sábado, 3 de setembro de 2022

Maldigo o Beijo!


Coisa triste.

Fato a não se esquecer:

- O que ele chamava amor hoje fere,

Quase opto por não o viver.


Sim, pudesse apagaria o beijo,

No gosto do batom marcaria o ato,

Chegaria perto, bem perto,

Apenas para ouvi-lo,


Ao final me recusaria a ser conquista,

O amor que é amor não se busca,

Ele nasce no olhar, na carícia;

Vê-se o amor desde a fala.


O que ele chamou querido amor,

Não passou de usurpação de sentimento,

Um sentimento que ele não conhece

Muito menos esforça-se.


Uma manhã, ergueu-se e abre a janela,

Com um suspiro e um arfar de ombros,

Vira-se e diz: estou indo embora,

Mala pronta, decisão tomada,


Vira-se e bate a porta.

Recordo de tê-lo ouvido erguer a voz,

Lá de fora,

O que disse eu não quis me atentar,


Queria atenção e mais nada.

Discussão coletiva,

Segredos íntimos expostos a estranhos,

O que mais se espera?


Levo as duas mãos no rosto,

Com um ufa, fecho os olhos: durmo!

Ao coração sua soberania;

A razão, peço apenas que o ouça.


Desta vez, o adeus.

Ao indivíduo que pediu sua liberdade,

As chaves!

Vá e não volte-se.


Em poucas palavras,

Nego a cada parte minha tê-lo amado.

E aquele que contestar,

Apresento os fatos!


O coração que insiste no erro,

Termina por ser destruído,

Por Deus me assumo e nego a isto.

Sem aviso ele foi,


Por que iria querer se voltar?

Quando o coração resplandece,

Toda a alma se alegra.

Quando um tolo governa,


O que ama teme.

O homem que ama a si mesmo,

Sabe amar o outro da mesma forma,

Mas, aquele que prefere a vida fácil,


Leva a fim injusto a sua fortuna.

O coração que expulsa a covardia,

Dá sabedoria a cada um de seus pulsares,

Mas, o suborno leva tudo a ruína.


Três dias após o ocorrido,

E ela acorda com um beijo nos lábios,

Apenas um ressoar,

Abre os olhos o vê em pé no quarto...


Anula os dias insones,

Esquece até mesmo as lágrimas:

É como digo:

O suborno leva tudo as ruínas...

Maldigo o beijo!


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Antes de Outra Coisa...

 


Esta história data de antes de o mundo ser mundo,

Muito antes de estar nos planos de Deus,

Sim, havia algo maior que isso:

O amor, e com ele os sonhos e alguns beijos,


Bem, aconteceu que dois abraços após,

Em época remota, já disse isso,

Houve algo inacessível ao medo,

Não conhecendo o que era Ele sonhou e o fez,


Desejando sentir isso mais que tudo,

Ela e Ele, entregaram-se com todo o seu Ser,

Ele era um desses homens que domina até o espanto,

Ela uma dessas moças que afugenta até o desespero,


Tinha tudo para dar certo,

E isso se deu, de fato.

Por mais extrema que fosse a crise,

Enfrentariam juntos, juraram um ao outro,


Com aquele brilho no olhar que reflete na face,

O amor, acontecia de todas as formas neles,

Por fora e por dentro,

Era algo sublime de se ver,


E por isso, precisava ser visto,

Foi assim que coisa a coisa se fez,

Objetos ao dispor mas não a esmo,

O amor, em tudo isso sempre foi mais importante,


Por mais inevitável que fosse,

Houve nisso uma catástrofe,

Mas, permaneceram como foram feitos,

Em amor e por amor em cada instante,


Afogados os olhares sob lágrimas tristes,

Porém, dessa tristeza ninguém soube,

Venha depressa,

Poderia ter dito mas preferiu riscar,


Percorreu algumas páginas a esmo,

Como se nada disso tomasse importância,

Mas, sim, tudo teve lugar e relevância,

Aquele que confia apenas em si é insensato,


Mas quem encontra amparo sempre na mesma pessoa,

Este é mais que inteligente,

Este pode afirmar que ama,

Quem procura em si a sabedoria sabe reconhecer o seguro,


Quem se dá por inteiro não passa necessidade,

Pareciam frases soltas e palavras a esmo,

Mas era tudo que sentiam um nos braços do outro,

Em cada olhar uma sentença,


Em cada ato uma escolha: um ao outro,

Dizem até os dias de hoje,

Que aquele que fecha os olhos para não vê-los,

Sofre, sofre em demasia. Sofre.


