quarta-feira, 22 de junho de 2022

A Sua Espera


Aquele momento enchera sua alma,

E o último beijo, mesmo que não houvesse outro,

Era o bastante para o amor que havia nela,

Alimentaria seus sonhos, seu destino,


E cada passo que andaria a partir de agora,

As palavras acompanhadas de ternura,

Não foram suficientes para convencê-lo a ficar,

Mas, ouvi-las, mesmo que num instante,


Era o bastante para satisfazê-la por uma vida,

Seus lábios tinham o efeito do sol à brisa da manhã,

Afastava cada medo com um calor aconchegante,

De resto, nada além disso, se retira dela,


O coração absorvido por lembranças,

E a alma da nostalgia de ter sido sua,

Feliz por cada sonho compartilhado,

Em um misto de sonhos e loucura,


Onde vale mais o ato de pertencer-se a outro,

Do que retornar a solidão de ser sua apenas,

Apenas lentamente se tornam permeáveis as coisas da vida,

Mas, naquele coração, ninguém duvidaria,


Arrependimento ou dor não o aplacaria,

Seu destino há muito lhe era distante,

Sonhava a tempos com um amor sem nunca pertencer-lhe,

Mas, no segundo em que o teve,


O beijo, o toque, as promessas... foi o bastante,

A pessoa inclina-se, desce do alto e é abatida,

Sofre dor sem dar-se conta do motivo,

Mas, ela despertou, e não foi de forma tardia,


Amou com tudo que pode e na ausência mais ainda,

Seu destino estava encruzilhado,

Mas ela o nota com indiferença calculada,

Foi assim, que quando a noite a tocou,


Trazendo escuridão e neblina densa,

Nem uma ponta de medo a tocou,

Céus se rompiam sobre ela e desciam ao chão,

Mas, não abalava em nada sua paixão,


Com cada estrela caindo,

Uma após a outra,

Até restar escuridão e neblina densa...

Nada disso fez com que desistisse de amar,


Permaneceu segura e serena do que sentia,

De forma evasiva mas muito profunda,

Ama-o sem esperar nada em contrapartida,

Apenas ama porque é capaz,


Não exige troca...

Juras de amor silenciadas

Encerram-se por serem esquecidas,

Mas, as suas foram pronunciadas em alta voz,


E que a alma sente e ouve,

Não há quem negue,

Inclina os ouvidos enquanto as estrelas caem,

Se elas falam de arrependimentos,


Ela não ouve, prefere assim,

Guiada pelo calor do dia,

E pelo clarão que faz ver o horizonte,

Os que amam o reconhecem,


Vê fenderem-se os céus até cair em noite,

E na terra, juntarem-se em rochas,

Acalmando lágrimas que correm nas profundezas,

Acima desta rocha dor não flui ou tem vida própria,


É como se o amor desse ordens a ela:

“Moça, levanta-te e anda,

Se o amas, por quê resiste sem o buscar?”


 

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Aline

 


Aline, por acaso e sem saber,

Como faz a vela sem saber que se fere,

Ou encerra-se;

Ela foi a vela, não o alguém,


Como mais tarde virá à tona,

O que não é segredo para ninguém,

Algumas palavras por mais inúteis,

Se prestam a versatilidade do instante,


De resto, nunca conseguira amar ninguém,

Tal como a rosa da roseira vermelha,

Ela por si só apenas existe,

Quem a contempla é que vê o que não há,


Sem amor algum feito um pássaro,

Que ressoa ao vento a cantar ou quieto,

Apenas deixa-se levar por onde queira,

Havia muito que o amor bateu a porta,


Ela nem ao menos abriu para ver quem era,

Se pede licença parece que chora,

Se vem sem pedir beira ao incomodo,

Quando alguém um dia lhe perguntou:


Como você pode ser tão imune?

-Esqueci-me-, disse ela sem pestanejar,

Palavras em demasia são insuficientes,

E se não forem tantas, quem é que sabe...


