quinta-feira, 11 de agosto de 2022

A Distância

 


O amor vem em doses de paciência,

Ou pelo menos deveria,

Pois a cada instante de sua ausência,

Sinto que o tempo não nasceu para mim,

Mas, lembrar é ignorar a ofensa,

De querer mais que tudo e não ter,

Sentir, em cada parte sua e resistir,

 

O amor é feito o rugido de um leão,

Perto parece manso distante é aterrador,

Mas o amor tem efeito orvalho sobre a relva,

O amo e por ele aguardo novo instante,

Gostaria de falar sobre isso, chama-lo para mim,

 

Mas nem sei como resisto me indaga o coração,

O amo, eu respondo, chame a isso amor:

Sonhos de todos os viajantes,

O amor é como uma goteira constante,

Toca a pele e ao escorrer – percorre,

É mais que um transcorrer,

 

Os que sonham possuem sono profundo,

Os que amam sabem disso,

O amor tem por feitio despertar a fome,

Recordo seus beijos sôfregos,

Sinto salivar a boca e suar a pele,

É uma necessidade de tê-lo,

 

Embora as palavras queiram,

Eu não conseguiria explicar,

Quem respeita o mandamento do amor,

Respeita a si mesmo,

Quem tem amor por sua vida,

Se entrega,

 

Mas, o desprezo que a distância provoca,

Faz com que me sinta morta,

Há algo que se queira mais que estar com quem se ama?

Sempre que tento falar algo,

Me vem a boca um vazio entre as palavras,

Há um espaço e este espaço nem quer diálogo,

 

Precisa tê-lo ao meu lado,

Ouça o conselho e acabe sendo sábio,

Tentei consultar o coração,

Pedir a ele uma saída,

Nada além de um acelerar de pulsação,

Sozinha em cruel distância,

 

Será que se eu parar de ouvir as instruções,

Terei mais sorte em conquista-lo?

A razão fala e exige reconhecimento,

Se o coração ignora porque lhe darei ouvidos?

Não há igualdade no amor,

Sinto isso ao me ver aqui, morta,

 

Olhe só para este rosto,

Nem parece o mesmo de quando o beijava,

Aí de mim recordar da despedida,

Me esvaeço, não me pertenço,

Os grandes, aqueles que amam,

Devem ter uma resposta e a guardaram,

 

Troco o cd do aparelho,

A música me exige este esforço,

O caminho que antes era feito de sonhos,

Agora tem uma pessoa para dar pavimento,

Sinto que não quero percorrer esta estrada sozinha,

Talvez, ele aceite ser minha companhia,

 

Dou uma espiada na rua,

Vejo se se aproxima o carro que já reconheço,

Os pequenos, aqueles que duvidam do amor,

Será que sabem mais que eu, que agora amo?

Ora, uma flor caiu da árvore lá embaixo,

Na calçada onde cruza a lama e os desavisados,

 

O amor sabe mesmo deixar-nos de joelhos,

Estou a um segundo de confessar que o amo,

Quando a distância nos acorda do beijo,

Por quê é que o tempo não passa mais depressa?

As pessoas cruzam ali fora,

Desatentas, daqui ninguém pode vê-los...


quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Seu Olhar

 

A claridade do dia chegou,

Mas, ao invés de correr abrir a janela,

Ela não gostou,

Queria uma hora mais para a noite,


Aproveitar por mais um instante,

Aquele que permanecia de olhos fechados

Ao seu lado,

Inerte a luz que surgia,


Como se estivesse apagado todo o resto,

E agora, simplesmente aproveitava,

O quê?

O tempo, o meu calor, o meu abraço,


Era meu amante,

E sentia-se feliz por isso,

Nas penumbras noturnas,

Um homem é capaz de encontrar uma mulher,


E amá-la por uma vida,

No transcorrer de poucos instantes,

Me submeto a ser sua,

Aceito desfalecer sobre sua pele,


Acariciar-te até que tudo se desfaça,

O dia e com ele as horas...

