segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Olhar Encantador

 


Se um pensamento cabe no olhar?

Talvez muito mais que isso,

Naquele instante cabia uma vida,

Havia um destino traçado em seus olhos,


E ela estava presente ali, encaixada,

Aceitaria o risco,

E que, tudo ocorresse na medida,

Nenhum erro,


Se é dessa forma que se joga?

Talvez nem tanto,

Mas quando se viu em suas carícias,

Não desejou sair do seu abraço,


Amou-o como nunca,

Havia um resultado,

Ao fim de todos os beijos sempre há,

Torcia para que este não levasse ao fracasso,


Depois de ser beijada dessa forma,

Seria difícil enfrentar outro caminho,

Esquecer não parecia se aperfeiçoar,

O perfeito estava em seus traços,


Em cada uma de suas formas,

Não, não haveria outro,

Seus olhos eram feitos pedras precisas,

Ou amuletos sagrados,


Algo assim que leva qualquer um a miséria,

Uma vez conhecendo-os,

Não teria possibilidade de resistência,

Desde o mais inocente ao impuro,


Dele fagulha alguma escapava,

Tristes criaturas sem sonhos,

Uma vez distantes: sem vida alguma,

Ela o via desse jeito,


Feito o bem e o mal que oferecem trégua,

Dois ângulos diferentes e tão bem encaixados,

Sem responsabilidade ou pena de si mesma,

Entregava-se com tudo,


Almas desabrochadas e ainda desavisadas

Não guardariam destino distinto,

Murchas longe do seu olhar,

Sedentas por sua dose de carinhos,


Semelhantes as flores que caem na rua,

E morrem sem esconder seu cheiro,

Ou outra coisa que as caracterizam – o nada,

O indistinto,


O seu desinteresse – fonte de repulsa,

Manchadas e jogadas à lama do desatino,

Antes de serem esmagadas por alguma roda,

Sobre elas nada, nem seu olhar ou passos,


Doce ousadia que a toma,

E guia seus carinhos por seu rosto,

Não havia entre eles discórdia,

Nada de forçado pairava sobre seus afagos,


De inquieto a intenso demais para o lugar,

O amor guarda nele estes aspectos,

Doce beijo apaixonado expondo-os aos olhos da vergonha,

Havia ali quem duvidava de amor desse jeito,


Imaculado, sórdido, provocador, sedento e sem máscaras,

A alegria do coração sobe ao rosto,

Havia em suas bocas mais que malícia,

O coração satisfeito toca seus carinhos,


É melhor ter um pouco de amor que nada,

Eles acreditavam nisso,

Parecia que o tempo acabaria logo em seguida,

Ao termino do beijo,


E boom, tudo se esvairia,

Inquietação e ternura entre seus dedos,

Não havia voz que fizessem-nos parar,

O amor, embora descreditado, é belo,


Até quem jurou não mais amar,

Agora, olhava-os, de soslaio,

Efeito de flores em ameaça,

A elas, nada resiste, nem mesmo o frio do inverno,


Bem, sabemos agora:

Há o olhar deste rapaz, ele é maior que isso...

Não é duro, mas é duradouro em valia.


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