Saudade do Seu Abraço

 

Meu celular notifica ao meu lado,

Suspiro rápido e contenho o ar,

Sei que é ele e assim espero,

Antes eu não esperava dessa forma,

Eu acho,

Mas, talvez, eu o esperasse...

Posso ouvi-lo desfilar enquanto fala,

Embora, no celular é uma mensagem,

Escrita e sucinta,

Sim, o amo e me sinto nervosa,

Fecho os olhos em choramingo,

Eu queria poder tê-lo perto,

Embora, não seja o tipo de pessoa que demonstra,

Eu queria muito poder abraça-lo,

Mas, eu o fiz, então posso estar mudando,

-De súbito, disse que o amo!

Me descuidei com a questão de tempo e verbo,

Escrevi rápido tudo que veio em mente,

Ele não me liga,

Eu fico em repressiva,

Sinto-me melhor que antes,

Porém, poxa, é ruim quando amor vira saudade,

Ah, doce beijo exemplar,

Feliz sou eu cada vez que me toca,

Oh, como é bom o reencontro,

Imagino-o de mil maneiras,

Isso que aqui onde estou imaginar está proibido,

Mais valioso que pedras preciosas,

Mais quente que o calor que seriam capazes de exalar,

Meu coração tem plena consciência de que o ama,

Sofro quando me assalta a sua falta,

Você sabe, eu por vezes sou distante,

Mas, isso não lhe fará outra coisa senão bem,

Queria poder te beijar agora,

Neste instante e em cada dia da minha vida,

Escolhe as suas vestes,

E eu retiro cada uma delas com todo prazer,

Queria você aqui e não outra coisa,

Penso em você e penso em filhos,

Antes de clarear o dia,

Queria poder abrir meus olhos e contemplá-lo,

Você me diria,

Bem, nos vimos a tanto tempo,

De mim você, na verdade, pouco se lembra,

Mas, não amor eu lhe reprimiria: está errado,

Penso muito em nós dois

E sim te desejei muito ao meu lado,

Você não imaginaria o quanto,

Você não saberia o como!

Bem, meu amor continua onde estás,

Se entrega profundamente ao seu trabalho,

Aqui, eu sigo a esperar,

Mas, poxa, por favor, me deixa ouvir sua voz,

Ah, você não sai da minha cabeça,

Seus braços são fortes e vigorosos,

Queira Deus vencessem a distância!

Espero o Seu Beijo

 

Como não digo muita coisa,

Confesso que sou capaz de sentir,

Com alguma dificuldade nas palavras,

Porém, nenhuma por dentro de mim,

Eu o digo: sim, eu gosto de você.

Fica comigo... então, penso um pouco,

Olhando dentro dos seus olhos,

Repito: você é capaz de ficar comigo?

Cuidar de mim e ser meu amigo.

Porque eu sou capaz de amá-lo como você precisa,

E eu saberia cuidar de você

O tanto quanto for necessário,

Eu sei você deve estar pensando que eu não sei o que falo,

Mas sim, eu pensei, realmente sobre isso,

E com toda a certeza do mundo

Sou capaz de dizer sem pestanejar:

- Eu sou capaz de ficar com você!

Ele encara o meu silêncio,

Logo após eu tê-lo dito tudo isso,

Parece embasbacado ou feliz,

Mas não, não fala nada...

Levo isso no viés de encorajamento,

E com um piscar de olhos me aproximo

Enquanto disparo com sensatez e precisão:

- Eu gosto de você, ta certo?

Não gaste sua força com resistência,

O resistir é incabível com a paixão,

Apenas diga que me ama,

Se é que o seria capaz,

Seu vigor em ser austero e integro me conquista,

Mas você é capaz de me gostar da mesma forma?