Suas mãos sobre minha pele macia,

Seu olhar preso em minha alma,


São segundos de deleite,

Que deseja-se por mais um instante,

Lá fora o céu agonizava inutilmente,

Por mais que torcesse por minha felicidade,


Não poderia se despedir do sol e trazer a noite,

Não sem antes vir o transcorrer do tempo,

Eu precisava, deveria... acordá-lo,

Extraí-lo daquele sonho profundo,


Em que existiam mil destinos,

Contemplar os olhos do amor,

E ver neles o que houve de nós dois,

Sem dúvida meu pensamento estava depravado,


Foi incrível e duraria por todo o tempo,

Seria isso que eu veria em seus olhos,

Sei disso...

Tão embevecida quanto satisfeita,


Não queria a despedida que viria,

Mesmo que fosse por poucas horas,

Um segundo distante do seu calor,

E tudo em mim se esvaía,


A coragem, a felicidade, as certezas...

Além disso,

Há um ponto em que os desafortunados

E os infames se juntam e pronto.


Neste ponto não precisa desculpas,

Sigilo ou falar sobre o que não se quer dizer,

Bastam-se um ao outro,

Eu não queria um vírgula após isso,


Não me sentia preparada,

Mas o sol insistia e aquecia a janela,

Momento fatal,

Desafortunados: ambos, e de quem é a culpa?


Depois de amar por uma noite inteira

Quer-se chegar no amanhã e discutir os erros?

Quase sem medir as consequências do que fazia,

Examinou a forma linda de como ele dormia,


Acomodou-o no travesseiro,

E fez sombra sobre o seu olhar,

Decidiu por não acordá-lo,

Observa e o ama,


Da mesma forma como no seu pensamento,

Vê-o acordar,

Mas o mantém firme sobre ela,

Não o deixaria sair,


Não enquanto ela ainda o quisesse,

Enquanto o fizesse feliz,

A comiseração tem e deve ter, sua vontade,


terça-feira, 9 de agosto de 2022

Saudades Suas

 


