quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Em Nome da Fé

Três corpos foram encontrados
Na praça central do município,
A polícia de homicídios
Foi comunicada
Pelo homem que os encontrou,
O homem tremia e gaguejava
Ao falar sobre os mortos.
A neve da praça derretia
E escorria até seus pés
Levando a calçada
Vestígios de sangue
Nos pequenos flocos brancos
Da neve que há meses
Se acumulava.
-Eu não sei quem são.
Ele respondeu,
Cansou de falar
E desligou o telefone da cabine
Onde estava.
Logo que ele saiu da cabine
Telefônica e se pôs a olhar
Os corpos trêmulo,
A polícia retornou
A ligação para o mesmo lugar,
Aterrorizado ele custou
A voltar até lá dentro para atender.
- disse tudo que sei.
Vim até aqui fumar
E me deparei com três mortos
Soterrados na neve...
Depois disso,
Ele desligou e saiu de onde estava,
Acendeu um cigarro,
Entre a fumaça,
Do outro lado da rua,
Ele olhava aqueles rostos,
Como se houvesse um véu
A encobri-los,
Mais que uma rua a distancia-lo
De lá.
A passos lentos,
Ele tomou distância do lugar,
Não disse seu nome,
Nem nada que o identificasse
Ou o aproximasse do que houve ali,
Irritado,
Jurou a si mesmo
Nunca falar no assunto,
Com isso, a polícia
Jamais descobriria que esteve ali,
Não precisaria testemunhar.
Na delegacia de ameaça
Contra a mulher,
Três horas da madrugada,
Houve um registro de ocorrência:
Uma mulher casada há dez anos
Estava trancada no banheiro
E sangrava,
Segundo ela o marido
Se embriagou outra vez,
Ficou irritado porquê
A comida esfriou rápido demais,
E investiu contra ela
Com um machado.
Irritado ele errou a primeira machadada dela
Acertou no sofá
E o quebrou ao meio,
Então, ela correu até o quarto,
Trancou a porta gritando
E chorando.
Ele abriu a porta a machadadas,
Bateu com o machado no chão,
Arrancando fiapos de madeira,
Depois investiu na direção dela,
Ela se afastou para trás,
Ele acertou o roupeiro,
Ela se jogou sobre a cama,
Ele acertou a colcha do casal,
Rasgou ela,
Ela ficou encurralada contra
A parede,
E ele a acertou no braço,
Depois disso ela se esvaiu
Até o chão,
Ele tornou a investir machadadas
Contra ela,
E acertou na cama.
- vadia.
Você não serve para ser oradora
Na igreja.
Maldita.
Ele gritava,
Dando machadadas contra
A parede,
Uma destas pegou em seu rosto,
Rachou-o de maneira profunda,
O braço sangrou,
O sangue escorreu até
Os pés de Alfredo.
- Você é pastor,
É homem de Deus,
Por Jesus pare!
Ela gritou.
Nisto o cabo do machado
Quebrou,
Ele irritou-se e jogou o cabo
E o machado contra a janela
De vidro.
O vidro se estilhaçou,
Pedaços voaram contra sua
Própria cara e feriram seu rosto.
Edna ficou cega antes disso.
Bem antes.
No instante em que o machado
Atingiu seu rosto
E arrancou um pedaço de carne,
Com alguns dentes,
Neste momento ela não viu
Mais nada.
Apenas jogou o braço esquerdo,
Quase amputado contra
O rosto,
Escondeu a cara abaixando
O máximo que pode
E chorou.
Nunca rezou como está vez,
Nunca implorou por sua vida,
Neste instante fez tudo
Ao mesmo tempo.
- chore calada,
Mundana.
Alfredo gritou.
A pegou pelos ombros
E chacoalhou,
Puxou seu braço esquerdo
Sem piedade,
Arrancou,
Talvez, sem querer,
Talvez sem poder conter
Todo o seu ímpeto de fúria.
Depois ele foi até a sala,
Pegou sua garrafa de whisky
Voltou ao quarto e chacoalhou
Ela,
Como se fosse borbulhar,
Irritado jogou contra o braço
De Edna.
Na verdade jogou no sangue
E na ausência do braço dela,
Pois seu braço estava caído
Sobre a cama,
Jogou contra o rosto dela,
A ferida jorrou sangue.
