domingo, 31 de julho de 2022

Em Seu Abraço

 


Os seus braços fortes,

O seu abraço seguro,

Amparo onde descanso,

Lugar em que me refugio,


Para todo o sempre,

Pois, se existem pés que correm,

Os meus buscam apenas seus passos,

Nem um outro caminho,


Não tento me arriscar a perde-lo,

Não faço o tipo seduzível,

Para me conquistar é preciso mais que palavras,

Mas, para a estranheza do ânimo,


No seu caso, não precisou mais que um olhar,

Guarde-me em seu coração,

Me ampare em suas mãos,

E da sua alma não ouse tentar me tirar,


Não sei o que faria,

Bem sabes,

De ti, não esqueço único dia.

Aqui onde pulsa meu coração,


Já houve um vazio, já houve dor,

Hoje, não há mais que paixão,

Sim, estou completa de você meu amor.

Que afastem-se de nós as más palavras,


Que nunca nos atinja única maldade,

Não me aprisiono a você por pecados,

Bem sabes,

Estou em seus braços por escolha,


Se assim o faço, é por amá-lo,

Caio na armadilha do que pronuncio,

A estas palavras sim, me falo prisioneira,

Estar ao seu lado por escolha minha,


Te amar não nunca ter querido outro,

Ah, doce encontro com seu abraço,

Me recordo deste momento por dias,

Não trata-se de não desejar outro,


Mas, de uma saciedade que vem da alma,

Em meus sonhos sempre imaginei encontra-lo,

Não sei nem como reajo agora que o tenho,

Fecho os olhos e sorrio comigo mesma,


Gostaria tanto de saber o que pensas,

Dias se passam e nenhum instante você é esquecido,

Afinal de contas, você me procura ou eu o procuro,

Vemo-nos, reapaixono, mais que antes,


Penso: Será que Deus nos fez por semelhança?

Contemplo sua face,

Abrigada ao seu peito onde gosto de ficar,

Imagino que sim, então sorrio,


Em um dia de inverno,

O sol ultrapassa as nuvens e tenta apagar a neve,

Eu ainda estou em seu abraço,

Abrigada em contato da sua pele quente,


Não há frio que me toque,

Nem outro lugar que eu prefira: e você?

Mordo a língua e contenho a frase,

Me abrigo a você e não tenho outro querer,


A tarde traz a neve escorregadia,

Passa o primeiro dia de inverno e vem outro,

Ninguém o imaginaria tão intenso,

Penso que a próxima estação será mais amena,


Traço desenhos sobre o seu peito,

Penso em tantas coisas.

Não sei quem brinca de ser traiçoeiro,

Se o sol ou a neve que persiste,


Um frio parece querer se instalar,

Mas, sinto abrigada em seu peito que não,

Inspiro seu cheiro,

Deixo de olhar a cidade lá fora,


Penso em nós,

Ou não penso em nada,

Por que precisaria pensar?

Em dois suspiros, quase clássicos,


Durmo.

Acabo de transpor o limiar do sonho.


sábado, 30 de julho de 2022

Um Abraço

 


Que abraço – que um dia retornaria,

Algum dia,

Bem entendido,

Não encontrou quem buscava,


Saiu contando os passos,

Olhar adiante e sozinha,

No entanto,

Almas perdidas um dia se encontram,


Assim era com o tudo, também com o amor,

Resmungava algo baixo,

Guardou a jura de amor para si mesma,

Agora, já não tinha para quem falar,


Também dizem que amores não se repetem,

Então, quem sabe nunca a diria a ninguém,

Esse encontro marcou por alguns dias,

Com o tempo pareceu se apagar um pouco,


Mas, sem motivo algum retornou a memória,

E agora, se recusa a ir embora,

Não acreditou que o tivesse visto,

Andou por todas as ruas,


Não o procurou em parte alguma,

Mas as memórias voltaram sem motivo,

Quem, sabe da forma como vieram partiriam,

Deus queira: logo o seja esquecido,


Afinal de contas,

Amores vem e vão como chuva no inverno,

As vezes não servem nem para molhar a terra,

Apenas trazem o frio e mais nada,


O abraço que cercou por trás e por frente,

Não restou, não se faz mais presente,

Mas ainda podia sentir sua mão,

Era como se ainda fosse abraçada por ele,


Talvez não com a mesma paixão,

Mas, nem com tão pouca intensidade,

É tão perfeito que é difícil esquecer,

Mas tão distante que é impossível atingir,


Para onde escapar deste sentir?