E, ao mesmo tempo,


Os dois tiveram o mesmo pensamento,

Que a ela fez sorrir e a ele corar,

A voz meiga encantava,

Era mais que ter as palavras certas,


Ressoava em tom baixo na alma,

Como se fosse um eco do que sentia,

Algo feito uma promessa para não ser esquecida,

Que acontecesse o que for – permaneceria,


Parte das palavras se perdiam em seus lábios,

Outras dividiam-se por entre seus dedos,

Como se percorressem derramadas

Através de suas carícias pretenciosas,


Ressoava como um teclado no qual falta algumas notas,

Se aquele beijo tivesse um final,

E lá ela não contasse com seu olhar,

Nada do que viveram teriam sentido,


No primeiro segundo ela havia recuado,

Agora era tarde,

Sentia-se mais dele que qualquer outro fato,

As vezes, as estrelas fazem a noite,


Em outras são as coisas que acontecem sob ela,

Neste instante,

Nada tinha mais importância que estas juras,

Que o beijo que percorria a pele inteira,


E parecia acariciar a alma,

As vezes, a água fica revolta em altas horas,

Não se sabe dizer qual é o motivo,

Alguns alegam ser a simples madrugada,


Faz névoa e os olhos ficam turvos,

Mas, nesta hora,

Nada a impedia de ver o quanto o amava,

Antes de parar em seu abraço,


Sonhava com ele e muito,

Agora o tinha entrelaçado em sua cintura,

Beijos percorriam-na e falavam de algo,

Quando ela pensava que morria de amor,


Sentia-se renascer sobre suas carícias,

Sentia-se acima delas, de alguma forma,

Mas não acreditava que as pudesse controlar,

Mas via-se distante e muito alta,


Seus beijos a elevavam até algum lugar,

E lá não havia nada,

Só ele e seus afagos apaixonados,

Imaginava que beijá-lo fosse maravilhoso,


Pensou nisso longas horas,

Mas, evidenciou ser ainda melhor que isso,

Algo distante do que pudesse contar,

Veja: lá estão as estrelas a brilhar,


Parecem que pronunciam algo e somem ao nada,

Talvez o que dissessem tivesse mais interesse agora,

Mas naquele instante, fechou os olhos,

Amar e sentir-se amada era o mais importante,


Não pensou que o abraço teria um fim,

Aturdida, ainda conta as estrelas a noite,

Talvez ainda tivesse outra chance com ele, ou sei lá,

Parece que a água agora esta turva,


E que vem buscá-la até a margem,

Esta inconstante não parece estar satisfeita,

Ela foge disso sem saber porquê,

Tudo ao seu redor caminha para o infinito,


Menos os sonhos,

Eles insistem em ficar lá atrás,

No beijo, no calor dos afagos,

"Quando a gente está distante,

É muito esquisito...

Te amo amor”,


Seu sussurro terno era audível,

“... Embora eu me sinta sozinha,

Como você sabe e agora sei que entende,”


Seca uma lágrima,

“... Às vezes...

Mas, eu me sinto muito mais com você...”


segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Olhar Encantador

 


Se um pensamento cabe no olhar?

Talvez muito mais que isso,

Naquele instante cabia uma vida,

Havia um destino traçado em seus olhos,


E ela estava presente ali, encaixada,

Aceitaria o risco,

E que, tudo ocorresse na medida,

Nenhum erro,


Se é dessa forma que se joga?

Talvez nem tanto,

Mas quando se viu em suas carícias,

Não desejou sair do seu abraço,


Amou-o como nunca,

Havia um resultado,

Ao fim de todos os beijos sempre há,

Torcia para que este não levasse ao fracasso,


Depois de ser beijada dessa forma,

Seria difícil enfrentar outro caminho,

Esquecer não parecia se aperfeiçoar,

O perfeito estava em seus traços,


Em cada uma de suas formas,

Não, não haveria outro,

Seus olhos eram feitos pedras precisas,

Ou amuletos sagrados,


Algo assim que leva qualquer um a miséria,

Uma vez conhecendo-os,

Não teria possibilidade de resistência,

Desde o mais inocente ao impuro,


Dele fagulha alguma escapava,

Tristes criaturas sem sonhos,

Uma vez distantes: sem vida alguma,

Ela o via desse jeito,


Feito o bem e o mal que oferecem trégua,

Dois ângulos diferentes e tão bem encaixados,

Sem responsabilidade ou pena de si mesma,

Entregava-se com tudo,


Almas desabrochadas e ainda desavisadas

Não guardariam destino distinto,

Murchas longe do seu olhar,

Sedentas por sua dose de carinhos,


Semelhantes as flores que caem na rua,

E morrem sem esconder seu cheiro,

Ou outra coisa que as caracterizam – o nada,

O indistinto,


O seu desinteresse – fonte de repulsa,

Manchadas e jogadas à lama do desatino,

Antes de serem esmagadas por alguma roda,

Sobre elas nada, nem seu olhar ou passos,


Doce ousadia que a toma,

E guia seus carinhos por seu rosto,

Não havia entre eles discórdia,

Nada de forçado pairava sobre seus afagos,


De inquieto a intenso demais para o lugar,

O amor guarda nele estes aspectos,

Doce beijo apaixonado expondo-os aos olhos da vergonha,

Havia ali quem duvidava de amor desse jeito,


Imaculado, sórdido, provocador, sedento e sem máscaras,

A alegria do coração sobe ao rosto,

Havia em suas bocas mais que malícia,

O coração satisfeito toca seus carinhos,


É melhor ter um pouco de amor que nada,

Eles acreditavam nisso,

Parecia que o tempo acabaria logo em seguida,

Ao termino do beijo,


E boom, tudo se esvairia,

Inquietação e ternura entre seus dedos,

Não havia voz que fizessem-nos parar,

O amor, embora descreditado, é belo,


Até quem jurou não mais amar,

Agora, olhava-os, de soslaio,

Efeito de flores em ameaça,

A elas, nada resiste, nem mesmo o frio do inverno,


Bem, sabemos agora:

Há o olhar deste rapaz, ele é maior que isso...