Malditos os tolos de coração que sabendo a verdade

Ainda são capazes de negá-la,

Quando o coração ganha poder,

Ele próprio sabe fazer sua escolha,


E a faz,

O tolo, nisso tudo, se esconde,

Mas, dizem eles:

Haverá o dia em que tudo sucumbe,


Ou sucumbirá, corrigem-se...

Nisso tudo o amor floresce,

Enquanto, antes e tanto depois: floresce!

Ao mesmo tempo surgem fatos que reconhecessem-se,


Por sua vez, eles chegam e batem a porta,

Já não importa quem atenda.. Neles: a verdade!


O Amor!

 


O governante sem discernimento aumenta as repressões,

O amor no distanciamento oprime também,

Um governa enquanto o outro se perde,

A solidão atormentada pela culpa busca a fuga,


-Amo-o e o amarei até a morte!

Assim diz ela e bate o pé,

Haverá quem duvide?

Não, não dela!


Quanto ao coração que governava?

Neste instante, que ninguém o proteja!

O amor que é integro assim há de ficar,

A solidão que aparece nas horas vagas,


Esta ninguém deseja, mas ela vem...

Busca aquele que é amado,

Recorda dele a todo e qualquer instante,

Após isso, busca refúgio e clama pelo destino,


Apega-se a todos,

Distância segura, repousou dos inseguros,

O coração permanece a espreita e pulsa,

Neste tormento ele é quem não sabe repousar,


A solidão perversa ou prisioneira,

De repente cai e pede guarida,

Não sabe se ama nem entende o que quer,

Agir com parcialidade parece a saída,


Quer o ser amado ao seu lado – grudado,

Manda e desmanda,

Vê sempre com único olhar,

Até a distância o amor que ama aceita suportar,


A solidão gosta da proximidade,

Não se dispõe a maleabilidade,

A solidão é inimiga da distância,

E por ser desta forma não percebe o que a aguarda...


O amor que bajula sabe como repreender,

A solidão que rouba o tempo e a liberdade

Sopra no ouvido: não entenda, está errado;

É próxima mas é inimiga daquele que vem,


Talvez ela goste de manipular,

Quem sabe apenas ainda não tenha entendido,

O quê?

O coração que pulsa ou a lágrima que foge?


O olhar que se fecha e depois de tudo,

Simplesmente, finge não ver.

Mas, enfim, a boca não gritou,

A voz que imploraria que ficasse,


Apenas desta vez, não falou,

Melhor desta forma que da outra vez,

Meus agradecimentos,

Quis ela dizer ao levantar a mão,


Encerrou por um aceno,

Um aperto profundo no coração,

E se calou, outra vez,

Concluiu que o amava logo que chorou,


Sem ninguém para ver,

Apenas a promessa que ficou,

Bom, quando o coração grita,

Quem é que aparece?


Uma neblina e um olhar que se fecha,

Dentro de si o coração que não entende,

O amor. Ele repete. O amor,

E depois tenta dar alguns passos,


Imagina se ainda tem forças para correr,

Agora, ele para e mede a distância,

Não pulsa tão rápido mas retorna,

Já não consegue alcançar,


Que o amor chegue e tome-o por justiça!

E que – a solidão tem algum interesse em esconder-se? –

Sem resposta, nem ela ou aquele,

Da minha parte, não objeto,


Apenas guardo uma restrição: esquecer,

Este amor não, se a intenção for esquecimento,

Que seja o outro.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Eu e o Tempo

Mas, enfim a voz não saiu,

E o grito ficou mudo,

Permaneceu na garganta,

A seco;


Melhor assim,

Virou as costas ao vê-lo partir,

Quando se grita, o que parece?

Há algo que o faça arrepender-se?