Foge-se da lembrança como o faz com a presença?

Não o busca; já sabe que não estás...

Cai a alvorada, o orvalho, a chuva...


Ventos que sopram e vão para longe,

Todos parecem retornar, menos ele,

Aquele que um dia a abraçou não retorna,

Mesmo que a memória guie e sustente,


Mesmo que até o cheiro se faça presente,

Aquele que um dia a abraçou não volta,

Se terminasse de lembra-lo,

Será que facilitaria para senti-lo?


Talvez algum dia ainda poderia estar com ele,

Talvez num dia tão distante,

Neste abrigo fez seu refúgio,

Não faria deste abraço sua morte,


Não... não o buscaria,

Que tudo fique como está...

As horas passam sem saber porquê,

Também, assim a vida segue.


sexta-feira, 29 de julho de 2022

Saudades

 


O inverno chegou,

Com ele a neve e gotas de chuva,

Depois disso, passou a primavera,

E foi como se tudo estivesse igual,


Em seguida veio o verão,

O calor, a praia, a grama, a areia...

Nem ela ou ele foram capazes de esquecer,

O outono que se passou,


Aquele que foi mantido em segredo,

Que ficou guardado na memória,

Da mesma maneira que no peito,

Ela só tinha um pensamento:


Será que depois de tudo ainda haveria novo encontro?

Ele ensaiava conhecer novo alguém,

Mas, sempre que procurava um novo beijo,

Sentia o rosto dela e era como se a visse,


Rever ela seria talvez o melhor que pudesse acontecer,

Ela evitava sair, procurou a reclusão,

Entre redes sociais e a televisão

Passava a maior parte do seu tempo,


Porém, no fundo queria ter outro pensamento,

Pensava em dividir isso com alguém,

Mas desistia antes mesmo de tocar no assunto,

Tentava rabiscar algumas linhas sobre isso,


Mas nenhuma palavra parecia se encaixar,

Ele a procurava, e a procurava por toda parte,

Ela não, não saber explicar o motivo,

Optou simplesmente por esquecer,


Buscou a distância o mais que pode,

Tudo que existiu foi perfeito, porém,

Houve um porém antes de chegar ao fim,

Ele já não era o sonhador de antes,


Confessava para si mesmo,

Que, quem sabe, nunca a fosse encontrar,

Se enganava entre tragos, risos e um cigarro,

Ela, levantava o vidro da janela do carro,


Dirigia com música alta e óculos escuros,

Não admitia estar fugindo,

Mas, não proporcionava ao destino,

Se posicionava para o futuro e partia,


Os planos antes cheios de orgulho,

Agora eram enquadrados a novo propósito,

As ideias de amar pareciam tempo perdido,

Sonhos de uma menina do passado,


Mas, sempre que o tempo corria,

Uma tristeza profunda a atingia,

As horas mais entediavam que corriam,

A solidão trazia vozes e lembranças,


Nas melhores posições ele parecia estar,

Conselhos de um coração sem perspectiva,

Pensava ela e se omitia,

Chegou a ele com um abraço,


Agora sentia-se de mãos vazias...

Ele avistava uma flor, chegava a tocá-la,

Não lembrava de gostar de flores,

Mas, agora pensava em querer agradar,


Pensamentos mudam e com ele suas razões,

Para ela parecia que tudo havia desaparecido,

O brilho no olhar, o roseado da face e seu sorriso,

Mas, seguia, percorria de cabeça erguida seu caminho,


Não desviou dele por um segundo sequer,

Talvez, algum dia fosse chamar isso de orgulho,

Por ora, vazio já estava perfeito,

O beijo que vinham ao pensamento dava prazer,


Lembrar já parecia quase melhor que viver,

A todas as juras faladas em voz baixa,

Respondiam-se: para sempre.