Não é duro, mas é duradouro em valia.


domingo, 7 de agosto de 2022

Um Beijo

 


Sem esperar que ele oferecesse o beijo,

Ela levantou-se na ponta dos pés,

Endireitou o corpo e provou seus lábios,

Santa insensatez,


Apaixonou-se da exata forma que deveria ser,

Se foi ao primeiro olhar? Talvez;

Beijou-o resolutamente,

Aproveitou cada segundo da sua boca,


Fechou os olhos sem pensar em nada,

Havia algo de impetuosidade,

E ao mesmo tempo o amor,

Algo que apertava o coração,


Enquanto causava sofreguidão,

Um beijo sem expectativa,

Pedia um pouco mais que antes,

Puxou-o para si, um tanto na defensiva,


A vida que imaginou outrora,

Agora parecia desfeita,

Queria-o para todo o tempo,

Estava calçada, em um salto vermelho,


Descalçou-se, sentou os pés no chão,

Mas os braços ainda ao alto,

Contornando cada parte de sua paixão,

Queria, de alguma forma decorar seus traços,


Não por medo de esquecer aquele que amava,

Mas, as coisas mudavam ao seus olhos,

Mesmo o azul no horizonte lhe fugia,

A saia levantava-se até o quarto da perna,


Ela entrelaçou-se na perna dele,

Absorvendo sua quentura e maciez,

Podia sentir sua pele mesmo sob a roupa,

Tinha o pensamento nele,


Quem guarda a boca guarda a vida,

Ela sabia disso, mesmo antes de beijá-lo,

Sabia que do beijo restariam sequelas,

Desejou apenas que a marca que ficasse nela,


Também ficasse nele,

E que isso fosse o bastante para mantê-lo,

Assim é o amor,

Ele o quer junto,


Isso é um pé a mais no quem fala demais arruína-se,

Refere-se a um saber usar o que se tem,

E muito mais o que se sente,

Bem sabe-se que o orgulho só serve para discussões,


O amava e o queria perto,

Não precisava de outra coisa,

Aproveitou a oportunidade e beijou-o,

O beijo ganho com maestria e uma dose de cuidado,


Diminui em muito o tempo de espera,

Quem ama aos poucos tem muito mais,

Momentos são passageiros,

De um a um faria com ele uma vida,


A conversa do insensato traz a vara para as suas costas,

Sorriu com o pensamento,

E desgrudou por um único instante, a boca,

Os olhos do sábio sabem proteger,


Ela mais que sentir viu isso em seu olhar,

Os olhos que brilhavam na direção dela,

Faziam mais que brilhar, pareciam prometer,

Ela estava segura,


O amor estava seguro,

Amava-o e era, também, amada,

Cada coração reconhece quem ama,

E isso não parece em nada uma sentença.


quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Um Beijo

 


Bem, não posso dizer outra coisa,

Procurei-o, e nisso quis seu respeito,

Aos justos os céus e a terra,

Mas, isso vai de encontro a algo,


O quis com todas as minhas forças,

Com a alma, a paixão e sentimentos,

Caí de joelhos – indefesa,

Doce coração pecador,


Apaixonou-se, melhor é estar sozinha,

Ter alguém, não sei, será que é bom?

Como foi sentir sua boca na minha?

Feito um sonho: o grande encontro,


Mas há sempre um outro abraço que sirva...

Não, este não foi meu caso,

Acordei na manhã seguinte me sentindo sozinha,

Havia um travesseiro ao meu lado,


E ninguém com quem dividir o que eu sentia,

Fingi um sentimento perfeito,

Acordei vazia, não havia nada,

Do amor não houve sobras ou restos,


Foi sob medida enquanto esteve comigo,

Depois, até mesmo as migalhas foram recolhidas,

Há beijos para não serem esquecidos

E neles palavras que ferem feito espadas,


Mas a língua do sábio entende de amor,

Nela há a cura...

