quarta-feira, 4 de junho de 2025

Preços de Vitrine

Aconteceu de ela
Gostaria de fazer compras
Em certa loja
De calçados,
Nisto, precisando de trabalho
Levou currículo lá.
Pediu para deixar
Com a gerente
Assim conversaria
Com ela
A respeito de suas necessidades
E aptidão para o trabalho.
Estava com vontade
De trabalhar,
Gostava do lugar,
E se esforçaria para ser a melhor.
A vendedora
Que sempre a atendeu
E foi educada,
Desta vez,
Não foi
E nem disfarçou.
Riu alto da cara dela,
Pegou o currículo
E disse que iria pôr
Entre os demais que chegaram
E em caso de precisar contratar
É que a gerente iria
Tirar tempo para selecionar,
E apenas, então, chamar
Para conversar.
Ela deu um passo para trás,
Seus olhos lacrimejaram
De vergonha e medo.
Saindo para fora,
No terceiro degrau da escada
Ela olhou para a vitrine
E viu um cartaz escrito
Contrata-se.
Do lado havia outro
Especificando data
E porcentagem de promoção.
Era no próximo sábado,
Seria após três dias,
Ela tinha dinheiro,
Não era uma miserável
Comprava e pagava
E iria comprovar.
Chegando o sábado,
Ela chegou dirigindo
Seu próprio carro,
Tirou sua bolsa de couro falso,
Que mais parecia um
Plástico desbotado,
Quase uma sacola de supermercado,
Mas, ainda assim uma bolsa,
E tinha dinheiro,
Isto era o que importava.
Ela pensou
Enquanto pegava a bolsa
Da parte traseira do carro
Estacionado em frente a loja
E batia a sujeira
Que se acomodou sobre ela.
A poeira da rua
Que voou enquanto dirigia,
Pegou seu cãozinho
Que estava no banco
Do caroneiro
E o pôs em seu colo.
Ela não deixava o garoto,
O tinha por filho,
Devotava a ele
Todo o amor que sentia.
Entrou na loja
E haviam poucas pessoas,
Na maioria estavam aglomeradas
Apenas as vendedoras,
Nenhum cliente,
Ela sorriu internamente,
Um dia viriam quem tais
Pessoas eram,
Porquê não se maltrata
As pessoas nem outros seres.
Ao entrar,
Foi vista com desdém,
Finalmente, via quem eram,
Logo quando precisou de trabalho,
O destino é triste
Com quem precisa de emprego.
Ela foi até a banca de calçados
Compatível com seu gosto
E o valor que poderia desembolsar,
De repente, choveu vendedoras
Ao seu lado.
Uma lhe chamou de amiga,
Se tornou confidente
De segredos familiares,
Recordou a ela que sempre
Compravam juntas,
Claro, uma vendia
A outra pagava.
Mas, ela não guardava rancor,
Não lhes prestava ódio,
Não se sentia capaz,
Então, iludida com tanto carinho,
Café servido,
E bolachas disponíveis
Para os clientes,
Acabou por soltar o cãozinho.
Logo depois,
De repente tornou-se noite,
As horas correram no relógio,
E se aproximava uma tempestade,
Escolhida uma sandália,
Bonita, promocional e apta
Para o trabalho,
Ela se dirigiu para fazer o pagamento,
No entanto, seu por falta do bichinho.
Correu para fora desesperada,
Gritando que precisava
Do animalzinho,
A outra fingiu entender,
Olhou para trás de uma forma
Estranha, rindo
E parecendo sentir ódio,
De íntima passou
A completa estranha,
Há se afastou
Como se ela tivesse alguma doença.
Ela correu para a calçada,
Esqueceu a falsa bolsa,
O dinheiro dentro,
Esqueceu tudo,
De repente muitas pessoas
Se juntaram ao redor,
Cenário de pesadelo,
Era data de promoção
Todos se reuniram para comprar.
Então, cada qual
Tinha mil cachorros
E todos pareciam ter a cara
Do animalzinho dela,
Ela o buscava e não o reconhecia.
Depois gritou seu nome,
Gritou alto o quanto o amava
E o quanto o queria ao seu lado,
Chamou-o em desespero,
E o bichinho ficou emudecido,
Alguém o havia pego
E neste instante deveria
Estar indo embora com ele,
Ela precisava recupera-lo,
O amava.
Precisava dele com ela,
Mas, estava sem dinheiro
Para pagar para tê-lo de volta,
Então, voltou para dentro,
E lá percebeu que nunca teve bolsa,
Ela entendeu quando a vendedora
A atendeu lhe entregando
Uma sacola de plástico
Do tipo das de supermercado
De volta,
Lá dentro estava seu dinheiro,
Seus documentos,
Ela nunca teve bolsa,
O que ela queria ao entrar ali
Era comprar uma,
Na verdade,
Conseguir um trabalho
Para comprar ali mesmo
Uma que fosse legal.
Então, a vendedora não
Lhe era má,
Ela é que era desligada
Com relação a estas coisas,
Ela quis a bolsa,
Mas não tinha todo o valor,
Então, veio se poderia adquirir
Neste instante de promoção,
Ou então,
Esperar até conseguir o trabalho.
Ao sair para fora
Ela pensou
E por quê não tentava
Levar currículo
Também não loja ao lado,
Ela nunca teve dinheiro
Para comprar lá,
Então, também nunca tinha
Entrado no lugar,
Os preços da vitrine
Não lhe eram apreciativos...
Então, lembrou outra vez,
Retirou os olhos da outra vitrine
E pensou: cadê seu cachorrinho?

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