-Piedade em Deus,
Piedade em Jesus,
Pastor você é homem bom.
Alfredo riu alto,
Saiu do quarto,
Enquanto Edna se rendeu a dor,
Se empurrou com força
Os pés entraram embaixo da cama,
Seus pés e pernas se arranharam no box do casal,
As feridas arderam,
Ela puxou as pernas,
Se colocou fora do quarto,
Num vislumbre o viu
Sentado no que sobrou
Do sofá,
Assistindo a televisão,
Bebendo outro whisky.
Edna pegou o telefone
Da cozinha,
Correu para o banheiro
E acionou a polícia.
Implorou ajuda.
Próximo a ali,
Na praça central,
Três corpos foram encontrados,
Uma hora antes desta ocorrência,
Estavam em posição de oração,
Os rostos foram mutilados
Por um objeto profundo
E cortante que lhes desenhou
Uma Cruz sobre cada rosto.
Profunda até quebrar os ossos,
Sobre eles haviam páginas
De Bíblias,
Através deste papel,
Estes corpos foram queimados,
Um chamuscar de sua pele,
As mãos estavam unidas
Como se fizessem uma oração,
Os lábios foram arrancados,
Haviam dois homens
E uma mulher.
Devido aos ferimentos
A identificação das vítimas
Se tornou difícil,
Seus documentos foram queimados,
Não havia nada que identificasse
O objeto que foi usado
Para cometer o crime
Ou quem teria feito aquilo.
A polícia jogou um pano negro
Sobre os corpos,
Depois os jogou no carro
Da homicídios,
Um carro negro,
De traseira fechada de metal,
Também negro.
Todos foram jogados no chão
E conduzidos até o local
De trabalho deles,
Para buscar evidências.
Do outro lado da rua,
No instante em que a homicídios
Levava os corpos,
A delegacia especial chegava
De carro escuro,
Sirene ligada,
Luzes acesas para defender Edna.
Alfredo viu da janela o carro,
Ouviu as sirenes
E isto lhe chamou a atenção,
Então, ele pegou a garrafa
E invadiu o banheiro,
Dando um chute que empurrou
A porta para trás e a abriu.
Alfredo pegou Edna pela garganta,
A obrigou a beber.
Depois juntou seu laudo médico
Que informava que ela
Era depressiva e fazia uso
De medicamentos fortes,
Colocou em sua mão
O laudo,
Pôs a garrafa ao seu lado
E falou:
- você bebeu,
Misturou bebidas
Com seu remédio,
E depois disso,
Se jogou contra a parede
Em fúria,
Se irritou porquê
Eu não estava,
E eu não retornei.
Edna sentiu o maxilar tremer,
Pegou o laudo de sobre a perna,
Com a mão buscou a garrafa
Então bebeu para acalmar a dor,
Bebeu para baixar o medo,
Bebeu para evitar
A própria morte.
Alfredo pulou a janela
Do lado de casa,
No mesmo instante a polícia
Gritou do lado de fora
De casa,
Ninguém respondeu,
A polícia ligou no telefone
De casa,
Edna não atendeu.
Irritada pela ocorrência
Que ouviram através do rádio
De polícia sobre os corpos
Encontrados a polícia
Perdeu a calma.
Edna não tinha forças
Para falar,
Faltava-lhe carne,
Faltava-lhe parte do rosto
E principalmente faltava coragem.
Passado algum tempo,
Três policiais investiram
Contra a porta a coices,
E a abriram.
Edna se jogou para a frente
Caindo na cozinha de casa
Com a metade do corpo,
Sua mão ficou a botina
Do policial.
Ele gritou assustado,
Tomou dela a garrafa,
Pegou o papel e o leu
Para todos ouvirem.
Ela foi levada para o hospital
Em busca de socorro médico,
Os policiais ficaram no corredor
Esperando sua melhora
Para prestar depoimento.
Edna nada disse,
Seus pais foram buscá-la
No hospital,
Ela continuou emudecida,
Alfredo foi encontrado na igreja,
Estava rezando com pastores.
Informou que foi agendado
Um encontro na pastoral,
Os membros mais importantes
Da igreja compareceram,
Ele ficou lá desde o início
Que ocorreu na parte da tarde.

