domingo, 26 de fevereiro de 2023

Saudade

 


Agora, aquele toque fazia falta,

No instante em que o tinha ao dispor,

Não parecia que era tão singular,

Que desencadearia tanto amor,


Ah, a apaixonada, eu? Quem diria,

E ele, não atende o celular ou sente minha falta,

Mas o amo,

E os segundos passam a chamada cai,


E eu ainda o amo,

Não mentiria se dissesse que o amo mais,

Não pelo que me faz,

Agora, que não atende ou pouco fala,


Mas por tudo que sinto e vivemos,

Ah, me faz falta,

E como faz!

A cada instante imploro por um beijo,


Penso em me jogar em outro,

Mas é só a boca dele que procuro,

Mas, não sabia que deveria ter demonstrado,

Não tudo o que sentia,


Não o quanto eu ansiava por cada afago,

Obrigo-me a sentar aqui e ficar quieta,

Tudo que eu queria é encontra-lo,

Falar pouco mas aproveitar cada segundo,


-você me diz que não posso esquecê-lo,

Eu já não tento buscar justificativas ou alternativas,

Me assumo- não posso mesmo!

Ah, coração que pulsa e o busca,


Ou busca-o para apenas então pulsar,

Por favor, entenda que só quero dizer

Que será má sorte busca-lo tanto no dia de hoje,

Foi nosso primeiro encontro,


Fizemos amor de forma maravilhosa,

Não quero ficar com má reflexo,

Quando me vem em mente este dia,

O primeiro impulso é seu rosto e sorriso,


Eu abraçada em seus braços,

Levantando-me até sua boca,

Não, não há como estragar esta lembrança,

Bem, pensando assim até parece que está tudo errado,


Até abre-se uma margem para o esquecimento,

Sei que não é isso,

É qualquer outra coisa menos o afastamento,

Discutir com quem se ama bem no dia de tê-lo conhecido...


-Não amiga, não estou mentindo,

Discuto comigo mesma como o faço com você agora,

Deveria esquecer que dia é,

Você sabe assim que eu desligar a ligação,


Não irei conseguir controlar a paixão,

Estamos nos falando a horas,

Mas não me sai da ideia a sua boca,

Quase que as horas me causam repulsa,


Não fosse ele, eu nem iria querer saber dos segundos,

Há quem interessa o tempo passar?

Se não há ele, nada mais me interessa.

Ah, entenda: me preocupo tanto com ele,


Sabe? O apelido que lhe dei é difícil pronunciar,

Não lhe minto contudo tentei me enganar,

Procurei defini-lo a outro alguém,

Não foi possível,


Mudei uma letra ou outra,

No entanto nem desta forma,

Você já amou desta maneira?

Sem pestanejar eu clamo por sua imagem,


Bem, sem mais nem menos eu peguei tinta e papel,

Então, descrevi seu rosto,

Tentei ligar e ele não atende,

Então, peguei o pequeno retrato e joguei na xícara de café,


Mas não, não pense que após isso joguei fora,

Absorvi cada gota daquele café com ele lá,

Há quem dera no papel coubesse seu cheiro,

Ah, querido Deus, quem dera pudesse me trazer seu gosto...


sábado, 25 de fevereiro de 2023

Pássaros no Caminho

O dia em que o conheci amanheceu pardo,

O sol se levantou irritadiço,

Assim que me viu pareceu cansado,

Foi como se horas percorressem os segundos,


Bem, parecia querer adiantar a tarde,

Apenas mais tarde, muito mais tarde,

Pensei que quisesse nos ver,

Eu e aquele – aquele que prefiro evitar o nome,


O vento chegou temeroso,

Algo de tudo que se transcorreu não pareceu certo,

De repente, esquecer não era o bastante,

Um dia eu disse- antes não tivesse existido,


Porém, isso não servia para o hoje,

Embora ele me tocasse com sua cauda fria,

Deixava a vista alguns pássaros,

Que percorriam por entre nuvens densas,


Rápidos o bastante para passar despercebidos,

Então, pressenti comigo mesma,

-Queriam ser vistos.

Mas, não me soou como se tivessem algo a contar,


Apenas, talvez não estivessem tão tristonhos,

Como eu, eu também não me sinto.

Eu observava enquanto levava os bois,

De dentro da carroça onde eu estava,


Todo o redor soava tranquilo,

Menos alguns poucos detalhes sem importância,

Quando uma lufada intensa e fria me tocou as costas,

Confesso que me senti estranha,


Não diria amedrontada,

Mas ainda não encontro a palavra,

Deus me poupe de voltar atrás nas lembranças,

-Não, não quero vê-lo,


Disse para mim mesma,

Enquanto virava o rosto para o lado,

Contemplava as árvores enquanto baixava o boné,

Escondi meu rosto.


