junho de 2025

Mãe Adolescente

O destino foi trágico
Com Paula,
Filha de pais alcoólatras,
Desde menina sofreu violência.
Levada a vender o corpo,
Cedo demais para que
Compreendesse o que fazia,
Seus pais não podiam trabalhar,
Ela foi obrigada a sustentar seus vícios.
Aprendeu a beber,
Cortou o cabelo feito homem,
Comprou um carro,
Dirige muito bem.
Todavia, decidiu abandonar
A família,
Ou foi obrigada a este rumo,
Não saberia dizer,
Aos quinze anos
A prostituição lhe exigia muito
Para gastar seu dinheiro
Com três viciados,
Ela e seus pais.
Conheceu em seu destino
Muitos garotos,
Um dia,
Descobriu-se grávida,
Sustentada por boas lembranças
E sonhos de adolescentes
Manteve a gestação até o fim.
No entanto, neste caminho,
Fez uso de drogas fortes,
Passou noites na sarjeta,
Deixou o aluguel atrasar,
Foi despejada do imóvel,
Esqueceu de pôr gasolina,
Teve o carro guinchado
No meio da rua,
Parou toda a avenida
Por falta de combustível.
Conciliou sua vida
De trabalhadora
Com a prostituição
Sem decidir qual realmente
Era o ofício para o qual
Mais era habilitada.
Isto, lhe devolveu o carro,
Encheu o tanque de gasolina,
E a fez alugar novo imóvel,
No final de dois meses,
Deu a luz,
Um lindo menino de olhos azuis
E pele rosada.
Ao amamentar na maternidade,
Olhou as lindas faces coloridas,
Percebeu que jamais
Reconheceria o pai da criança,
O bebê nasceu muito parecido
Com todos.
Mas, era dela,
Se via pelo leite que jorrava
Dos seus seios
E que ele sugava
Com tanta intensidade e fome.
Retornou ao lar,
Foi obrigada a passar
Uma noite em claro,
Amamentando o bebê
E vendo as motivações
Do seu choro,
No clarear do dia,
Ao fazer a mamadeira
E queimar os lábios
Para ver o calor do leite
Que iria servir a ele.
Quis desistir,
Desejou abandonar a criança,
Olhou para aqueles
Olhos azuis chorosos
E quis odiá-lo.
Naquela tarde,
Havia marcado um programa,
O preço havia diminuído
Pois o leite dos seus seios
Jorrava com intensidade
E molhava sutiã, roupa,
E nisto, molhava o homem
Com quem estava.
Odiou o leite,
Preferiu nunca tê-lo.
De ímpeto, vestiu-se
E levou com ela o menino.
Ao entrar no carro,
Dirigiu até o motel,
Obteve o local de onde
O homem estaria,
Anotou no celular e foi.
Dirigiu a toda velocidade,
Tentando espantar a raiva,
Agora tinha com ela
Uma criança,
Tudo se dificultava.
Entrou no quarto,
Fechou o carro,
Olhou o homem que tanto conhecia,
Um sujeito de outra cidade
Que a ajudava com dinheiro
A muitos anos.
Sorriu,
Voltou ao carro,
Abriu a porta
E retirou o bebê do carro,
Pediu um preço razoável,
Explicou sua inexperiência,
Apresentou suas desculpas.
“É um menino,
Um lindo menino.”
O homem olhou,
Pegou no colo,
“Segure, lhe fará bem.”
Ela insistiu.
Vendeu o filho.
Nunca desejou vê -lo.
Foi até o cartório e
Providenciou certidão de óbito,
Alegou que o perdeu no rio,
Quando o levou tomar sol.
A criança ganhou um nome.
Sobre ela apenas soube
O que ficou imutável
“era um menino.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Transporte Ilegal

Terceiro ano de trabalho Na mesma empresa, Cansada de ir ao serviço No transporte público, Vez que, no mês anterior, Um rapaz ...