Isso não parecia provável,

Nem um pouco,

Eu posso dizer como concluí isso,

Meu caro coração,


Peço não tente olhar em meus olhos,

Você não gostaria de ver o que ficou,

Daquele brilho jovial e encantador,

Dos mil sonhos de amor,


Todos aqueles em que você acreditou,

Todos estão estraçalhados,

Não queira ver,

O abraço,


O beijo de despedida,

Não, apenas não queira ver,

Muito bem, não soube o que dizer,

A voz ficou calada,


Parecia não ter alternativa,

Havia alguma falha no meu abraço,

E este amor escapou por ela,

De alguma forma,


Talvez, eu não devesse ter dormido aquela noite,

Quem sabe devesse ter feito algo diferente,

Eu tive tanta vontade de sentir aquele abraço,

Tive tanto apreço ao ganhar seu beijo,


Não soube como reagir,

Simplesmente não soube o que fazer,

É que – houve tanto tempo de espera,

A expectativa não ajudou em nada,


Talvez ele tivesse algum interesse em se esconder,

Pode ser que tudo isso ainda tenha explicação,

Que poderia fazer ao vê-lo retornar

E me oferecer a mão?


Mentir, fugir, me esforçar para resistir...

Por que quando alguém vai sempre se espera pela volta?

O que há de tão bom no sabor do retorno?

Desconfio disso,


Da minha parte,

Confesso este interesse...

Portanto,

Vou esperar passar o tempo...


Ver o que o futuro pode dizer,

Talvez, aja alguma forma de acordo...

(Eu e o tempo...)


 

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

É Frio o Final

 

Já não era a carta que eu buscava,

Coloquei a mão a esmo,

E vasculhei a caixa,

Buscava a que mais gostava,


Mas desta vez não foi como era,

Puxei outra,

Não a sua,

Um vazio ali se entreabria,


Palavras pediam para ser esquecidas,

Um amor se distanciava,

Dali se levantaria um fantasma,

Com palavras descritas,


Que já não serviam como outrora,

Seriam apenas versos,

Juras que não ganhariam voz,

Mas, eu ainda assim podia ouvir meu coração,


Quisesse ele ou não,

Ainda clamava por seu nome,

Ouvi-o chamar e agora reclamar por você,

Por mais que eu fugisse,


Havia sempre algo em que me apegar,

Tinha seus sussurros ao ouvido,

As juras voltavam de uma a uma,

Era quase como se o tempo não tivesse passado,


Seus lábios vagamente avermelhados,

Seu rosto: um reflexo do luar,

E no olhar,

Ah, o olhar contava muitas coisas,


Confesso que quis fugir disso,

Mas algumas vezes mergulhei neles,

E o que vi lá,

Não me deixou surpresa...


Pintado naquele rosto bonito

Havia algo que assustava,

Ele fugia do amor,

Nada mais que isso,


Mas falava outra coisa,

E isso, naquela hora,

Não me pareceu tão apropriado,

Parecia que seu rosto era disforme ao olhar,


O que vi naquele instante,

Não levaria ninguém a um tribunal,

Apenas quis ter percebido antes,

Antes do beijo, do abraço, deste ponto final,


Pois o que faria você?

Se o coração diz que ama,

Mas aquele por quem é apaixonado,

O olha e indaga: a quem?


 

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Um Beijo e o Adeus

 


Se a cilada não existisse,

Naquele beijo ela seria inventada,

Ou, um pouco antes, por ele,

Não, em nenhuma outra boca,


Pela sua apenas,

Seu abraço, seu cheiro, seu sabor,

Com aqueles toques de palavras macias,

Parecia enaltecer qualquer coração sonhador,


Oh, belo é o beijo de um sedutor,

O seu não, é mais que isso,

Encanto, fascínio, amor,

Não toleraria menos,


Nenhuma parte sua,

Tive essa certeza...

Nós dois, juntos?

Nosso enlace encerrou antes do fim do beijo,


Mesmo tendo havido promessas,

E do meu lado, alguns sonhos,

Encerrou-se na forma em que começou,

Eu a contemplá-lo e ele,


Penso que sem me ver realmente.

Não, não precisamos ir até o cais da praia,

Amantes que se amam não precisam repetir nada,

O lugar, a areia quente,


Sua jaqueta caída ao longe...