E agora, da mesma maneira de antes


Indagavam-se: para quê?

Faziam-se mil reclamações,

Procuravam explicações,

Por que seguiam este caminho de saudades?


Parou no sinal, a sua frente,

Ele a olhava, ela desviou o olhar,

Vê-lo já era o bastante?

Não teve tempo de se perguntar,


Ele veio e trancou o caminho,

Com um raspão a impediu de seguir,

-Depois de tudo que passou,

você pode ainda gostar de mim?


Ela não soube o que dizer depois daquilo,

Tentou abrir a porta mas estava travada,

Pareceu absurdo,

Bateu no vidro, sorriu sem dizer nada,


Mostrou a trava:

- Foi culpa minha.


quinta-feira, 28 de julho de 2022

Na Estrada


Quando, por volta da meia noite,

Às 17 horas antes da primeira cidade,

Na saída do estado estrangeiro,

A rua se apresentava quase deserta,


Encontravam-se alguns rostos bonitos,

Porém, nada que descortinasse a alma,

É de dar medo,

A certeza que a distância traz,


Mas, aquele homem que a pouco

Fora deixado para traz,

Não seria esquecido, nem um pouco,

Nem ao menos no menor segundo que fosse,


Quanto mais os rostos se misturavam,

Mais a certeza lhe tomava a face,

Por fim, já não sabia o quão bonita era,

Isso havia deixado de ser importante,


Lá atrás, com ele;

Os rostos bonitos pelas ruas,

Já não pareciam homens,

O quão engraçado se apresenta o amor?


Quando nos dá certezas ao nos colocar distantes;

Parece que no coração se formam,

Paulatinamente, um rosto e com ele momentos,

E as horas a pouco vividas,


Se tornam maiores do que foram,

As poucas horas são recordadas por dias a fora,

E não se acabam as lembranças,

Os rostos fora das janelas estão indistintos,


Apenas a rua ganha foco,

A janela é fechada em gesto vago,

Um suspiro escapa pelos lábios,

Uma música é ouvida com mais atenção,


Procura-se um passageiro ao lado,

Um sobressalto vem ao coração,

Procura-se o sinto de segurança,

Verifica-se a trava,


Analisa-se o pisca, o alerta, as luzes do carro,

Tudo parece estar certo,

Os pneus rodam conforme comando,

Tudo segue-se o mais normal possível,


Porém, por dentro algo mudou,

E esta mudança é profunda,

Nada é como antes,

Talvez, não voltasse mais a ser,


A escuridão torna-se densa,

É como se não houvesse alma alguma nela,

Nenhuma voz acolhedora,

Ou ao menos reconhecível,


Tudo cai-se ao indistinto,

Apenas momentaneamente, vem um sorriso,

Uma lágrima molha o olhar,

E permanece nele, lá dentro,


Os minutos agora arrastam-se,

As horas se apresentam monstruosas,

Quanto mais se afasta mais sente,

A velocidade está palpável sob seus pés,


A marcha está fixa,

Não há estrelas ou lua,

Apenas uma estrada a frente,

É que agora, um homem se despede dela,


Agora, neste exato instante?

Não, há exatas cinco horas atrás,

O que é preciso para fazer a distância desaparecer?

De que são feitas a lua ou as estrelas?


E os lábios dele?

O sorriso com o qual emoldura a boca?

De amor, carinhos vagos e procura?

Talvez, no amanhã ele a procure...


Escuridão, estrada e música para companhia,

Borboletas eventualmente surgem,

Procuram pelas luzes e se perdem,

O carro ilumina um ponto a frente,


Não mais que isso,

Um ponto, será que é o bastante?