Olha, meu amor, seu olhar é daqueles que destroem reis,

Você destronaria uma rainha e um reino ou mais eu sei,

Não me convém este silêncio,

Você medita ao meu lado,

E eu sofro sem saber como reagir,

As palavras não se governam em minha boca,

Há horas que eu só penso em beijá-lo,

Sua distância me parece fermentada,

Põe crescimento no que eu sinto,

Me deixa incerta e certa de querê-lo,

Faça justiça meu amor a esta oprimida,

Diga que me ama com estes seus lábios sedosos,

Eu gostaria de poder acarinhar os seus cabelos,

Há tempos que fecho meus olhos pareço vê-lo,

Deitado ao meu lado no mesmo quarto,

Claro que o fato de você estar perto não influência,

Pensava nisso antes, muito antes de agora,

Agora porém, vejo na verdade sinto isso mais nítido,

Sim preciso beijá-lo,

Você precisa ou acaso gostaria do meu carinho?

Minhas mãos estão a postos para seus afagos,

Preciso disso mais do que qualquer outra coisa,

Você não acreditaria no quanto isso significa,

Eu estou sofrendo,

Você acharia que tenho outras preferências,

Ou até as definiria necessidades,

Mas não, ver  você é tudo que eu mais queria agora,

Digo, vê-lo em minha cama no meu abraço...

Ah, doce vinho aos angustiados

Parece percorrer de sua boca por sua língua,

Ah, como o desejo agora mais ainda,

Sabe, a proximidade faz bem aos que amam,

Me vejo te desejar com mais intensidade,

Me aproximo de você,

Com todo este silêncio falando a nossa volta,

-Vinho aos que bebem,

Doce néctar do qual tanto preciso!

Ao dizer isso estendo meus dedos até sua boca,

Pressiono os seus lábios,

-Ah, doce lábios lindos e macios,

Que neste instante possam esquecer qualquer infelicidade!

Desejo isso em alta voz e com lágrimas no olhar,

Eu sei devo tê-lo magoado, eu me conheço bem,

Porém, aqui enfraquecida não sou mais a capaz de ofender,

Que estes lábios defensores desta boca desamparada

Sejam até o fim desta hora capazes de entender,

-Erga a voz, meu amor, faça a justiça com sua fala,

Se há algo errado, me diga,

Eu sei que não sou capaz de ir embora,

Mas, creio que você já saiba eu faço um esforço.

Escondo três dedos,

Agora pressiono seus lábios com um apenas,

Junto meu corpo ao seu,

Colo-me a ele e então fico calada.

Juras Ressoadas

Senti derreter algo dentro da boca,

Assim que contemplei um sorriso solto,

Brincar com a delicadeza de sua orelha,

Até moldar o doce macio do seu rosto,

Desejei seu beijo sem ter nada de racional,

Fui tomada por um impulso irresistível,

Olha não definiria paixão ou algo por igual,

Mas, sabe quando seus olhos só o veem?

Quando não há nada mais interessante,

Pois bem, não houve ainda outro como ele.

Vivo a cada segundo apenas para realizar meus desejos,

Cada fantasia, cada beijo,

Provar cada instante sem pensar em outra coisa,

E, ah, Deus, seu perfume, seu jeito, sua voz!

O toque dele ressoa em mim feito o fogo,

Sinto me queimar se estou distante,

Incendeio sem igual se estou perto,

É como se seus beijos explodissem em meu corpo,

Um a um em cada traço, cada espaço,

Me vejo preenchida pelo que eu considerava morto,

Sim, sempre disse em alta voz:

Ora, prazer? Eu não sinto nem sei o que é,

Mas, me apego ao seu colo e me enrosco no seu pescoço,

Me vejo nele, não me sinto sem ele,

Beijo seu cabelo macio e escuro,

O chão some dos meus pés e eu nos sinto perto,

Seus olhos fixos nos meus me reproduzem uma certeza,

Sim, o amo e sei que sou amada.

Seus lábios declaram aos meus mil e uma juras,

Os meus passam-se sobre os deles,

Me vejo sobressair, me elevar ao máximo,

Ele me faz plena e eu o que o causo?

Pareço a mais tola das mulheres,

Sim eu entendo, penso até que o sou,

Não tenho o entendimento de mulher madura,

Sou inexperiente e inocente para tantas coisas,

Não sei até que idade fica bem usar essas duas palavras,

Quando se é jovem demais se as evita,

Mais tarde parece que passou o tempo de dizê-las,

Não aprendi com sabedoria,

Nem ao menos detenho todo o conhecimento,

Quem subiu até minha alma,

Seus beijos doces e afagáveis ou suas juras?

