Sentara-me sob o sol de inverno,
Folheava as páginas de um belo livro,
Eis que uma sombra me chama a atenção,
Levanto os olhos quase sem emoção,
Eis que me deparo com seus lindos olhos,
Quisera Deus que eu nunca os tivesse visto,
Ou tendo os vistos tivesse morrido,
Pois nada mais teve o mesmo sentido,
Foi quando, com um sorriso, ele disse olá,
Doce voz que custou minha alma,
Eu já não me pertencia mais,
Minha razão de viver estava diante de mim,
Me olhava e sorria,
Como se eu tivesse alguma alternativa,
Mas me diga: o que falar para o amor de sua vida?
Calei-me, não disse nada, apenas sorria...
Que aquele breve olhar não tivesse ganhado minha alma,
Que seu sorriso não estivesse gravado em minha memória,
O amor tomava sua forma,
Via-o, distintamente, agora,
Mas nenhuma palavra saia da minha boca,
A voz morreu na garganta,
Estava ali,
Parado diante de mim,
O amor, não restava dúvida,
Como se notasse minha falha,
Ele me estendeu a mão,
Aceitei, ficando ambos frente a frente,
Abracei-o até sentir seu coração,
Que dizer deste amor que veio tão de repente?
Olhei-o mais uma vez,
Que jamais o esqueceria foi a certeza que tive.