Até o campo dos pastos verdes e roxeados eu fui escoltada,

Depois de lá,

O vento mudou para todos os lados,

Será verdade?


Pensei comigo mesma.

Será que algum dia o passado retorna?

E por quê eu iria querer revê-lo?

Seriam os deuses tão cruéis dessa forma?


Retirá-lo da minha vida apenas para eu me apaixonar,

Quase sorria de tanta ironia,

Até me vejo doida percorrendo as ruas a sua procura,

Então o encontro,


Ele poderoso e cheio de si mesmo – soberbo,

Acreditando que é o melhor e inesquecível,

Eu a idiota capaz de tudo por ele,

Contudo alego ser por amor,


Por amor, quanta coisa eu seria capaz?

Pássaros beijam suas noivas e voam até o mais alto,

Apenas para tomar o beijo do outro,

Bicam seus bicos e retornam com o beijo,


É como se sendo de um deles

Ela fosse a única,

-Há outras, eu os digo.

Até sinto que me olham e contemplam,


Mas, não há. De alguma forma não há para eles,

Aparece a outra mais jovem e tolerante,

Vê a outra e seus defeitos,

Não aqueles,


Não os que brigam por ela.

O outro – o tomado, roubado, sei lá,

Foge em ruínas e desespero,

Voa rápido como nunca o faria,


Temo que se jogue contra a terra nua,

Mas não, arranca uma folha do pasto e sai,

Até penso que irá construir a casa,

Dou um pássaro para trás


Me sento na parede da carroça de tábua,

Acho que a espera,

Enquanto a outra se cansa e vai embora,

Vejo que o que está com o beijo roça a boca dela,


É como se o beijo roubado fosse o mais importante,

Ele não teme tocá-la,

Ele gosta de o ter e esfregar na cara dela?

Decido não ser tão romântica.


O beijo agora é um dos inimigos,

O esquecimento quase uma injustiça,

Quem irá pensar em quantos beijos

Se é capaz de se dar num único dia?


Imagine no transcorrer de um ano em quantas bocas.

O sol parece não gostar disso,

Logo em seguida ele some no horizonte,

Queria saber porque eu estremeço,


O procuro, agora o acho importante.

O pássaro era marrom telha parda,

Longe da cor terra molhada,

O beijo era algo tentador entre eles,


Uma espécie de triunfo, troféu de vencedores,

Há ali um macho e uma fêmea,

A procuro e ela me contempla de olhos vermelhos,

Não entendo,


Ela não era assim a poucos segundos,

Não deveriam os deuses terem mandado um sinal?

Qualquer coisa que fosse para eu não me sentir assim,

Como se todo o meu redor conspirasse,


Sei lá, um sopro do destino,

Olho para o chão e estendo minha mão aberta,

Penso que de alguma forma eu poderia puxar a pedra,

E trazê-la, sem tocar ou chegar perto dela,


Sinto medo e prefiro acreditar que não é possível,

As pedras e seu redor tudo tão frio,

As pedras seriam capazes de se aquecer perto de mim,

Sim, elas seriam...


Me desfaço deste pensamento.

Coisa estranha, sigo meu caminho.


 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Sua Arma na Minha Cara

 


O que os espera,

Acorda-se, pensa estar tudo bem,

Uma mulher afirma ser mãe de família,

Filhinhos bem ensinados,


Chama e pede assistência,

Eu decaio, penso em que me afirmo,

Te amo, você entende e sabe disso,

Gosto da ideia de ter você,


Bem, sabe, apenas me firmo nisso,

O mais nem foi conquista foi por querer,

Você vem armado à duas mãos,

Joga na cara que faz o que convêm,


Indaga tudo que conquistei até então,

Jura que me ama, jura?

Não diz não ou sim, também,

Te jogo algo sujo na cara,


Você vê e pensa se entende,

Eu imagino se sei o que você quer,

Você pensa que sobre mim sabe muito bem,

Desfaz minha fisionomia,


Não se importa em destruir meu dia,

Tenta desfazer o nome que tenho,

Assim como o sorriso que decai em cada palavra,

Lhe indago se me ouve,


Você faz pela segunda vez a mesma pergunta,

Não, não se importa,

Penso se pergunto se você me vê,

Você joga o dedo contra minha cara,


Segura sua arma abaixada,

Sim, você sabe como a manter,

Empurro-o, não te sustento,

Se me amasse ao menos um pouco,


Veria a que sou em tudo isso,

Não, não, você não vê,

Me indaga tudo de volta outra vez,

Te jogo que sim sou pequena contra você,


Você olha para o lado e vê a importância da outra,

Mas, me diz agora aonde você está,

É ela que esta ao seu lado,

Será que a protege como você quer?