Junto minhas mãos ao lado de sua cabeça,

Aperto-a e tento fixar-me nela,

Acho que o amo e quero dizer-lhe algo assim,

Me embrulho em seus cabelos e desejo ficar,

Me peça para ficar,

Não, não me faça perguntas,

Me peça para eu ficar apenas se quiser partir,

O quanto de mim você entende?

Qual é o seu nome?

Eu o pronuncio da forma como você gostaria de ouvir,

Conte-me, conte por favor se você sabe,

Cada palavra ressoada sobre a minha me soa pura,

E suas juras repousam sobre meu corpo

Como um escudo no qual me refugio,

Nada acrescento ao que me diz,

Do contrário me veria como uma mentirosa,

Me afasto da sua boca e me vejo ofegante,

Minhas mãos estão nele e mantem-se ali, firmes.

 

Um Reflexo

 

Como preencher o silêncio?

Apagar do meu sentimento

O doce gosto dos seus lábios,

Removê-lo do meu rosto,

Como se fosse um batom vermelho?

Mesmo que daqueles que fica a marca

Pode sim demorar-se um pouco,

Mas, perdoa se te recuso a ficar?

Senti-lo comigo sem o tê-lo,

Por Deus você deveria ao menos saber,

É covardia, triste dor a efeito veneno...

Tudo de que me envergonho aqui,

No calor que sinto nos meus dedos,

Seu toque, a forma como o fez,

Preso em meu sentir,

Como se fosse ficar para sempre,

Exposto em cada um dos meus pensamentos,

Marcado no rosto para todo mundo ver,

Por vezes, fecho os punhos enraivecida,

De que me adianta odiar tudo que sinto?

Quase desejo que não tivesse existido,

Por pouco não quero apagar tudo que houve,

Mas, eu o sinto, sim o sinto em cada afago que me faço,

Você está comigo e parece não querer sair tão cedo,

Mesmo que eu sinta o sol aquecer minha pele,

Embora não seja tão terno quanto seus afagos,

Eu posso jurar que por um momento quase o tenho,

Por um segundo que seja,

Sem fechar meus olhos eu quase posso vê-lo,

Me pergunto quanto tempo o sol me queimaria,

Quanto tempo levaria para apaga-lo,

Não espero a resposta,

Quase sei que uma vida inteira,

Mesmo que não restasse muito de mim,

Ainda assim eu o sentiria,

Uma história de refém é sempre divertida,

Porém, não tanto quando você o é de si mesma,

-O amo, eu digo em voz alta,

-O amo, eu digo mas agora grito,

Porém, isso não diz muito lá fora,

Fala muito mais comigo pelo que sinto,

É tão intenso o quanto o amo que é perturbador,

Por uma fração de segundo eu levo a mão ao telefone,

Toco-o, o desenho na ponta dos dedos,

Queria ligar, sim eu queria discar seu número,

Agrava-me que os homens consigam sempre o que querem,

Talvez, tudo que mais deseje seja minha ligação,

Estremeço e desisto no mesmo instante,

Guardo minha mão comigo com compaixão,

Já completam 5 meses sem resposta ou retorno,

Por que teria de ser eu a quebrar o gelo?

Fico deliciada com a ideia de tê-lo,

Eu não nego o quanto o quero,

Mas, ligar sem ter um motivo?

Inventar uma situação para o encontrar,

Não sei mas me parece constrangedor,

Desisto, vou ao banheiro, molho o rosto,

De rosto molhado me vejo no reflexo do espelho,

Gosto do que vejo,

E gosto tanto que desisto do reencontro,

Aquele que nenhum dos lados buscou,

Aquele que posso dizer nenhum de nós desejou.

Te Amo

 

Já tivesse ouvido dos seus lábios,

Não teria sido mais bonito,

Encantador e com o mesmo efeito,

Seus cabelos loiros colavam-se ao rosto,

Moldavam-se como uma só forma,

O vento brincava com sua pele nua,

Eu quase podia senti-lo sobre ela,

Era como se nela não fosse o mesmo,

Embora tão perfeito, querido e ameaçador?