Seu coração estava vago para alguém,

A roseira que dançava ao vento lhe dizia isso,

Mas, ela mesma não amava a ninguém,

E olha que rosas sentem;


Ver suas pétalas abrirem-se

Lhe enchia o coração e isso era o bastante,

A roseira a ressoar ao sol produz uma ternura,

Só quem a vê como ela é, é que entende;


Dos céus parecem virem juízos,

A terra treme e empalidece,

Ela resiste a tudo com braço forte,

Ninguém duvidaria de que já foi ferida,


As águas puderam ver e como a viram,

Se contorceram em sua dor e mudaram o rumo,

Até os abismos estremeceram,

Jogaram-se sobre as águas em espécie de choro,


Agora, terra, água, flores e pássaros...

Todos se encontram.

As nuvens despejam nos céus seus trovões,

Feito palavrões que não são silenciados,


Os raios do sol subsistem e se jogam de lá,

Alcançam-na e a todos, de todas as direções,

Coisa estranha ver sol e chuva juntos,

No redemoinho do vento na terra,


O trovão parece descer e ver como está,

Relâmpagos se misturam a vela acesa em sua mão,

Ao sol que ainda conta com alguns raios,

Nem sol ou vela são capazes de feri-la,


Mesmo quando a cera derrete sobre ela,

Parece que tudo treme e se sacode,

As pétalas da rosa ainda não aberta por completa

Caem e outras vão embora para longe,


Incline-se e ouça o que tenho a dizer,

Ela sente que o seu redor fala,

Águas poderosas percorrem abismos caídos,

Não chegam até ela, mas ainda assim apagam pegadas,


Inclusive algumas estranhas que ela pensou ver,

Assim, que tomou a vela em sua mão direita,

Foi apenas este o motivo de tê-la acendido.


domingo, 19 de junho de 2022

A Paixão

 


Tanto contempla o olhar que vê a alma,

Tanto contempla os lábios que vê o amor neles,

Há algo maior que amanhecer num dia quente:

Poder roçar os dedos no rosto daquele que é amado,


Mergulhar no espaço do seu abraço,

E ressoar de leve os lábios sobre a sua boca,

Provar o gosto doce e sedutor que há nela,

Imaginar um futuro bom ao lado de quem ama,


Sonha, sente-se grande;

Olha para aquele rosto entre suas mãos,

E imagina que há neles algo do infinito celeste,

Como se o inimaginável estivesse ao alcance,


Fecha os olhos apenas para suspirar um pouco,

Sorver o gosto dos seus sonhos num beijo sedento,

Torna-se terna aquela que parecia de pedra,

Não faz promessa mas imagina o desenrolar de sua vida,


Faz planos no aconchego daquele abraço que não quer soltar,

Ouve o pulsar descompassado do coração dele,

Imagina um caminho ao som de rock ao luar,

Da solidão da pessoa que desacredita de tudo,


Passa ao amor daquele que vê estrelas em dia nublado,

Admirável sentimento brota daquela pele macia e sedosa,

Dos seus cabelos brota o aconchego de ter onde ficar,

Roçar o rosto até sentir-se mais próxima,


Quem sabe inteira por não pertencer-se a si mesma,

Esquece de si e se apieda dos que choram e sofrem,

Quer dividir tudo que sente,

Como se tivesse em seus lábios a chave,


A chave que encontrou naquele abraço suave e quente,

Além disso, sente-se feliz e realizada;

Sim, o amor em um coração que sofre

É tão encantador do que aquele que ainda adormece,


O primeiro beijo que aparece é aquele que desperta,

Por mais simples que o seja,

Um beijo causa inveja aos mais sábios,

O amor que ressoa livre; o abraço que absorve;


Dos céus Deus pronunciou um juízo,

Na terra, em seus braços ela ouviu e tremeu,

Emudeceu aquela que sempre teve a resposta,

Decidiu ficar aquela que contava as horas,


Tentava não fechar os olhos,

A inquieta que sentiu medo sem saber o motivo,

Incerta a ponto de não saber o que falar,

Segura o bastante para escolher ficar,


Cá, eu fico a pensar nos dias que foram,

Em cada um dos dias que pertencem ao passado,

O meu coração por muito tempo medida,

A pergunta que não tento mais silenciar:


Ao desaparecer aquele que se define amor,

Parte com ele, também, as promessas?

A solidão é capaz de refrear a paixão,

Mesmo aquela que vi naquele casal em sofreguidão...