Bem, foi fácil esquecer a que fui,

Será fácil esquecer meu rosto,

Não, não me veja mais,

Lhe imploro que não dirija nenhuma palavra,


Se é sofrimento o que vê em minha cara?

Não, é o seu dedo, a sua arma e a inocência dela,

Ignore tudo o mais ao seu lado,

Não me veja, por favor, não me veja mais,


Agora vejo a notícia: morre outra, outra e outra,

Meu pai me indaga quando será minha vez,

Para isso, não tenho resposta,

A resposta que você poderia ter,


A que não foi importante - quanto gritou a minha janela?

Eu mando o palavrão,

Mando a imagem na sua cabeça,

Jogo o cheiro de tudo que ela fala,


Sim, porque há nela o hálito,

E em mim? Um dedo apontado para meu rosto,

Eu falo, ela mostra a você: o quê?

-Foda-se você com suas fragrâncias...


Flagrâncias*

Perdão o r no L,

Um rosto em lágrimas?

E o outro?


O meu é aquele que você não vê,

Minha história é a que não nota,

Veja ela é quem e você ainda existe?

Parabéns, ela teve importância,


Agora aí eu sou um número?

Sou para você e não para ela que me tem marcada,

Mas tudo certo,

Respeito não se mede pelo lamento,


Rápidinho não é sinônimo de lhe gosto...

Bem, r não se troca por l,

Não confunda seu poder com o dela,

Você acreditou que fez tudo certo,


Ela teve mais tempo para refletir o que faria,

Bem, não chamo a tudo isso planejamento...

Mas quê importa?

Hoje não lhe sou um número e a ela?


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Lá Atrás

Este não é apenas um conselho,

Obedeça ao que sente,

Siga as ordens do seu sentimento,

Assim o digo, e o faria se pudesse,


Porém, quem amo já ficou para trás,

Entreguei-me com tudo que pude,

Contudo, esquecer não sou capaz,

Da mesma maneira que não o fui para o apetecer,


Fiz um juramento perante Deus,

Se o conquista-lo uma noite que o seja,

Ah, o farei meu!

Nisto tudo esqueci de amar por inteira,


Não falei tanto de sentimentos,

E amar fiz muito menos,

A alma é soberana,

Depois que se apaixona nem adianta indagar:


Que há que agora não consegue esquecer,

Ela alega ter tudo sobre seu alcance,

Mas quanto a deixar de amar já não está em seu poder,

Queria ter entendido isto antes, muito antes...


É como se cada vez que vejo alguém,

O coração me olhe através do olhar dele e indague:

-E agora, querida alma, o que está fazendo?

Acho que ele não acredita mais em mim,


Não acha que eu seja capaz de esquecê-lo,

Não o coração me refiro ao primeiro que tive,

Aquele que amei por uma vida e deixei para trás,

Sei lá hoje o por quê,


Tivesse uma resposta talvez evitasse este sofrer,

Quem obedece ordens não sofrerá mal algum,

Me vejo refletir sobre esta frase,

Mas já sei que está fora do alcance,


Obedecer... a alma que insiste em amar,

Ou ao coração que se recusa a achar que ainda é capaz?

O coração não sabe a hora ou maneira de agir,

A alma diz apenas que ama e que sempre será assim,


Bem, sabe-se que coração pulsa

E se deixar de pulsar também para de existir,

Mas não sei por que inflama a cada olhar que se desvia,

É um ver-me de outro alguém e ele pulsa,


Parece que se apaixona mas depois se refugia,

A alma coitada já nem sabe se defender,

O sofrimento de uma apaixonada diz muito sobre ela,

Penso se cada homem que passa imagina o quanto foi amado,


Sim, porque para cada mulher há um coração que gosta,

Não há?

Mulheres amam e homens gostam disso,

Penso até que nos incentivam,


Eles amam e amam-se, assim o é,

Afinal, ninguém conhece o futuro,

Apenas baseiam-se num passado imaginado,

Visto pela superfície e de resto acreditado,


Ninguém tem o poder de dominar o amor,

Mas, pulsar por cada homem bonito?

Ai meu Deus já nem sei se mereço,

As vezes, por poucas vezes ainda olho para trás,


E quando olho o vejo,

Aquele que amei, sei que não está lá,

Mas um dia estivemos juntos e isso foi bom,

Vale o instante do recordar,


É como se o coração pulsasse e os dissesse:

-Pois é, e quem sabe o que pode acontecer?