Não sei nem saberia explicar,

Mas, cada algo que a toca me faz suspirar,

Me resulta um efeito de cuidado,

De repente me peguei a admirar a luz dos seus olhos,

Brilhavam feito estrelas naquele céu nublado,

A maciez de sua pele que diminuía o sabor do mundo,

Com as mãos suadas desejei tocá-la,

Sua quentura irradiava um calor de tirar o fôlego,

O vento que a tocava morria nela,

Se transformava como se sob um encanto,

Eu poderia amá-la por uma vida inteira,

E nem assim a amaria tanto,

Mordaz, uma árvore quebrou ao longe,

Feito um aviso de que havia um redor entre nós,

Fito o longe com severidade,

Penso se algo pode ser maior que o amor,

A indagação nem se vislumbra em meu olhar,

Mas a alma costuma fazer perguntas,

Mesmo quando já possui a resposta,

Que ela me amava é certo que eu sabia,

Mas ouvir isso de sua boca?!

Uau, me fez estremecer até a alma,

Sua maquiagem parecia suaves cortinas,

Que iluminavam um olhar apaixonado,

Nem o brilho do sol poderia penetrar ela,

Apenas meu carinho,

Exposta e guardada sob meus cuidados,

Quando se tem quem se ama tão perto,

É que se percebe o quanto se é importante,

Confesso que a cada olhar,

A cada vez que pisco meus olhos perto dela,

Me sinto mais forte que segundos antes,

Retiro minha força do amor que sinto por ela,

Ela se vira para trás com uma ponta de aflição,

Não deixo que permaneça neste sentimento,

A trago para perto a recosto em meu coração,

Ali eu a mantenho,

Enternecedor são meus afagos,

Coloco minhas mãos em seus quadris,

A mantenho perto e a faço fechar os olhos,

Eu posso protege-la e não duvido,

Ergo uma das sobrancelhas,

Enquanto pergunto em silêncio:

Então, ela finalmente disse que me ama?

Fica Comigo!

 

Bem, o copo caído por descuido,

Ajudou a quebrar o gelo,

Passei o braço por seu pescoço,

O beijei no rosto,

Disse que o amo,

Senti uma repentina onda de afeto,

Nem todos os instantes ficam gravados,

Mas confesso sobre nosso beijo,

Este nunca teve como ser esquecido,

Contudo não acontece sempre,

Nem sei por quê,

Mas não acontece,

Sentimento e união se torna familiar,

Estar com ele é o de mais importante,

Não por apenas um instante,

Amar é realmente mais que o tempo,

Percebo isto a cada olhar dele,

A casa sorriso em seu rosto bonito,

E pensar nisto,

Viver por nós dois preenche meus dias,

Imagino como ser melhor para nós dois,

Como aprimorar nossa relação,

E o faço!

Porque eu deveria esperar partir dele a atitude,

Ou Deus me livre, partir de outro!

Na vida existem coisas definitivas,

Penso nisso a cada vez que penso em levantar a voz,

Bem, mas hoje, hoje acordei nervosa,

Parece que desde o início do dia

Tudo transcorreu em erro,

Me sinto prestes a explodir por socorro,

Mas, estranhamente, não penso que ele entenda,

Está sentado a horas olhando para o nada,

E por vezes ainda me indaga sobre o que há?

Ora, se eu soubesse eu diria,

Creio que sim, penso que sim e me convenço.

Mantenho minha mão pressionada a sua nuca,

Já chegou ao final o dia,

Com lágrimas no rosto,

Apenas repito para mim que acabou a briga,

Seja qual motivo me incomoda,

Não permitirei que nos atrapalhe,

Por quê eu insisto por culpa-lo?

Quero descarregar tudo em alguém

E ele está perto,

Me sinto em excesso de energia,

Deixo-o,

Abro a porta e saio em disparada,

Procuro o ar,

Qualquer coisa que me absorva,

Quando vejo por mim estou de volta,

Tenho em minha mão bombons,

Mas não os como,

Então abro a porta por estímulo,

O vejo!

