domingo, 17 de agosto de 2025

Desenlace de Sentimentos

“Ora, de que é feita a vida
Que não seja envolto em dinheiro,
Precisa-se de dinheiro para nascer,
Mais ainda para morrer,
Pois, no decorrer da vida,
Assim é a pessoa,
Perde-se a maior parte do seu tempo em alugar-se
Para ao final vender-se,
A isto definem o casamento,
Uma união de interesses”.
Pensou consigo o tio de Mariquinha,
Ela estava apaixonada,
Desejava determinada pessoa,
Não havia impedimento,
Restava ao homem reconhecer,
Identificar-se com Mariquinha
E casar-se de uma vez,
E o que ela oferecia em dinheiro
Jamais passaria despercebido.
Porém, Seixas sofria,
Em instantes desejava Mariquinhas,
E sem saber porquê a amava,
Em outros a repelia,
Achava-a dada demais,
Uma pessoa envolvida
Ao extremo com todos,
Parecia ter entregue
Seus beijos a cada homem,
Erguido a saia a cada olhar,
Dobrado a saia
No primeiro estímulo de suor.
Aliás, suas pernas
Sempre estiveram tão amostra,
Ela simples de beleza singela,
Mas de aparência tão disposta,
E além de tudo...
Existiu Quitéria.
Sim, ele amou Quitéria,
Lhe devorou afeto,
Sonhou com o casamento,
Marcou a data,
Até que então,
O rosto de Mariquinhas
Começou a lhe surgir do nada,
Pra onde quer que olhasse,
Não importando onde estivesse
Ou qual pensamento lhe regrasse...
Depois disso, veio o rompimento:
Quiter o deixou.
Não tolera visitas,
Não aceita recados,
Fechou-se em seu quarto,
Desprendeu-se de seus sonhos
Com ele.
Seixas foi rejeitado,
E agora, Mariquinha aparece,
O envolve,
Tudo tão desproporcional
E rápido,
Rápido demais,
Como se fosse arranjado.

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