Penso comigo que não,

Digo para mim: não pense mais nisso, não,

Algumas palavras fazem luz ao infinito,

Alguns momentos lançam tudo em registros,


Algo como um cego que não vendo: enxergou,

O fora do alcance que de repente, se recusou.


sábado, 18 de junho de 2022

Escrito no Coração

 


Mas, com o coração ausente,

Não havia mais do que instantes,

A completar o vazio que consumia,

Dia, noite, horas e sua alma,


Um espaço onde houve o amor,

Ao invés de um abraço um frio angustiante,

Exigiu que não lhe falassem mais dele,

Perfeito, ninguém mais tocou em seu nome,


Mas, duas evasivas e uma frase solta,

E lá estava ele a completar espaços nas falas,

E quanto a dentro dela?

Quem poderia impedi-la de pensar ou recordar?


Ninguém, nem mesmo ela.

Lamentava por seu íntimo ser tão compassivo,

Amar um alguém a todo custo,

Desistir de tudo o mais, menos os sonhos,


Sonhava, se fechava um segundo os olhos: sonhava,

Vinha ele, as lembranças e os beijos ardentes,

Seu interior se recusava a se desapegar,

Amava-o com tudo que tinha e a flor da pele,


Enquanto o velho coração se lamentava,

Por não estar onde sempre deveria estar,

A alma aplaudia a si mesma,

Por ter alcançado um instante de amor,


Um segundo, em que foi feliz por inteira,

Não pediu outro minuto ou hora,

Aquele único instante bastava por uma vida,

As lembranças retiravam dela o ressentimento,


Qualquer resquício de dúvida quanto ao que houve,

Assim, como faz todos os corações apaixonados,

Parte embora com aquele alguém,

E deixam o espaço a preencher-se por memórias,


As acalentadoras memórias a corroer o gelo do adeus,

Quando tremem as bases do que se viveu,

Não precisa mais que a alma para acalmar,

Diz ela: foi bom, não precisa mais que instantes,


É o amor quem mantem firmes as colunas,

E para ser verdadeiro não precisa mais do que houve,

Na mão de quem ama está o cálice de afagos,

Sirva-se dele uma vez e o ofertará derramado,


Mistura-se aos instantes e entrega-se uma vida,

E todos os amantes se servem até última gota,

Quem há de reclamar o que vem depois?

Um beijo, um sonho e um até mais,


É o que sem dúvida este vazio lhe dizia,

Mesmo com um espaço em si mesma:

“Será digna do amor sempre que o quiser”,

Palavras que sua alma continuava a carregar,


Mesmo que nunca mais o visse ou tocasse,

Mas, já não as carregava sobre o peito,

Ali não cabia mais que lembranças,

Já que o lugar do seu coração lhe foi tomado,

Lhe viam elas, escritas dentro de sua alma...


sexta-feira, 17 de junho de 2022

Um Abraço

 


Assim, se criam amores raros,

Existe a paixão, como existe de tudo,

Mas quando o amor chega e torna-se possível,

Quando ao final do beijo não se quer abrir os olhos,


Ou se quer, apenas para poder contemplar aquele,

Tudo ao redor toma forma e se encaixa, concilia-se,

Como antes eu vivia? Como? Talvez, eu saiba dizer,

Quem sabe até o final dessas linhas eu o possa fazer,


Ao pagar o preço para ser digna de quem se quer,

Instante em que a majestosa luz do amor nos toca,

Não se deseja outra coisa senão ele,

Seu beijo, seu carinho e sua graça,


Naquela época, amores eram sonhos,

Mas no instante em que o tem em seus braços,

Torna-se a doce e fluída realidade,

A percorrer por seus corpos e entregar-se em carinhos,


Um roçar de dedos em sua pele quente e macia,

E o sorriso que a alma sente ressoa em seus lábios,

Não é mais que reflexo dos olhos daquela que ama,

Depois a dor de ter que se afastar e ir embora,


O triste sentimento de querer ficar e não poder,

O querer estar mais que tudo,

Mas, ter algo que ainda impeça – o início-,

O momento em que ainda se cogita:


Será que amo ou estou me enganando?

Por dois toques em sua pele macia aveludada

E tem-se seu sorriso e um abraço apertado,

Que mais iria querer aquela que está apaixonada?