Me aproximo jogo os bombons

E com eles, me jogo em seu colo,

O abraço, o beijo:

-querido, você fica comigo?

Um Gole de Vinho

 

Não gaste suas forças tentando fugir,

Você sabe que o amo,

E não será tão fácil assim,

Nos entregamos um ao outro,

Não tente negar para si,

O que vivemos foi verdadeiro,

E não será diferente se você tentar fingir,

Me diga o que você vê ao olhar-se no espelho,

Ora, aquele verão badalado de 2006 ainda está aí,

Presente dentro de você e de nós,

Seu vigor em buscar o esquecimento dói,

Me diga: você acha que não sou humana?

O que faz você pulsar em vida?

Não convém a boca molhar-se em vinho,

Não quando apenas deseja o inseguro,

Quer esquecer-nos tudo bem,

Mas e se isso for feri-lo?

Já pensou que me ama e que tudo valeu a pena?

Já imaginou que vale a pena insistir em nós?

Ora, você com suas fugas,

Eu me esforço mas não entendo,

O vinho que te faz esquecer não é o que te sustenta,

Lembra-se do dia em que te carreguei nos braços,

Eu te sustentei e não me importei com nada,

Quis protege-lo,

Querido, por favor me entenda,

Isso o vinho não será capaz de fazê-lo,

Mas para não suceder a nós dois beba,

Beba e esqueça de tudo que precisar,

Não se importe comigo ou com o que vivemos,

Apenas beba o bastante para sentir-se feliz,

Deixe de bobeira e faça o que o coração determina,

Permite que a boca faça justiça ao amor que sofre,

Estou oprimida,

Sinto como se você não fosse me ouvir,

Mas querido, me entenda,

Nem isso me fará desistir,

Mas, espero que compreenda,

Eu não me sinto bem vendo-o assim,

Se fecho os olhos e evito o encontro,

Não é por medo do que sinto,

Mas, sim porque me dói vê-lo sofrer desta maneira,

Ora, Você acredita que está feliz?

Sente-se completo embebido em álcool...

Permita-se ao vinho, querido amor angustiado,

Beba cada gota,

Se preciso for vá até o fim da garrafa,

Quem é que si importa?

Estas que te olham e o rodeiam você espera,

Eu não querido, eu não,

Me desculpa,

Mas não parecem se importar para o que sinto,

Beba e fique absorto de tudo,

Permita-se a tudo que tiver vontade,

O mundo é capaz de girar num único segundo,

Beba, querido, beba cada gota,

E não mais se lembre de sua infelicidade,

Mas caso você precise,

Caso você caia e não tenha quem o ajude,

Olhe para o lado e me veja,

Então, querido, por favor me chame,

Como você sabe,

Apenas peço que recorde-se do meu nome.

Saudade

Quem é o Senhor?

Ele gritou em alta voz,

Sem conseguir conter as lágrimas,

Que chamavam mais uma vez por ela,

Se o tempo passa e as coisas mudam,

Por que ainda era incapaz de esquecer?

É assim o amor quando toca a alma,

Chega e se acomoda sem chances de outra coisa?

Por Deus, que o amor quando machuca,

Prefere-se mil vezes outra o adeus,

Desonrado seja o nome do que rouba,

O pior é aquele que recusa-se a amar,

Chega, aproveita-se e conquista,

Cai em terra a que ama,

Fica aquele que sofre por sua ausência,

Ai de mim que sou apenas um pobre,

Servo deste coração que sofre,

De que vale tudo o mais quando se está sozinho?

Nada consegue ser pior que este destino,

Não, não pense que falo mal do que vivemos,

Se é que ainda consegue me ouvir,

Por favor, lhe peço não pense isso,

A amo e deste amor nunca irei me arrepender,

Mas, apenas lhe indago,

Quanto a este coração que chora o que posso fazer?