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Amor Platônico

Ah o amor,
Quando nos cativa,
Encanta a alma
De tal forma
Que Amaro basta,
Porém, quando se conta,
Se deseja
O beijo na boca,
O carinho que esquenta,
O abraço que sustenta.
Triste é o amor
Que não é acolhido,
Aquele qual
Não importa o que se faça
O outro que é gostado
Nada sente
Não importa o quanto
Seja amado,
Nada deseja,
Nem carinhos
Ou carícias,
Só quer o fim,
O desenlace do que se procura.
Sonhar a janela,
Sonhar no quarto fechado,
Sonhar na rua,
Nada basta
A este que não quer
Ser amado,
Não desejando corresponder,
Foge e esconde-se,
Não quer o afeto,
Nem mesmo o beijo
Descompromissado,
Quer distância,
Só isso.
Quase beira o ódio,
Querer maldito
E profano,
Que não aceita juras,
Não rende-se por nada,
Pois, simplesmente
Não desejar doce sentimento.
Choram todas as lágrimas,
Juntam-se todas as preces,
Acumulam-se todas as juras,
Mas nada o enternece,
Ele não ama,
Não importa que o grite,
Soluce ou declame,
 Não quer nada desta
Que o fala,
Mesmo que em amor
Se derrame,
Em ódio se depure,
Ou solidão se afugente,
Não quer.
Não a quer.
Nada sente.
Não lhe supre.

Tarde Com a Família

Hoje nossa tarde
Foi mais gratificante,
Ganhamos uma linda surpresa,
Meu pai deu pra eu
E meu esposo
Uma nova televisão,
Fazia tempos
Que estávamos sem,
Quase dispensamos
O presente,
Contudo, nos foi dado
De bom coração,
Aceitamos com eterna gratidão.
É incrível ver as crianças
Deitadas no sofá
Assistindo a um filme,
Enquanto eu faço a pipoca,
Meu esposo prepara o chá,
E nós nos divertimos
Em família.
É certo que
Para sermos felizes juntos
Não precisamos nada disso,
É muito mais importante
A companhia um do outro,
Contudo, um presente inesperado
É gostoso receber,
É um gasto a menos,
Um prazer saboroso,
Um alívio para o final
Do mês.
Felizes, contentes,
Satisfeitos,
Estamos unidos
E muito bem.
São quatro anos de casamento,
Quatro anos
Que não moramos
Com nossos pais,
Sentimos falta,
Confessamos,
Mas a distância compensa,
Pois, agora formamos
Um novo grupo familiar
Que se complementa
Com nossos pais,
Sente saudades
E guarda afeto,
É uma distância que não faz mal.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Amares e Amores