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Te Amo, Meu Amor


Porque o amor faz bem,

Ele dura para todo o sempre,

Tal como o sol está para o dia,

E a aurora vem antever a manhã,


Tão mais que as estrelas que perambulam a noite,

Mais ainda que a lua que finge que some,

O abraço que me cerca,

Me abraça por trás como abraça por frente,


Este faz bem para a minh’alma,

Então, dura para todo o sempre,

Sinto sua mão sobre mim,

Mesmo quando parece não estar presente,


Sinto em cada passo o seu sentir,

Da mesma maneira o amo: sem precedentes,

Mais elevado que os céus que eu não possa atingir,

Esta em mim, sempre ao meu alcance,


Amor belo que não foge,

Que circunda o meu enlace,

Nunca pensou que eu fugiria de nós,

Também não cogita se colocar distante,


Que eu faria se não contasse com sua presença?

Tudo o que já fiz, posso dizer,

Que ao conhece-lo perdera o valor,

Que faria sem você, sem nós?


Nada mesmo...

O fazer ganhou sentido através do seu olhar,

O que o trouxe vale,

O que não lhe coube para mim, também.


Amor lindo e imenso,

Se pudesse, subir os céus, lá iria estar,

Se fu fosse algum tipo de anjo,

De lá fugiria para vir para cá,


Nada seria sem tê-lo ao meu lado,

Sua mão me alcança e me leva,

O que sinto estampa-se em minha face,

Se algum dia pudesse terminar de dizer,


Com palavras e tudo que estivesse ao meu alcance,

Todo o amor que sinto por você,

E o quanto preciso de nós dois,

Enceraria com um ponto,


Então, olharia para o lado,

Contemplaria a sua face,

Beijaria-o, e não teria o que temer,

Pois, lá estaria você: ao meu lado,

Então, ainda teria o que dizer...


segunda-feira, 25 de julho de 2022

Segredos ao Ouvido


Ali confidenciaram.

Ela com o rosto recostado a ele,

Ele recostado nela,

Tinham apenas três horas escuras diante deles,


Um minuto após e a luz do dia,

Algo que permanece,

E não se abala,

Desde agora e para sempre,


Como um sonho no ar,

Que ressoa na pele,

E transparece na fala,

Promessas desnecessárias neste instante,


Mas que insistem em não se calar,

Línguas se cruzam e se reconhecem,

Não como num sonho, outra coisa;

Aquele que semeiam deleite


Colhem amor em cada hora,

Das profundezas de cada ser,

Renasce o amor nunca imaginado outrora,

Na fala às súplicas, atenta-se,


No coração a cada batida uma jura,

Quem escaparia do amor que registra-se?

Apenas o coração que ousa recusar,

Esperam no amor com todo o seu ser,


Há mais que uma esperança,

Omite-se algumas, não as melhores,

Porém, nem tudo é para se registrar,

Esse instante não contou com imagem,


Ficou apenas registrado na memória,

Não era apenas um querer, era um viver;

Mais que reinventar ou buscar,

Cada pensamento se corresponde,


Amor descrito em cada olhar,

Mesmo daqueles que passavam ao longe,

Seus olhos fechados não omitiam – a entrega,

Destino que revestido de ferocidade,


Aquele que nega o que há,

Maldito daquele que foge,

Sabe-se bem que isso não conta,

Quando é o amor que resplandece,


As horas passam devagar,

O sono não vem,

E uma noite insone se torna privilegiada,

Feições, antes de mármore,


Agora se encaixam entre sorrisos e bocas,

Sabe aquele instante?

Aquele em que beijar deixa de fazer conta,

Em que recostar-se um no outro é o desfeche?


Pois bem, assim ficaram unidos com suas peles úmidas,

O suor percorria amedrontado e entregue,

Não havia motivos para se distanciar,

Olhavam-se e beijavam-se, as vezes,


O abraço não se desvanecia,

Mas, não era nisso que estava o desenlace,

Era no estar um no outro – pele a pele,

Que é feito do que houve?


Há alguém que busque outra coisa?