Maldito traidor é este que não ama,

Um dia há de chegar uma que o amaldiçoará,

Triste dor amar aquela que partiu para sempre,

Impuros são agora os meus olhos,

Olhar por aí a procura e só pensam em a encontrar,

Insatisfeita, fez deste doce amor algo impurificado,

Eu errei, sei que sim em algum ponto,

Ela caminhar altivo olhar desdenhoso,

Não me quis por inteiro,

Não aceitou tudo que tínhamos um com o outro,

Foi fácil tirá-la de mim, eu assumo isso,

O sorriso dele, ah se lembro,

Parecia uma espada, olhar afiado, rosto desenhado,

O corpo dele estava armado,

Municiado para o que ela queria,

E eu que pensei que fosse apenas pelo momento,

Mas não, foi o bastante para convencê-la a partir,

Não me subjugo, não é nada disso,

A amei por inteiro, mas ela desejou assim...

Duas filhas tem a língua afiada,

Uma fere e a outra foge,

Quando se precisa vê-se estar sozinha,

Um dia, não tão tarde ela verá isso,

Que sim, sonhei com ela,

E que a amei e a levo em minha vida,

Gritam as línguas: dê, dê, dê, dê,

Mas, e quando você foi confrontada pela mentira?

A outra que a defenderia não soube o que dizer...

Sim, desde antes eu sabia,

Não, me desculpe não fiz nada para conter,

E se agora agonizo e grito minha dor,

Não me espanto por você não ter nada a dizer,

Há um coração aqui e ele está insatisfeito,

A sua traição grita em confronto,

É o bastante.

Espero que um dia eu possa entender o que houve,

Este amor possuiu ventre estéril,

Foi incapaz de germinar todos os sonhos,

Houve um fogo aterrador sobre solo fértil,

Mas, entenda foi o bastante,

Já não lhe busco para perto,

Sim, não ouso dizer: não a quero,

Mas, saiba não sou como você,

Eu posso resistir e ser mais forte,

Aliás, querida, gostaria que soubesse,

Para ser feliz ao seu lado não fiz esforço,

Meu esforço baseia-se no entender...

Não, eu também não tentei trair você,

Fui diferente aliás somos diferentes um do outro,

Desejo sua felicidade,

Porém, saiba que ele bebe do seu remédio.

Sim, o seu outro,

Este com quem você deveria estar nesta hora,

Como eu disse, me desculpe,

Ele dá um passo a frente pensa em conta-la mas desisti,

“Existem amores que se merecem”.

 

A Um Passo

 

Contraio os lábios,

Com êxito suprimo o gemido,

Mas não consigo esconder o sorriso,

Engasgo com as palavras,

Não escondo o espanto em vê-lo,

Deixo estampado meu despreparo,

Mesmo tendo mil vezes ensaiado,

Refletido por inúmeros dias,

Olhos arregalados,

Boquiaberta,

Quando se ama é sempre o mesmo efeito,

Confesso que o dele apenas aumenta,

Seus reflexos sobre mim são irresistíveis,

Não sei se ele compreende bem o que faz comigo,

Penso que sim, e me esquivo,

Abaixo a cabeça tento controlar o tom,

Faço o que posso para não demonstrar tudo que sinto,

Acredito que ele saiba o que representa,

Sei lá se sonho de amor possui nome,

Nele um sonho espalha-se feito água,

Em tudo que se olha vê-se perfeito,

Mãos, boca, músculos e reflexos,

Será que ele é um cara do tipo “ensaiado”?

Deus me livre não passar de representação,

Não estou preparada e não estaria,

Bem não se pode satisfazer com aparências,

Mas o conheço e não tento disfarçar,

Ele é mais que isso,

O sonho soube bem escolher a habitação de seu nome,

Másculo em cada ato,

Até a forma como olha e reage,

Sei lá, embasbacada, apaixonada?

Nem tento confessar,

É certo que ele sabe até o que penso,

Tanto mais o que sinto,

Não se satisfaz o amor apenas de afagos,

Por Deus e eu sei disso,

Mas como faço para não deseja-lo tanto?

Assim, da forma como ele é,

Parece ser tão perfeito,

O pão da aflição,

Meus Deus sua distância me traz isso,

Porém, sua presença me deixa incontida,

Não sei como controlar a emoção,

Às pressas busco me recuperar,

Sair deste estado atômico de comoção,

Para que cada vez que ele venha,

Queira um pouco mais que antes voltar,

Sim, o quero comigo!