Me indago se eles o veem como uma promessa,

Gostaria apenas que cada homem bonito que passa


Soubesse sobre minha alma,

Que amou um dia ela foi capaz,

Mas esquecer ainda acha que não poderia,

Este coração que pulsa é capaz de acreditar,


Mas, tampouco tem o poder ou efeito de escapar,

Está preso a esta que ainda pensa num nome,

Em um rosto e com isso, em única pessoa,

Que o amor os livre da maldade que isso possa parecer,


Que são belos o são,

Se valem a pena, valem e muito,

Mas alma que ama não esquece de um dia para o outro,

Olho o calendário e verifico o ano,


Então, na verdade não esquece nem em décadas,

Tudo isso me pus a pensar andando debaixo do sol,

Há ocasiões em que um pulsar domina sobre o outro,

Penso se eles se bastam de horas,


A cada vez que me afasto de suas bocas,

Imagino que horas não me bastam como o foi lá atrás,

Nessas ocasiões vejo muitos rostos indo e vindo,

Se aceito beijar é porque gosto,


Nisso, o número não é muito alto,

Todavia, os sinto esquecidos pela cidade,

Quando uma alma ama e não se sente castigada,

O coração também não se esforça para esquecer,


Aquele que um dia amei ainda tem valia,

Outros não se auxiliam no quesito ser melhores que ele,

Bem, me vejo pondo qualificações neste e em outro,

Sopesando valores e qualidades,


Nisso, o número torna-se menor ainda que antes,

Há uma coisa de pouco sentido na terra:

Não há nada melhor para passar o tempo que um homem,

Ai que pena sinto daquela que fecha os olhos e não vem o sono,


Reza para que o sol passe e chegue a noite,

Se não se sente amada por alguém pensa que acaba o mundo,

Me esforço para dar sentido as coisas,

Talvez ele ainda me procure,


Mas a que fui um dia não encontrará,

A alma pode me sussurrar que entende,

Penso que concorda:

Não, ele não encontrará...


 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Amo Você!

Ora, meu bem,

Não defina coincidência a ideia de pessoa

Mais ser humano,

O fato é que quando beijei sua face,


Amei-o e descobri-me como mulher,

O que invariavelmente aponta para uma dissolução,

A de que eu pessoa perda minha individualidade,

Sim, lhe digo cansei de me ver com a mesma emoção,


De olhar minha face e não te ver,

Prefiro que em meu semblante eu o reflita,

Que ao escolher fazer algo eu o veja,

Bem, o que diria se eu o fizesse de objetivo?


Se o visse acima de todo o ser ou indivíduo,

Não defina isso de funcionarização,

Ou seja, aquele tipo de pessoa que presta-se,

Eu sou mais que uma prestabilização,


Queria ser a única a lhe aquecer a pele,

Aquela que é mais que um pedaço de algo,

Sabe, quero ver-me por inteira em você,

Desejo tanto que me veja da mesma forma,


Seria estranho se eu lhe pedisse para fazer parte,

E se neste fazer parte da sua vida eu me desse por inteira?

Bem, as palavras se colocam a esmo,

As note, meu bem, mas neste esmo há um destino,


Que não seja ao final, é pedir muito?

Gostaria de um agora para nós dois,

É tão difícil a dor que só se cala ante a morte,

Tão intolerável que se prefere nela um aceleramento,


Bem, não quero senti-la,

Quero esquecer que um dia sofri a espera-lo,

Prefiro me entregar a você sem a ideia de um fim abstrato,

Antecipar o fim de um destino é traiçoeiro,


Aqui expresso as palavras nas quais traço um caminho,

Frases negativas se atraem,

Meu bem, odiaria em você o pessimismo,

A incurabilidade é um dos conceitos mais duvidosos,


Acha que há nela um amor irremediável?

Uma espécie de sentimento que não se acabe,

Vejo isso em sua face,

Não me indague se estou doente,


O amo, veja isso está descrito em cada frase,

Prolongar a vida também é viver,

Mas porquê adiar o que não se pode evitar,

O amo e quero estar com você,


Me desculpa se desejo que sinta o mesmo?

Odiaria ver em nós dois campear a impunidade,

Um amor que ama e outro que sofre...

Talvez, se você desistisse de olhar para os lados,


De procurar por sentimento de onde não vem,

Quem sabe se me visse por inteira...