Se tiver algo de melhor que isso, me perdoem,

Mas, ver o amor acontecer é a melhor coisa,

Sim, tenho certeza que sonhos existem,


Do amor, nem antes duvidaria,

Mas, após aquela noite,

Tive a certeza: De ti, nunca me afastaria,

Meu coração falava pelo dele,


E havia respostas concretas,

Enquanto tudo é simplesmente o que é,

Havia coisas inexplicáveis entre o nosso abraçar,

Era mais que um sonho de prazer,


Soubemos deste a primeira vista,

Enquanto tudo é simplesmente o que é,

Sob aquele manto escuro que antecedia o dia,

Entregávamos ao para sempre,


De jurar um amor que não se acabaria,

Voltam-se os rostos e suas indagações se encerrariam se nos vissem,

Mas, guardávamo-nos um no outro e mais nada,

Nem mais sentiamo-nos na mesma pele,


Era como se o eu anterior ficasse lá atrás,

Antes de tocarmo-nos face a face,

Chegaria o dia,

Mesmo se não fosse da nossa vontade.


 

domingo, 24 de julho de 2022

Uma Moça na Janela

 


Que chegue a ti minha súplica,

Que alcance seus ouvidos nossas juras,

Que não sejam necessárias testemunhas,

Desta saudade que o busca,


E que inflama por sua volta,

Livrai-me de todas as promessas,

Que de suas palavras não restem uma,

Quero apenas você com suas carícias,


Não, não me importa nada que foi um dia,

Nos resta o agora,

Meu amor, por favor: retorna.

Meus lábios buscam por sua boca,


Meu abraço precisa de suas súplicas,

Sim, me recordo de cada uma das calenturas,

A minha língua não busca outra,

Por favor, me entenda: busca a sua.


Com tua mão me aninha,

Com teu amor abrace minha cintura,

Que apenas você me acompanhe à cama,

E que a manhã, não me traga outra notícia:


A sua voz, a sua boca, a sua companhia;

Eu clamo que chegue a você minha súplica,

Que entenda nela a minha angústia,

E qual seja a sua resposta?


Que em sua mente não reste outra,

Então, meu amor, retorna,

O que esta distância lhe dará?

Óh, triste saudade traiçoeira,


Não me deixa te esquecer nem permite te buscar,

Como lhe atribuirá esta língua enganadora?

Sim, lhe disse adeus em outrora,

Não acreditei que esqueceria,


Mesmo assim, permaneci passiva,

Saudade que o traz com lembranças afiadas,

Não penso em esquece-lo sei que não sou capaz,

Levanto o olhar...


Em algum lugar hei de te encontrar;

A causa de todas as horas mal dormidas,

Você, suas juras, sua fala, sua boca...

A primeira luz do dia?


Seu olhar a afagar a minha alma,

Que Deus abençoe sua beleza,

Uma mancha na solidão de almas vazias,

Ou algo que afugenta e eu não saiba explicar,


E fez desta a sua amante, amada, namorada,

Achando-se amada, quis o amar,

Ora, não há amor maior que o de agora,

Nem a distância foi capaz de apagar,


Nem sua ausência pode afugentar,

O amor que vence a distância

Não oprime, fortalece, mas aprisiona;

Poucos falariam do amor como está fala,


Aos dezoito anos contei com paixões passageiras,

Mas, no agora, conto com a sua,

Como a nenhuma outra,

Aqui, exposta, de braços abertos a espera,


Miserável diante da sua perda,

Fraca se não for capaz de o tocar,

Assim é esta que o chama,

Ah, amor, apenas retorna,

Não, não há necessidade de promessas.


sexta-feira, 22 de julho de 2022

Seu Olhar

 


Não sem motivo,

Meu olhar fraquejou,

Aguardei no mesmo caminho,

Mas o andar falhou,


Fechei os olhos, eu acho,

E pedi ao amor: justiça.