Meus olhos se tornam turvos e aflitos,

Olho-o de esquivo,

Tenho medo de perde-lo,

E sofro por achar que nem o tenho,

Ele me olha daquele jeito medido e meigo,

Até parece excitado,

Deus sabe que ele gosta dos seus efeitos!

Ele se aproxima e está muito perto,

Não preciso me mexer,

Meu corpo treme e confessa o querer,

-proximidade;

Nunca esta palavra surtiu tanto impacto.

Me basta um passo para estar nele,

Em seu abraço,

Que outra coisa eu poderia querer e ele?

Ouso olhá-lo,

Recolho todas as forças e o encaro,

O que será que vejo?

Como posso defini-lo?

Talvez, definir não fosse o caso,

Por Deus o que e por quê o sinto?

No Horizonte

 

Subindo e descendo a rua,

Até onde o olhar podia ver,

Talvez, se não fosse a lua,

Com certeza não tão distante,

Há uma multidão densa,

Não parece que eu pertença a ela,

Mas, quanto a você,

Me indago, onde estará?

Cidade cheia como sempre,

Vazia de tudo que eu queira,

Talvez um tanto apagada como o alvorecer,

O instante em que se pisca os olhos,

E imagina se o sol consegue nos ver,

Se quando ele toca a terra também nos beija,

Se nos faz estremecer,

Não é o bastante,

Não para trazer você...

Posso dizer que a lua não ajudava muito,

Não quando busquei por você.

Solidão dominante e ameaçadora,

Imagino se o veria por entre as pessoas,

O que é rude,

Confesso: meus pensamentos não me ajudam,

Quero esquecer,

Desejo não pensar besteira,

Mas olhar para outro me é desagradável,

Será que me acostumei a querer?

Sempre desejar e não me contentar com o ter...

Imagino se o sol pudesse falar,

Quanta coisa poderia nos dizer,

Quem sabe tivesse muito a contar,

E neste muito não fosse importante o você,

Penso, mas não penso que seria possível,

Escolho um ponto imaginário e fico nele,

Não tardo a vê-lo,

Você pensa que estou louca?

Toco as pernas com as duas mãos,

Pressiono os meus joelhos e torno a subir e descer,

Nada ajuda no que refere-se a você,

Da imagem em que te vejo,

Não sei quanto há de verdadeiro,

Lamentável,

Lamentável acreditar que ficaríamos juntos,

Você acreditar no amor,

Para quê?

E eu?

Levo uma torção no tornozelo,

Desconfio da confiança do que sinto,

Fragmentos são levados pelo vento,

São feito soldados vacilantes,

Que chegam nem param e se vão ao longe,

Eu aqui, perdida, esquecida,

Uma pergunta vadia paira como se carregada,

-Se você fosse me encontrar que dia seria?

Acreditaria se eu dissesse que tenho dia e hora agendados,

E ainda os segundos e neles os centésimos?

Seria inútil dizer que o espero...

Sento no chão quente,

Recolho as pernas até o peito,

Penso em você,

Não sei se pensar tanto tem algum jeito.

O Horizonte

 

Lá está o horizonte,

Aqui estamos eu e você,

Me viro pego suas mãos abertas sobre as minhas,

Aperto-as suavemente,

O que desejo é senti-las,

Olho em seus olhos e não vejo outra coisa,

Parece engraçado como o amor parece desfocar,

Neste instante,

O sol se baixa e a lua levanta,

Tudo isso ocorrem e outras coisas,

Mas, confesso não ver mais nada,

Tudo perdeu a importância assim que o olho,

Meus lábios se movem,

Abaixo a cabeça e beijo suas mãos,

Fecho-as entre as minhas,

Desejo ser sua com intensa paixão,

Desacompanhada, no entanto de promessas,

- Dizem que os céus sussurram,

Você consegue ouvi-lo?

Me vejo dizer com o peito arfante,

-Ainda hoje, os sonhos parecem perto,

Ainda agora, me vejo por completa e você?

