Zilu não suportou
O adeus,
Decidiu ser a primeira
A dar o passo em direção
A reconsideração.
Desde que iniciou
O namoro,
Há um ano
Comemorado naquele
Mesmo dia,
Duas vezes acabou,
Duas vezes eles reataram.
Na primeira oportunidade
Ela desmarcou encontro,
Decidiu ir às escondidas
A uma boate entre amigas,
Quis rememorar as lembranças,
Reviver bons momentos,
Afinal um instante
Em que se decide casar-se
E ficar com um só homem
Para sempre
É um momento
Que precisa de reflexão,
E de testes,
Por que não?
Ela decidiu saber
Se o deseja a tal ponto
Ou se era apenas comunhão
De opiniões e gostos.
Escolhido o camarote,
A bebida rolou solta,
Em cinco amigas
Beberam todas as cervejas
Que puderam.
Neste instante,
De risos, abraços
E brincadeiras,
Se aproximaram sete garotos
Que bebiam whisky,
Estava frio,
Eles se achegaram e ofereceram
Bebida.
De pouco a pouco,
Todas deixaram suas cervejas,
Umas abertas
Outras gelando no balde
De gelo
E aproximaram-se dos rapazes.
Porém, Zilu decidiu beija-lo,
Beijou um e gostou da ideia,
Então, beijou outro,
Quando gostou dos lábios
Deste garoto decidiu
Pedir seu nome:
Lauro.
Chamava-se Lauro.
O camarote ficava
Numa varanda interna
Que chegava-se até ela
Através de escada,
Na parte de baixo
Havia a pista normal
Onde todos dançavam,
Lá em cima
O compromisso era beber
E olhar.
No relance do beijo
Zilu deparou-se com seu olhar
Em cheio para Natan.
Natan estava dançando
Na pista com uma garota.
Ela soltou na hora Lauro
E prestou mais atenção
Na pista.
Sim, era seu namorado.
Não pairava dúvidas.
Num relance de loucura,
Decidiu ir carregada
Por um dos sete garotos
Enquanto os outros
A escondiam para não ser vista
Pelo namorado
E depois fingir chegar
E pegá-lo no flagrante.
Imediatamente, Lauro
Aceitou a proposta,
Levou-a até o carro,
Contudo lá,
Ela preferiu beija-lo
E depois o amigo,
Terminou transando
Apenas com um
No banco de trás.
Encerrado o ato,
Foi as avessas atrás
Do namorado
Decidida a fazer uma revolução
Naquele local
Por ter sido traída
De maneira tão óbvia
E nítida.
Ligou para a amiga,
Pediu fotos dele
Com a outra garota,
Então, soube que ele
Havia acabado de sair.
Que foi de carro
Para algum outro lugar
E a amiga não soube
Dizer qual era,
Mas o viu passar
Enquanto transava em pé
Em frente ao muro da boate.
Tudo foi por água abaixo,
Decidiu encerrar o namoro.
Lágrimas, sorvete e chocolates
Após, reatou.
Em um momento de precisar
Trocar o chuveiro queimado.
Ligou para Natan,
E ele foi ajudar com educação,
Foi prestativo,
E ficou para dormir.
Na segunda vez,
Ela comprou passagens
De viagem para outro país,
A viagem com acompanhante
Se tornava cara,
Decidiu ir sozinha.
Carregada de malas,
O chamou para ajudá-la
No aeroporto
E vir buscá-la.
Assim, se tornou noivado.
O motivo de tê-lo deixado?
Ela alegou que foi a traição
Na boate.
Da terceira vez,
Estava dando uma volta
De carro pela rua
Apenas para percorrer o trajeto,
Ver o movimento
Das pessoas,
Para onde iam,
O que faziam,
Como se divertiam
E outra vez achou Natan
Com uma garota,
Desta vez,
Estava de carro
Bebendo cerveja
Ao lado do muro,
Comendo pipoca.
Pareciam namorados.
Ah, Zilu enlouqueceu,
Dirigiu o carro com a maior
Rapidez que pode
E bateu em cheio
Na traseira do gol vermelho dele,
Fazendo entrar pra dentro
O porta malas.
Depois desceu de seu carro,
Pegou o macaco de erguer
O carro
E quebrou todos os vidros
Do gol de Natan
Que ficou irritado
E correu para conversar,
Então, ela bateu em Natan.
Depois foi embora,
Cuspindo na direção da garota,
Muito irritada
E lhe disse adeus,
Jogou a aliança contra o rosto
Dele,
Lhe desferiu um tapa
Em cheio e partiu.
Foi para o mecânico
Concertar o próprio carro,
E mandou que a conta
Lhe fosse enviada.
Chegada a conta paga,
Ela decidiu perdoa-lo,
Sabendo que nada data
Completariam um ano juntos,
E isto é uma vida,
Ter alguém com quem estar,
Ter carinho,
Um alguém pra pensar em você.
Decidiu alugar
Um balão e fazer uma viagem
Sobre o trabalho dele,
Que não ficava distante,
E então, declarar-se,
E conforme ele agisse
O perdoaria.
Assim feito,
Subiu no balão carregada
De flores,
No chão do balão,
Nos lados,
E ainda levou um grande buquê.
Lá dos céus
Soltou as flores,
Gritou de seu amor.
Natan saiu para fora da mecânica
Todo sujo de graxa,
Com ferramentas na mão
E lhe sorriu.
Ela lhe jogou mil flores,
Depois conseguiu descer até ele
E lhe chamou para andar com ela
Um pouquinho,
Decidiu, pela primeira vez,
Incluí-lo em algo
Que estivesse fazendo
E que gostasse,
Anteriormente, pensava
Apenas nas amigas,
As parceiras de festa,
Sentia mais medo
De perde-las de que
A qualquer outra pessoa.
Ele aceitou,
Subiu na escada de madeira
E corda,
A abraçou,
Juntou as flores do chão
E jogou-as para cima.
O balão subiu,
Ela sabia dirigir balões,
Fez um curso
Com a própria empresa
Que oferecia a Virgem.
Lá nos céus,
Perto das nuvens
Se beijaram
E trocaram juras eternas,
Um gritou o nome do outro,
Disse que amava
Que sentia medo de perder,
Queriam estar juntos
Para sempre.
Se beijaram,
O beijo se tornou mais exigente,
Fazia quinze dias
Que não se viam
Desde a briga por ciúmes,
Foram tirando a roupa
Um do outro,
Se beijando com mais intensidade,
Não perceberam quando
O balão começou a queimar,
Estavam alto demais para pular,
Optaram por morrer abraçados,
Quando o balão se tornou
Plástico em fogo,
Ganhou as cordas da base
De onde tinham os pés
E eles caíram das alturas,
Nem neste momento
Soltaram as mãos um do outro.
Caíram abraçados
No solo,
O balão caiu em chamas
Logo ao lado.
Caíram em frente a mecânica,
No asfalto duro,
Estatelados,
Felizmente o fogo do balão
Foi contido,
Por quê caiu sobre alguns
Carros que estavam estacionados
Na sua frente.
Os mecânicos correram
Com extintores,
E baldes de água
Para apagar.
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