Farei do amor um servo,

Ou o que fosse necessário,


Pois, amei-o,

E agora, era tarde demais para tardar,

Não porque o sol se punha,

Ou porque fosse chover,


Não porque as horas se arrastavam,

Simplesmente, porque amei-o,

Quatro lágrimas silenciosas correram,

Desceram pelo rosto silenciosas,


Que o amor que tão forte me dominava,

Fosse o bastante para preservar meu discernimento,

Que todo o esforço que fiz em vida,

Tivesse neste instante valia,


Pedi enquanto abria os olhos,

Rápida e desejosa,

Não tinha certeza sobre o nome,

Nem ao menos lhe conhecia o apelido,


Amor, talvez fosse o bastante,

O chamaria fosse como fosse,

Não sabia nada sobre sua voz,

Se quente e aveludada ou macia e encorpada,


Sabia que no abraço talvez fosse tudo junto,

Sua beleza era mais cativante que sua boca,

Me atentei a ela,

E vi: não, não o era,


O todo dele era perfeito,

Não fazia o tipo dominador,

Mas conquistava o espaço,

Não tinha tanta certeza quanto o seu rosto,


Mas, quis mais que qualquer coisa tocá-lo,

Sentir cada parte sua entre meus dedos,

Acariciá-lo até confessar:

Eu te amo;


Já que a nenhuma outra passou despercebido,

Minhas pernas vacilaram,

Mas o coração não, pelo contrário,

Tinha certeza sobre o que sentia,


Senti medo de que fosse uma vertigem,

Que num piscar de olhos desaparecesse,

Desisti de piscar,

Apenas o encarei sorrateira,


O que eu senti foi o mais verdadeiro,

Existia algo e era palpável,

Se os céus se aproximaram trouxeram ele,

Lábios que pareciam maçãs,


Uma maçã ao meio,

Com maciez, textura e solidez,

De longe, era como se sentisse o gosto,

Seus cabelos negros eram feitos girassóis,


Não a flor, as sementes, várias, juntas e vívidas,

A claridade do ambiente veio aos seus olhos,

Com um brilho tênue e singelo,

Tinha todas as belezas e aspirava todos os olhares,


- Clamo a ti, amor: me salva.

Pisquei com esta oração silenciosa,

- Antes do amanhecer me levanto e suplico,

Não me permita o anoitecer sem este beijo;


- Seja o amor que me acompanha,

Também, meu socorro;

Abri os olhos crente nesta esperança,

Consegui forças para avançar,


Confiante em cada promessa,

- Ouve minha voz, amor, pelo amor leal,

Falei esta frase em voz alta,

Não sem perceber,

Quis que me ouvisse e que a sentisse.



quinta-feira, 21 de julho de 2022

Estrada

 


Era uma pessoa de intenções,

Sim, sobre ele? As melhores,

Não poupava sorrisos,

E nos olhos o brilho mais belo,


Meus Beijos?

Guardei-o, todos.

Desde quando?

Bem, não duvide,


Antes ainda de encontra-lo,

Diriam os testemunhos:

Não, como sabia que iria conhece-lo?

Me defenderia: Com base no que sinto,


Só isso?

Sim, me basta para amá-lo,

E ter certeza que um dia o encontraria,

Se fiz pouco por nós dois?


Admito: não muito;

Coloco aspas no não,

Mas, quando me indago sobre fazer mais,

Não... vejo que não.


Perdi meus sentidos aos quatro ventos,

Assim, como alguém que perde um lenço,

Da que fui antes dele?

Hoje não resiste nenhum vestígio,


O vi e me bastou aquele único olhar,

Depois disso, não tardei a encontra-lo,

Foste o lenço perder-se no obscuro,

Hoje se quisesse retornar ao que era, não poderia,


O amor verdadeiro é aquele: o único na vida,

Depois dele, talvez se ame de novo,

Mas, nunca: nunca da mesma forma;

Depois disso, abandonei tudo ao acaso,


Expressão dele; Fala minha.

Quem era o homem que amei?

De todos o melhor, não haveria outro,

Se escolhi ou fui escolhida?


Ora, o destino trabalha para os que sentem,

Sobre o tal lenço?

Que o céu manche-se em negro,

E nele nem a lua ou estrela surjam,


Se nele me baseei para encontra-lo,

(aquele que tanto amo),

Que este lenço nunca chegue a outros olhos,

Que surja um buraco e o leve,


Que se enterre ou outra coisa,

Mas, que nunca ressurja,

Não quero ser aquela que andava sozinha,

A de antes do primeiro olhar,


Que nunca volte ou tente esquecer,

Em que se baseava o vento que levou o lenço?