Não me veja como um amor fraco,

Onde qualquer desviar de olhos leva-o ao fracasso,


Se algum dia desviar dos meus lábios seus beijos,

Desde que não procure outra boca é claro,

Não irei cair,

Não, eu não seria capaz de fazê-lo sofrer assim,


Mas veja meu bem, aos fracos provêm os vícios,

Não faça do torcer o rosto um costume,

Não, entenda eu não me recuso a estar aqui para sempre,

Mas, existem coisas incuráveis no destino,


Quem desvia facilmente erra o caminho,

Um esbarrão e será então maior que uma ameaça,

É assim o amor não é?

Ele é mais que uma espada de Dâmocles,


Talvez seja uma ordem de entrega imediata,

Mais que uma assinatura de garantia,

O que rouba o beijo espera,

Mas depois se desespera,


Assim o é, então não me vira o rosto,

Quando eu for beijá-lo,

Se o for você me promete não se desviar?

Se uma vez sua boca for silenciada,


O beijo não se é dado feito uma dívida,

Se é amor opto sempre por lhe absolver,

Beije-me com toda alma,

Apenas e sempre que o quiser,


Quem ama alguém cuida,

Aplica em cada instante o verbo cuidar,

Aliás, meu bem: Amo Você!

Que esta frase não se sirva da loucura,


Caso contrário,

Junte cada uma destas letras,

Sopese-as uma sobre a outra,

Então, as guarde na sua carteira,


Sempre vejo nela o que mais lhe importa,

Porém, caso deixe de importar...

Ah, lembrei de algo a lhe dizer,

-Deixe de sentar-se sobre ela,

A carteira e bem, com ela a frase.


domingo, 12 de fevereiro de 2023

Eu Gosto de Você

 


Descobri que há muito de amor no beijar,

Que a distância é capaz de chamar,

Decora nomes como nenhuma outra circunstância,

E que a língua tem o dom de errar,


Põe você em cada palavra,

Clama ou necessita em te lembrar,

Amarga é a morte da mulher que se serve

Do laço em que abriga aquele que ama,


Apenas, para, em triste saudade,

Se engatilhar nele até sangrar,

Sabe-se que os braços que abrigam

São tão capazes de ferir quanto de guardar,


Guardo neles o seu cheiro,

Nos meus lábios abrigo o seu gosto,

Não, não irei me ferir com o que lhe protegi,

Também não farei da boca que jurou apaixonada,


Lugar de palavras que lhe firam,

Ferir não é para o que eu fui feita,

Você sabe: foi o primeiro que eu amei,

Se me fiz de você,


Por quê motivo, hoje iria me retrair,

Voltar ao tempo em que você nunca esteve,

Ou pior tentar apagar o que foi bom,

Não como se não tivesse existido,


Mas conturba-lo até deixar tudo ao avesso,

O coração que abriga não se torna armadilha,

As mãos que seguram aquele que querem,

De forma alguma se tornariam correntes,


Veja, elas se fecham no seu entorno,

Mas sabem bem como te deixar ir,

Claro sua saída eu não facilito,

Mas, ai de mim tentar te impedir,


Sim, sem você minha busca não termina,

Na distância não faço mais que busca-lo,

Entre mil homens você é o mais digno,

Justa é a boca que lhe fala bem,


Correto é o coração que se entrega a você,

Mas entre as mulheres não encontro uma sequer,

Que saiba ser melhor que eu possa ser,

Desculpa a sinceridade,


É que esforço também se mede,

Assim, me esquivo da conclusão de perde-lo,

Se Deus lhe fez e o colocou entre os justos,

Não será você o que se encantará com a mentira,


Preferirá o falso a aquela que ainda lhe jura,

Bem, aqui onde vivo cultivo bananas,

Eu gosto de bananas e você?

Há sempre alguma próxima...


Você não acharia isso impossível,

Desculpa da última vez você recusou a fala,

Lhe ofereci a palavra e você ignorou-a,

Não digo que te olho hoje da mesma forma,


Mas veja as bananas estão ainda lindas,

Você acha que há sempre algo que se aproxima

Quando você pensa em me virar a cara?

Espero que este algo seja bom,


Você espera o quê quando se distância?

Bananas são raras e são especiarias...

Creio que o sejam,

Dizem que o que faz bem não faria o contrário,


O faria?

Você pensa nas coisas quando não está por perto?

E que coisas são estas?

Veja, as bananas: eu gosto de bananas e você gosta?


Eu gosto de você,

Sobre as bananas você tem alguma preferência?



Saudade

Aquele seu único beijo, Arrastou-se sobre minha espinha, Efeito de fogo abrasador, Agora,  Vertente em saudade, Se assemelha a g...