Para que chegasse a estar em seu quarto,

Conhecer seu corpo desnudo e contemplá-lo,

Levaram-se anos, ou meses, pelo menos,

Tempos difíceis de se atravessar,


Há sempre outros que buscam um lugar em sua vida,

Mas quando o coração escolhe pertencer,

Não há o que dizer contra,

Não tem como oscilar num tom rosado e intenso,


Que cobre o rosto sempre que se admite:

Bem, sim, o amo acima de tudo!

As investidas dos que se colocam ao redor,

Ela não dá única chance.


Suporta a privação de olhar de longe,

De querer mais que tudo estar perto e não poder,

Suporta tudo, menos abrir sua alma a outro homem,

Poderia afirmar que jamais dirigiu único olhar a outrem,


Pessoa alguma duvidaria do que diz,

Para ele, aquele olhar foi uma espécie de libertação,

Para ela, a escravidão,

Apaixonou-se doce e perdidamente,


Fez tudo por ele e não se deteve.

Diz-se que um abraço e uma afago é pior que um beijo,

Aprisiona mais a alma que outros meios,

Porque o abraço sincero conquista a alma,


Enquanto um beijo toma apenas a boca,

E quem beija pode ferir com palavras,

O contrário de quem abraça,

Um carinho é capaz de esbofetear,


Mas no abraço, ainda hoje ela teima em acreditar,

Poderia beijar os lábios sem tocar o corpo?

Com isso, se distanciaria de tocar a sua alma?

Quem sabe, não foi dessa forma, o sentiu por inteiro,


Passaram muitos instantes juntos,

Tempo o bastante para olhar no fundo do olhar,

E encontra-lo, reconhece-lo passa a importar,

Sentiu cada uma de suas extremidades responder,


Usou de toda a sua força para ter cautela,

Por ela, o beijaria desde primeiro instante,

Mas, ceder a impulsos pode levar a fraqueza da alma,

Velava ciosamente por sua calma e sentimento,


Tal meio como tudo ocorreu e tal atitude,

Ainda hoje é reverenciada,

Qualquer outro jeito lhe pareceria uma deferência,

Forçar um beijo soaria indigno, então se retraia,


Sem a questão do forçar não haveria a despedida,

Não requerendo recuar, também, não se aventurava,

Guardava no rosto um rubor severo,

Destes que só o tem aquelas que são verdadeiras,


Era tão tímida que chegava a ser evasiva,

Tanto quanto era esguia...

Mas, o tão esperado dia do beijo chegou afinal...

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Saudade

Assim se criam as raízes do amor,

Primeiro um olhar,

Depois um afago em segredo,

E por fim, vê-se em um sonho bom,


O amor, quase sempre padrasto da saudade,

Vem de mãos dadas com ela e não se apieda,

Algumas vezes, ele é pai também,

Instante em que tudo dá certo na alma.


A privação do beijo gera poder a saudade,

Ela se acomoda ao lado do amor e toma forma,

O amor alimenta sua altivez,

Vive de pranto aquela que não quer esquecer.


Desde o primeiro olhar não deixaria de sonhar,

Mesmo que o afago não estivesse para acontecer,

No entanto, na saudade os sonhos é que vão embora,

Partem para lugar distante com aquele que se ama,


Até que vive-se de espera: esperar ele voltar,

Esperar, enfim, esquecer,

Então, chega o dia tão esperado

E já não se sabe mais se esquecer é mesmo o remédio,


O amor, enraizado na alma, lá ainda resiste,

Que fazer?

Como continuava a viver de sonhar,

Vestia a noite de saudade,


E o dia de esperar a volta daquele que é amado,

Até que entra no santuário da alma,

Lá não há o que temer ou esperar,

Mas, enraizado lá dentro, não há fuga;


E então, compreende ela o destino de amar,

Certamente não é temer o terreno escorregadio

Ou calcular as chances de cair em ruína;

Como são destruídos, de repente,


Os sonhos daqueles repletos de pavor,

São como um abrir de olhos assim que se acorda,

Deixa-se na noite os sonhos de uma cama desfeita,

Quando ela levanta-se,


O próprio acordar faz com que o sonho se desfaça,

Quando um coração é tomado por amargura,

Até o íntimo é afetado pela inveja,

Quer-se voltar ao passado a todo custo,


Reviver o que se viveu sem prestar contas,

"Agi, disse ela, dessa forma e não de outra,

Contudo, sempre estou contigo,

Mesmo quando o sentia distante,


E pensava: acaso, estás em outro abrigo?"