Ninguém sabe;

Detalhes do destino as vezes caem em desimportância,


No meio do caminho,

Tinha o homem que amei e amo,

Cúmplices de um lenço perdido ao vento,

O nome deste homem?


Não, me perdoem mas não direi,

Olá, me chamo... disse ele,

Não ouvi, apenas o amei.


quarta-feira, 20 de julho de 2022

Apaixonada!

 


Moldado num tipo escultural,

Eu disse a ele:

Cara, estou na espécie atração fatal!

Sim, não duvide ou se afronte,


O amo com o que há de melhor,

Apaixonada, encantada, estarrecida,

O amo com toda a força que sinto na vida,

Se um coração solitário cria monstros,


Um que se apaixona fica bobo,

Acho mais simples ser a tola da história,

E você, o que me diz de eu estar apaixonada?

Fronte baixa, têmporas quentes,


Seu cabelo escuro pedia por meus toques,

Ele não era o tipo do homem que se vê

Por aí a esmo,

Com quem se esbarra sem perceber,


E o pior: ele tinha consciência disso;

Seus músculos requeriam carinhos,

Sua pele emergia ao longe,

Parecia me chamar como algo profano,


Uma frase berrou em meus lábios,

A todo custo me contive,

Nunca quis falar tanto,

E nunca precisei me calar mais que agora,


Pensamentos que nunca imaginei vinham,

Sonhos não passavam pela cabeça,

Se desenhavam em seu rosto bonito,

Não senti medo de ser rejeitada,


De repente encontrei alguém que valia,

Me joguei no sentimento e não quis mais nada,

Daria a minha vida por sua boca,

Não me importei em disfarçar,


Fosse amor o que ele sentisse eu descobriria,

Não o sendo eu aproveitaria cada hora,

Faria de cada segundo uma nova história,

Até que enfim, pudéssemos no intercruzar,


E quem sabe,

Ele não desejasse ser de outra,

A solidão se faz preguiçosa

Quando se conhece uma nova pessoa,


A minha sempre esteve ao meu lado,

Mas, agora havia fugido feito fantasma,

Finalmente havia algo mais intenso,

A verdade esta aflorando: eu amava!


E o amor feria e com toda a fúria,

Não tinha como reagir em contrapartida,

Que este amor seja mais intenso ainda,

A cada passo que encurtava a distância,


Havia força e carinho em tudo de mim,

Mas, estavam cegas as minhas pupilas,

De onde eu estava até ele: não havia mais nada!


terça-feira, 19 de julho de 2022

Erro Perfeito



Instante em que o erro é venerável,

O momento em que posiciona-se,

Porta aberta, chaves em mãos,

Mas, algo impede de sair para fora,

Leva-se um dedo aos lábios e sente a pulsação,


Diz-se, não, fecha-se a porta e fica onde está,

O tal beijo apaixonado implica algo a mais,

Uma carta apaixonada, um poema qualquer,

Mas, a frieza com que a contemplou,

Está sim é que não merecia ser esquecida,


É certo que esquecera o dia,

O tal dia em que haveria o segundo encontro,

Ao terceiro chega atrasada,

Mas em que importa?

O conjunto de amar uma pessoa


É mais que datas marcadas no calendário,

Com aquele velho canetão da escola,

O qual se comprara em hora de desatento,

E guarda-se, sem saber por quê...

Destrua-se no coração cada lembrança,


E destrói-se com isso a ignorância,

De amar alguém mais que este mereça,

O maior perigo em tudo isso,

É o triste coração destroçado,

Condensa-se em poucas palavras o amor,


Em versos simples como eu te amo,

Então, por que poupar esforços?

Porquê não sente nada, é isso!