Procurei em seus lábios,

Procurei em cada uma das suas carícias,


Me detive em seu abraço,

Busquei seu cheiro como nunca,

A mentira não persiste ao momento,

O engano que chega a alma não dura,


Não quando se tem a sua frente os olhos,

As atitudes e tudo o mais daquele que ama,

Mas a felicidade tem seu próprio caminho,

Ela parece uma dessas criaturas,


Aquelas que se acha por aí e faz fechar os olhos,

Qualquer coisa a ver com fantasia,

Com acreditar no que possa vir a esmo,

Triste fim que as vezes faz chorar,


Mas quem é que percorre atrás de objetivos?

É sobretudo pungente o amor que sentia,

Com certeza depois de tudo que foi vivido,

Não teria possibilidade de voltar sozinha,


A graça de amar como nunca

Ainda guardava um gosto suficiente e fraco,

Poderia resistir as outras ausências,

Afinal, amar por si só já é bonito,


A devassidão da solidão não tem valia,

Um resto de amor restou da noite de amor,

Um quê de sentimento ainda existia,

Ela agarrou-se a isso,


Mas passou a mão no cobertor e não havia nada,

Nem ao menos um pálido sol

Abrigava-se a janela para alegar

Que tivesse apagado algo,


O amanhecer estava pungente e doía

Se afeiçoava ao sol de inverno,

Tardio, sincero e frívolo ao que sentia,

O rosto com que tanto sonhou,


O beijo que alegava que conhecia,

Era arredio e embevecido,

Ela acreditava tê-lo visto em outro lugar...

Bem, a felicidade também faz enganar.


terça-feira, 2 de agosto de 2022

Noite Sem Lua


Era outono crepuscular,

Caía o entardecer do dia,

Ela aconchegava-se as sombras,

Sentia-se bem na ausência da lua,


A noite que antecedia a lua cheia,

Bem, ela sabia:

Isso poderia lhe custar a vida,

Mas, a mentira não lhe pertencia,


Não lhe fazia bem a boca,

Proferir qualquer coisa acerca,

Se a boca do insensato leva a ruína,

A sua não seria capaz,


Quem ama com integridade sente segurança,

E ela sentia,

Mesmo que veredas tortuosas estivessem ao seu olhar,

Fecharia os olhos e aproveitaria as sombras,


Mas seguiria,

Há um caminho que abre-se aos que amam,

E ela perambularia por ele até lá;

Chegaria, ela sabia, chegaria.


A boca d’aquela que ama é fonte de vida,

Não se envaidece na mentira,

Nem faz uso da maledicência,

Apenas ama,


Aquele que controla a língua

Entende mesmo quando se cala,

O que a alma que ama deseja ela encontra,

Passa a tempestade e o céu retorna,


Tudo sempre volta ao seu lugar,

Assim é com os que se voltam e aos que procuram,

Mas, a’quela que ama permanece a espera,

Não se cansa,


Quem é capaz de amar o outro, a si mesma o faz,

Quem procura encontra,

O amor antecede por quem o busca,

Ela se escondeu por entre as árvores do bulevar,


Por trás daquela grama havia uma história,

Logo no início quando ela ainda era plantada,

Quando os pequenos montes ganharam a terra,

Desejosos de suas flores e da vida que se abria,


Ali, naquele cantinho um beijo repousava,

Naquela hora,

A escuridão serviu de véu para as juras,

Guardou em si cada promessa,


Como uma espécie de macha que não se apaga,

Ou um perfume que não sairia,

Ali, o beijo nunca seria desfeito dela,

Então, parou por um momento recostada,


Se colocou contra a árvore – silenciosa-,

Não temia a noite que a abraçava,

Aquele que a disse: eu te amo, ela não esqueceria.

O beijo soou feito uma flor que não murcha,


Que os dias passam mas ela fica,

Permanece intacta e cheia de vida,

Inerte as horas e cheia de expectativas,

Diferente das que estremecem e ao final fazem chorar,


Afinal, pensou ela:

Por que uma flor levaria as lágrimas?


 

Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...