- que faz tão tarde no jardim,
Cultiva as estrelas?
Indagou Rosanie a Elon.
Elon olhava distante,
Como se buscasse algo
Por entre o brilho
Da cidade,
Pareceu não ouvi-la.
Logo, Rosanie fechou
A janela e o deixou lá fora,
Pagou a Elon por seu amor,
Alcançou um noivado
De grande notoriedade e animosidades,
Mas, nunca o teve.
Elon, na primeira oportunidade
Partiu para nova janela,
Percorreu mil vezes outra calçada,
Procurou outro seio
Em que se recostar.
Na primeira oportunidade
De alcançar dinheiro e fama,
Aceitou, outra vez.
Noivo de Rosanie,
Jovem, solitária e rica,
Fazia uso de seu dinheiro
Pelo preço de poucas noites
De falso amor,
De sua o gastava com outra.
Porém, numa destas suas escapadas,
Recebeu nova oferta,
Mais dinheiro lhe surgiu,
Desta vez, optou por casar-se.
Rosanie, custou notar sua falta,
Devido a poucas cobranças
Por afeto nunca o viu com outra,
Mas, Elon ainda assim desistiu,
Ter de fugir a noite de uma,
Correr para se agarrar a outra
Pela manhã vinha lhe custando.
A fama de conquistador barato
Percorreu os grandes centros
E já se avistava nos pequenos bairros,
O dinheiro dá asas,
Mas, abre margem para boatos,
Optou por desistir do noivado
Que se arrastava
E mesmo no dispor de tanto
Dinheiro não lhe reteve seu afeto.
Preferiu Márcia,
Jovem e também rica,
Abastada para lhe proporcionar
Tudo de que precisava.
Rosanie demorou-se
Na calçada como sempre,
Indo acompanhar o amante,
Cuidou-o até que chegasse
Ao final da rua,
Se Elon não estivesse tão entregue
A felicidade de ter readquirir
Sua liberdade,
Para poder alçar seu vôo
Rumo ao sucesso financeiro,
Teria ouvido no dobrar da esquina
O eco de um soluço.

domingo, 17 de agosto de 2025

Desenlace de Sentimentos

“Ora, de que é feita a vida
Que não seja envolto em dinheiro,
Precisa-se de dinheiro para nascer,
Mais ainda para morrer,
Pois, no decorrer da vida,
Assim é a pessoa,
Perde-se a maior parte do seu tempo em alugar-se
Para ao final vender-se,
A isto definem o casamento,
Uma união de interesses”.
Pensou consigo o tio de Mariquinha,
Ela estava apaixonada,
Desejava determinada pessoa,
Não havia impedimento,
Restava ao homem reconhecer,
Identificar-se com Mariquinha
E casar-se de uma vez,
E o que ela oferecia em dinheiro
Jamais passaria despercebido.
Porém, Seixas sofria,
Em instantes desejava Mariquinhas,
E sem saber porquê a amava,
Em outros a repelia,
Achava-a dada demais,
Uma pessoa envolvida
Ao extremo com todos,
Parecia ter entregue
Seus beijos a cada homem,
Erguido a saia a cada olhar,
Dobrado a saia
No primeiro estímulo de suor.
Aliás, suas pernas
Sempre estiveram tão amostra,
Ela simples de beleza singela,
Mas de aparência tão disposta,
E além de tudo...
Existiu Quitéria.
Sim, ele amou Quitéria,
Lhe devorou afeto,
Sonhou com o casamento,
Marcou a data,
Até que então,
O rosto de Mariquinhas
Começou a lhe surgir do nada,
Pra onde quer que olhasse,
Não importando onde estivesse
Ou qual pensamento lhe regrasse...
Depois disso, veio o rompimento:
Quiter o deixou.
Não tolera visitas,
Não aceita recados,
Fechou-se em seu quarto,
Desprendeu-se de seus sonhos
Com ele.
Seixas foi rejeitado,
E agora, Mariquinha aparece,
O envolve,
Tudo tão desproporcional
E rápido,
Rápido demais,
Como se fosse arranjado.