Amar é identidade – identificar-se,

Com algo ou alguém a ponto de definir: importante;


Homens são no geral iguais,

Mas, para os que sonham: há de ter alguém,

Não é possível acreditar-se num para sempre,

Se este não vier... não é possível;

Quanto ao que chamam destino?


Bem, cada qual é capaz de fazê-lo por si mesmo,

Mas, um pouco de esforço,

Um barulho em frente a sua casa a desperta,

Uma buzina é tocada de forma insistente,

Ela desse ao chão e mantêm-se,


Não há diferença para quem está aqui em baixo,

Mesmo frente a barulheira toda: não atende!

Mesmas lágrimas de antes,

No sofrer não há tanta diferença,

Um soluço, um sufoco e uma noite bem dormida,


Esgota-se e dorme, apenas isso;

O erro de ter faltado agora era incurável,

Podia alimentá-lo, com uma ligação inexistente,

Um esquecimento premeditado,

E semanas após isso,


O procura com a desatenção na face,

A alma que se consome em tristeza,

É a mesma que busca forças nas promessas,

Se não houve uma em que se basearia?

Nela mesma? No que sentiu ou pensou existir,


Que o amor chegue de alguma forma,

Que bata a porta ou de alguma forma me alcance,

Que seja tão lindo quanto uma promessa,

Pois, confiar no que dizem as palavras

Também faz bem, por que não faria?


Que o beijo que repousaste em minha boca,

Não fizesse esforço algum para sair, por que faria?

O que vem para acrescentar não precisa ser jogado fora,

O que houve, aconteceu, não há porque mudar;

Coloco neste beijo uma última esperança,


Não na pessoa, no beijo que aqui repousa,

Que este beijo numa promessa dê-me vida!

Não preciso de tanta paixão para buscar nele a graça,

Que seja da forma como está,

Conforme for de sua promessa!

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Te Amo, Minha Vida

 


Há um ponto em que o beijo,

É eterno,

Lá a luz se apaga,

E a lua deixa de fazer diferença,


Tem duas vertentes,

A alma e o coração palpitante,

Tem um guia,

A urgência de pertencer,


Deixa-se o eu num outro lugar,

Entrega-se profundamente,

Como se nada mais tivesse importância,

E em cada uma dessas coisas,


Há a urgência;

Ama-se pela beleza do amar,

E por não querer algo diferente,

Entrega-se pelo apetite da hora,


A cada distanciar do abraço,

Sente-se ferida brutal na alma,

Recusa-se o virar do rosto,

Quer-se o beijo apenas,


Feito o amor leal que se eleva,

Ela busca-o e não se importa em demonstrar,

Sente-se muito acima dos céus,

Apenas por estar acolhida em seus braços,


Mais belo que a fidelidade que alcança as nuvens,

Estar amando sem buscar nada em troca,

É ver o amor estender sua glória sobre a terra,

E ter ela para principal alvo,


Abriga pela cintura por sua mão direita,

Puxada pelo pescoço com mão esquerda,

Sente-o e o busca,

Vê cada parte dele responder as carícias,


O amor liberta aquele que ama,

Ela sentiu isso, assim que pairou o olhar,

No exato instante em que o viu,

Mas muito mais ao abraça-lo,


O amor é algo que no passar do tempo se reforça,

Quem precisará de cidade fortificada?

A força está no abrigo que a mantém,

No olhar que busca por sua boca,


No ardor que percorre a pele;

Que sejam quem for contra

Acusado de desonra,

Que aquele que não ama


Veja-se queimar em agonia,

E que apenas a vergonha venha

A cobri-los com seu manto inseguro

E molhado por suas lágrimas solitárias,


Porque, quando se ama:

Desde o romper da alvorada,

Antes ainda da aurora,

O orvalho chega para molhar o rosto,


Mas não fere e sua frieza não machuca,

Apenas faz ver melhor,

E com isso, tem-se o de mais importante,

O amor,


Então, nele se abriga e despe-se...

Ao amor que dura para sempre!

Saudade

Aquele seu único beijo, Arrastou-se sobre minha espinha, Efeito de fogo abrasador, Agora,  Vertente em saudade, Se assemelha a g...