quinta-feira, 30 de abril de 2020

Seu nome



Me dói ver você chorar assim,
Disse ele, antes de partir,
Ela fechou a porta atrás de si,
E permitiu-se cair,

Sem forças para prosseguir,
Por Deus: como podia amar assim?
Sem reservas, sem pensar nas consequências,
E agora, sozinha, como poderia reagir?

Sou humana e preciso ser amada,
Repetia ela, entre soluços para si,
E quem está disposto a entregar-se por amor?
Cansada de tudo ao seu redor,

Ela só queria ser protegida,
Das lembranças que vinham machucar,
Da solidão que a abraçava sem querer soltar,
Como era difícil tentar esquecer,
Aquele que um dia prometeu amar para sempre,

Mas a ação do tempo silenciava a sua voz,
Apagava palavras a muito tempo ditas,
Já nem se quer conseguia ouvi-lo,
Mas, por Deus, como ainda doía!

A cada lágrima uma lembrança se acendia,
Ou se apagava? Ela já não sabia!
Entre soluços um nome vinha a garganta
E ali ficava, em silêncio, sem dizer nada.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Será?


Cai a tardinha lá fora,
Há quem me dera levasse consigo
Este sentimento que fere a alma
Profundo e silencioso,

As horas passam devagar
Trazendo consigo lembranças
De tudo que um dia existiu,
Mas que vindo sem dizer nada,
Silencioso também partiu,

Ah este sentir se tivesse nome,
Talvez se chamasse você,
E ficasse mais fácil compreender,
Isto que sinto aflorar a pele,

Os minutos escorrem pelos dedos,
Sonhos quebrados jogados no chão,
Então penso e faço planos,
De tudo que restou: mera ilusão!

Será que ainda há algo em que acreditar?
Ainda resta uma dúvida em meu olhar,
Mas algo pequeno grita em mim:
Siga com fé, você vai conseguir!

Torrentes de Água

Choveu por toda parte, A chuva embaçou o para-brisa, Deixou cega a toda vista, E retirou-a de seus devaneios, Assim que lama...