Nada disso, nada é necessário,

Na esquina de onde estou,

Um relógio conta as horas,


Eu não me preocupo,

Fico aqui, não sei se a esperar,

Ou apenas por estar,

O frio desce até o chão,


O calor foge, eu permaneço,

Sentimentos fazem sangue correr no coração,

Um destes, talvez, o amor,

O gelo começa a tocar a pele,


Parece que já não sinto tanto,

O amor, será que ainda existe?

Nem fecho os olhos vejo o beijo,

Sinto como se fosse comigo,


É você e outra no mesmo lugar,

Na minha frente?

Não me despeço: permaneço,

Os olhos do amor protegem,


Sinto isso no meu coração que ama,

De alguma forma eu estava no lugar certo,

Quando se tenta apagar um beijo,

A verdade não se desvia,


O desespero parece se acalmar,

Vê-lo, ainda me faz melhor,

Suas palavras ressoam infiéis,

As ouço, calada e a esperar,


Não desejo ver o final entre os dois,

Mas, algo me prende no mesmo lugar,

O coração parece sussurrar:

Há um amor a espera lá fora,


Serei açoitada em meio a rua,

Pela verdade de promessas desfeitas,

A realidade ainda parece distante,

É como se não me pertencesse,


A conversa do homem que mente

É uma cova profunda,

Nela cabe ele,

E parece que ele sempre se joga,


O homem que sabe ouvir falará para sempre,

Mas e aquele que apenas joga conversa fora?

Talvez o amor exista,

Mas, este não, este não me pertence.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Caso a Caso


Ele fala com voz destemida e honesta,

Parece falar com propriedade,

Quase convence que ama,

A um instante da sua pele,


Aproximo o rosto, mas desisto,

Não sei por quê,

Simplesmente não insisto,

O amor não teme,


Sei disso,

E a honestidade é válida,

Mas, ainda assim não tento,

Porém, a meia noite ou mais ainda,


Me sento na cama com as mãos no rosto,

Me sinto pálida e indisposta,

Procuro pelo sono...

Podia bem ser próximo da uma,


Apenas algumas horas me separam do amanhecer,

Contei cada segundo pela noite,

Mas, não queria estar onde estou,

Preferia, bem acho que sim,


Preferia estar ao seu lado,

E ter provado o beijo,

Então, não entendo o meu desistir,

A boa conduta gera a redenção,


O amor verdadeiro é capaz de riquezas,

Talvez, por ter ganhado um não,

Ele ainda não desista,

Desfrutar da auto estima vale muito,


Não queria me ver chorar depois,

Apenas isto,

Não sei se ele poderia entender,

Nem ao menos quero me abrir tanto,


O que ama e o que busca o amor

No fundo tem algo em comum,

O obscuro, um passo no inseguro,

O amor é quem dá força a ambos,


O prudente percebe o risco e busca refúgio,

O que já ama nem pensa mais nisto,

Procura o beijo, o abraço, os carinhos,

Acho que quem ama aceita as consequências,


A recompensa do que não ama é a insônia?

É abraçar o travesseiro para buscar o sono?

Que pena, o lado da solidão também é perverso,

No caminho do amor há espinhos,


E também armadilhas,

Ele ouvia as pulsações das suas artérias,

Era o bastante para dizer que vivia?

Houve o passar das horas,


Mesmo sem estar próximo ao relógio,

Sente como se contasse o tempo,

Imagina que poderia estar com ela,

Que a noite poderia ter sido de outra forma,


Quando ela se aproximou de um lado,

Ele apenas pensou em desviar o rosto,

Não tinha medo,

Mas, não podia conter o estremecimento,


Das outras pessoas ele não era diferente,

Algumas vezes, algumas aventuras são diferentes,

Essa parecia ter pedido mais algumas horas,

Não que beijá-la fosse fazer parte do seu sonho,


Ainda não havia se programado a tanto,

E julgar que agora era vítima de um pesadelo,

Sentia o frio da pistola de aço no bolso,

O cheiro que exalava e a intimidade,


Abre a janela e mira,

A moça levanta sobressaltada,

Parecia também não ter dormido ainda.


Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...