A família Barbieri foi exposta,
Por poucas motivações,
Desvio de verba pública:
O patriarca aproveitou-se
De suas funções de trabalhador
Nas repartições públicas
E retirou para si mesmo
O máximo de valores possíveis.
Seu último ato
Refere-se a máquinas
De construção e conservação
De estradas públicas,
Aproveitando-se de que
As máquinas estavam a trabalho
De limpar e organizar a via pública
De um bairro afastado
Localizado na via rural do município,
Ele retirou fotografias
Das máquinas e usou fotoshop
Com o intuito de alegar
Que estavam em ruínas,
Retirou as peças boas
E as vendeu no comércio próximo.
Algumas ele trocou,
Pegou a que estava
Em bom estado
E substituiu por usadas
E deterioradas.
Ocorre, que o vizinho
Próximo ao local
De onde estavam as máquinas
Observou tudo de sua residência
Que localizava-se próxima,
Porém, escondida por entre
As árvores.
Assustado com o que viu
Ele denunciou tudo
Na polícia local.
Logo, no início da noite
Do mesmo dia em que contou
A história ao delegado,
Sua namorada foi visitá-lo
E o encontrou pendurado
Em uma corda na árvore
De frente a sua casa.
Uma enorme nogueira,
Segurando em seu longo galho
O pescoço do homem,
Cujo corpo balançava ao vento.
A única testemunha foi morta,
Não havia nenhum dado
Que ligasse sua morte
A qualquer fato
Ou pessoa
Que pudesse ser reconhecido
Como assassino.
Até está data,
Deoclécio Barbieri
Era sujeito respeitado
No município,
Agora, porém, suspeitas
Sondavam sua casa
E acusavam sua família.
Sua filha Carol
Vendo o pai ser preso
Por corrupção e outras acusações
Pegou o carro e dirigiu
Por uma noite inteira a esmo.
Ao amanhecer retornou
Para sua casa e decidiu
Trabalhar,
Aos 24 anos,
Convidou sua mãe Nomira
Para abrir uma loja
E vender algumas de suas
Tantas peças de roupas
De bom estado que possuíam.
Em três dias,
Abriram seus roupeiros
E puseram sobre a cama
Todas as peças de pouco uso
Ou até de nenhum,
Separaram para vender,
Colocaram etiqueta com preço.
Agora, reunidas diversas
Caixas fechadas
Contendo roupas na sala,
Só restava encontrar dinheiro
Para alugar a sala comercial
E pôr tudo a venda.
Amigos de Deoclécio
Pressionaram o delegado
A respeito de ele ser preso,
Alegaram ser bom sujeito,
Pessoa respeitada na sociedade,
Sempre preocupado com o
Bem-estar do povo,
Um excelente conversador
Que sabia ouvir e entender
As necessidades dos munícipes.
Foram muitos os que
Buscaram o delegado
E o chamaram de corrupto,
Ladrão, protetor de criminosos.
- a única testemunha morreu?
Indagou alguém ao delegado.
-sim.
Ele respondeu.
E saiu com a viatura
Para percorrer as ruas
Do município,
Assustado com tanta pressão,
Ele estacionou em frente
A casa de Deoclécio
E atirou contra a própria cabeça.
O sargento assumiu
A delegacia por pouco tempo,
Alguns munícipes se reuniram
Ao redor da delegacia
Em busca de solução ao crime,
O sargento sentiu medo
E abandonou o cargo.
Um Tenente da cidade grande
Foi designado especialmente
Para a solução do caso.
Nos 30 anos de função de Deoclécio
Dentro do espaço público
Ele teve tempo de encontrar
Muitos adeptos ao seu trabalho.
O tenente desconsiderou
O boato de que o delegado
Suicidou-se,
Preferiu a opção de que
Alguém o matou,
E desconsiderou a demissão
Do sargento,
Optou a ideia de ameaça
E coação contra ele.
Enquanto a testemunha morta,
Também foi considerado assassinado,
Pairava contra a família Barbieri
Dois assassinatos e ameaças
Em sua ficha criminal.
Sabedor de todas as acusações
O prefeito do município
Aproximou-se da família
De Barbieri encontrando Carol
Em necessidades de dinheiro,
Lhe emprestou o dinheiro necessário
Para a compra de novas roupas,
Ligou para um munícipe
Amigo dele e alugou a sala
De que Carol precisava.
No primeiro dia de trabalho
De mãe e filha,
Ele foi o primeiro a entrar lá,
Com um buquê de flores
Em mãos e um sorriso afetuoso.
- parabéns Carol.
Ele disse.
- obrigada.
Carol respondeu.
O prefeito, Dalcin
Era viúvo recente,
Namorador reconhecido
No município.
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