Ainda assim o tomava em seus braços,

Com o mesmo afeto e respeito lhe acalmava o ânimo,

Ainda agora, toma a sua mão direita e a sustém,


Pensa no que sente e o dirige um conselho,

O abriga em seu peito antes mesmo de obter resposta,

Mas, tomada apenas pela saudade,

Isso lhe ganha o pensamento e ainda assim, com quanta honra!


 

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Saudade

 

A vida tornou-se austera, não sem motivo,

Perder as horas, alguns fios de cabelo pela casa,

Isso não era nada perto de perder seu tempo,

Sim, porque amou sem medidas e disso não sobrou fagulha,


Ela penteou os cabelos contou os fios caídos,

Pensou que de perder quem se ama,

Dói mais ainda ver-se escoar pelos vazios,

Não deveria perder a si mesma aquela que se entrega,


Pelo contrário aquele que fere é quem deve perder mais ainda,

Negar a si mesmo, fingir sentir sem amar coisa alguma,

Jurar em falso e beijar sem amor,

Isso sim deve ser o verdadeiro sofrimento,


Embora ela o saiba, não compreende e sem compreender chora,

O que chamam amar corrói em chamas,

Primeiro o medo de entregar-se e depois a alma,

Com a dignidade jogada sobre o chão frio,


E seus cabelos sobre ela em tentativa fútil,

Para não se utilizar o inútil,

Quando se entrega por inteira a alguém,

O inútil é a última palavra que convém,


O desalento, uma lágrima solta pelo rosto,

Só lamento, do beijo não ter restado ao menos o gosto,

Quem dera nem mesmo as memórias,

Seus sorrisos a gargalhar pelos cantos,


Aquele doce olhar que aparece mesmo sem querer,

Parece que quanto mais foge mais o vê,

Sua alma aprendeu a devorar todas essas coisas,

Inclusive, não foge de questão devorar a si mesma,


Não se alimentar direito, fugir a todo custo,

Não enfrentar tudo que houve de frente e cabeça erguida,

"Sim, amei por única vez e ainda fui traída,"

Aprendeu, infelizmente que devorar a si mesma


É o mais fácil, perder-se ao se dar e não saber se encontrar,

Nem mesmo a maquiagem sabe recuperar o orgulho,

Porque necessitou de amor, não soube se conter,

Escarnecida porque entregou tudo que tinha,


Sem muito por receber,

Poderia quase se considerar vazia,

E triste, porque ainda o amava e o queria,

Não como antes, mas o queria,


Na fase em que o amor enche os olhos e contenta,

No instante em que tudo que se quer é seu abraço,

Nesta hora ele simplesmente vai embora,

Ela baixou os olhos para as meias furadas,


Sentia os dedos gelados sobre o assoalho,

Conheceu a derrota de perto,

Mas, ao menos amou por inteiro,

Admirável provação passam os que amam assim,


Não dá para dizer que sorri aquela que ama,

Assim que o vê partir,

Mas, também não tem tantos motivos para chorar,

Os momentos fortes foram sublimes,


O adeus que ele levaria não os suprime,

A felicidade em estar na desgraça,

O amor se compadece daqueles que o provam,

Mas chora e sofre por aqueles que não o conhecem,


Aos olhos da alma amar é que é precioso,

Ai daqueles que fogem,

Como devem sofrer em silêncio!

Tenha o amor vida longe,


Que o receba todo aquele que for capaz,

Que esta boca que agora se afugenta,

Retorne a fartura de beijar por amor,

Que não seja capaz de entregar-se a sentimento fugaz,


Guardará para sempre aquele nome e o lembrará,

Por cada instante em que o sol retornar a brilhar,

Mesmo quando outro chegue a sua vida,

Pois o amor que se dá só tem a abençoar,


É o coração o único capaz de feitos gloriosos,

O resto, orgulho, ressentimento nada disso,

Bendito seja o nome de quem é amado para sempre,

Pois, abençoado foi aquela que soube além do sentir: compreender.


Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...