Subo sobre uma pedra,

Resvalo um pouco me vejo em seus braços,

Segura em contato ao seu corpo,

Nunca antes me vi querer outro,

Não dessa forma ardente e quente,

Me vejo soltar um suspiro de felicidade,

Confesso para mim mesma que não desejava cair,

Mas o desajeito pertence a mim mesmo,

Parece pertencer,

Mas tudo deixa de parecer assim que o olho,

Agora posso alcança-lo,

Me vejo procurar seus lábios,

Me recosto em seu peito,

Passo o nariz sobre seu queixo e boca,

Chego a sua respiração e a absorvo,

Não fecho meus olhos antes de chegar perto,

À contemplá-lo,

É como se eu mergulhasse para dentro dele,

Então, mergulho com lábios ávidos,

Busco os seus e os mantenho entre os meus fechados,

Presos e contidos,

O vejo mexer-se pelo contato,

Porém, não mudo,

Me mantenho e o puxo para perto,

Dia após dia e noite após noite,

Sinto que quero isso,

Tê-lo comigo!

Quero e muito.

É como se eu ouvisse cada palavra que o olhar fala,

Fecho meus olhos sinto que não é hora de falar,

Sinto a respiração dele quente e sôfrega,

Respiramos o mesmo ar,

Encostados, grudados um ao outro,

Subo as mãos de suas costas para os ombros,

Desço e subo por diversas vezes,

Procuro sua caminha quero tirá-la,

Não sei se estamos no lugar certo mas não me importo,

Minha consciência estremece ao contato,

Ele está quente por entre os meus braços,

-Eu te amo,

Me vejo falar feito uma súplica.

-Me beije agora, preciso de você comigo,

Ouço sua resposta quase choro,

Me entrego como jamais faria,

Conheço um sonho que jamais teria...

Mais um horizonte se foi,

Lá longe eu via um sonho que não consegui,

Se foi o sonho,

Tenho algo mais importante agora.

Eu te amo, Cara!

 

As palavras “Eu te Amo, cara!”

Nunca tiveram tanto sentido,

Olhei-o, vi-o, chamei-o,

Não diria que ainda teriam,

Porém, no instante do beijo,

Não pude negar que meus lábios tremeram,

Instantes de vacilo,

E o eu te amo veio,

Ainda não entendo bem os motivos,

Estava frágil num momento inoportuno,

Só pode ser isso,

Não há outro motivo,

Apaixonar-me?

Amá-lo?

Bem, não entendo muito disso,

Desacompanhada de qualquer raciocínio,

Eu disse: Eu te amo,

Ele “e...”

Eu encerrei: “pronto!”,

Não há demasias ao amor,

E eu posso dizer que queria beijá-lo,

Desprovida de lógica...

Apegada ao sentimento,

Hoje penso, que não disse tanto.

Durante este tempo em que estamos separados,

Eu ainda preciso do seu beijo,

Quando estou contigo,

Bem, preciso mais e mais... você sabe,

Confesso meus erros,

Ignoro tudo que houve,

Confesso com poucos sussurros,

Embora sinceros,

Eu sou um errante confesso,

-“então agi errado quando disse eu te amo?”

Não sei bem porquê mas eu penso em nós,

Ainda hoje,

Os beijos não são os mesmos,

Penso nos seus como foram,

Como foi para você beijar outra boca...

Não penso tanto sobre isso e você sabe.

Um dia, as coisas se encaixam,

Você lembra quando eu te disse?

E eu também, bem, deve ser isso.

A morte de costumes antigos,

Beijos não vencem desejos e promessas,

Mas são o bastante para quebrar correntes,

-Eu te amei antes!”

Antes do beijo só isso,

Sobre você ter franzido o cenho,

Eu não entendi muito,

Você gostou de mim em fotos,

Penso que preferia uma imagem,

Não, meu bem, ninguém me falou sobre isso,

Que bom,

Espero que você esteja bem,

Sobre meus erros?

O que você quer saber?

Eles não te pertencem.

Fecho o noot,

Não falo mais,

Também não desligo,

Não consigo ter forças o bastante,

Penso que o que você ouviu a seguir,

Talvez, quem sabe,

Você não desejasse saber,

Mas, sabe? Nem eu, nem você...