Norma Apaixonou-se

Seixas apaixonou-se
Por Rosario,
Pediu sua mão em casamento,
O pai lhe deu autorização,
Contudo, Norma era rica,
Dona totalitária
Da herança de seu avô.
Apegou-se a Seixas,
Não compreendeu
Seu amor por outra,
Correu até seu tio,
Pediu-lhe o nobre favor,
Pagai a este pai
Que renegue o casamento,
Retire a mão da filha
E proíba novo encontro.
Sou dona do dinheiro,
Tranco todas as possibilidades,
Atuo para impedi-lo
Seja da forma que for necessária,
Se Seixas não casar-se comigo,
Nem com outra será.
Impeço sua entrada a igreja,
Proíbo a abertura do salão
De festas,
Arranjo um amante a está moça,
Mas de Seixas
Ela não será,
Não enquanto eu o querer,
Sou solteira, herdeira e rica,
Tenho prioridade
Sobre ele.
O tio aceitou o compromisso,
Vendo a determinação
Na sobrinha não se opôs.
Seixas chorou,
Correu atrás de Rosario
Até a porta de sua casa,
Alcançou -a na calçada
Próxima ao portão.
Ela virou para ele,
Olhou-o com determinação:
“compreenda, Seixas,
Meu pai nos proibiu,
Há impedimento de ordem
Familiar,
Não posso me sobrepor.”
Então, ela fechou o portão
Contra o seu nariz,
Bateu-lhe e isto lhe fez
Saltar sangue no chão,
Levou uma mão até a própria
Boca para esconder o espanto.
Virou as costas e saiu,
Seguiu o caminho do jardim
Até a porta de sua casa.
Seixas gritou de dor,
Chorou seu amor,
Não resistiu,
Abriu o portão de joelhos,
Fez todo o caminho
Que os separava da mesma
Forma:
“Por favor, Rosário,
Estou de joelhos,
Me perdoe,
Reate o casamento .”
Encontrou a escada,
Subiu de joelhos
De degrau a degrau,
Eram dez, apenas.
O pai de Rosário
Encheu um balde
Com água gelada
E esvaziou sobre a cabeça dele.
Colocou a cabeça
Para fora da porta e disse:
“entenda,
É o fim deste compromisso,
Rosário não será compromissada,
Busque outra.”
Seixas chorou ajoelhado,
O pai de Rosário o pegou
Pelos ombros,
Pôs ele em pé,
E o conduziu até fora
Do jardim.
“ vá embora”.
Disse por fim.
“Eu a amo Rosário”.
Ele gritou.
“Não haverá casamento”.
O pai dela retornou.
Norma abriu a janela
Do outro lado da rua,
De lá podia ver bem o rosto
De Seixas,
Ela não se compadeceu,
Logo ele esqueceria Rosário,
E seria seu.

Casamento de Mariquinha

“Ora, por quê responde-me
Tão irritadiço,
Deixa de braveza
Que desmanchou estas suas
Rugas de expressão de raiva
Da testa aos mil beijos,
Meu amor”.
Assim, Mariquinha respondeu
Ao primeiro ímpeto de raiva
De Silvio.
Ele, contudo, acostumou-se
A raiva e desistiu de seus carinhos
Com a mesma facilidade.
Porém, está raiva ganhou
Mais expressão com o casamento.
“Desmanchar minhas rugas?
Sou velho para você agora?!”
Ele indagou,
Retirou os chinelos
Que calçava
E bateu com eles
No rosto dela,
Até deixar a marca,
Até fazer sangrar,
Até quebrar seu nariz,
Até quebrar seus dentes
E sucessivamente.
O tempo de casados
Fez aumentar o amor,
Tanto quanto lhe aumentou
O ódio.
Masariquinha foi a primeira
A se cansar,
Arranhou novo amor,
O chamou de homem,
E contou a ele suas dores,
Ramiro, assustou-se
Com as primeiras marcas.
No dia em que Mariquinha
Foi jogada para fora de casa,
E empurrada de cima
Da escada para a calçada,
Aos gritos e solavancos de Silvio,
Ramiro se irritou,
Muniu-se de uma arma,
Estacionou em frente a casa dele e gritou
Ao sair do carro
Rumo a porta:
“Permita a Mariquinha
Que entre para a casa
Que também é dela,
E não a fora!”
 Lá de fora
Ouviu o riso alto
E sonoro de Silvio.
Irritou-se disso,
Abriu a porta
Que não estava trancada
E atirou uma única vez
Contra Silvio que estava
Sentado no sofá
Assistindo a televisão.
O tiro acertou em sua cabeça,
Perfurou até a televisão,
Apagou-a depois de a tela
Ficar primeiro escurecida,
Depois, ter algumas listras
Coloridas, então, veio o escuro.
Nisto, Silvio apenas
Pendeu a cabeça para a frente,
E ficou estagnado
Sem respirar
Nova vez.

Segredo Duplo

Lynne conheceu Amadeus Pouco tempo depois de começar Frequentar o camping Tijolar, Ela usava seu biquíni, Deitou na espregu...