sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Ele Pediu Sua Mão em Casamento, Antes

 


Diga-se de passagem

Que ele não fazia o tipo: perfeito cavalheiro,

Porém, como era um grande homem!

Sim, e muito belo.


O fato é que garotas más não temem,

Se apaixonam e isto bata!

Quando acrescento que ela o amava,

Considere que não era pouco...


Ela aproximou-se, antes do beijo

Ofereceu a mão em apreço,

Bonito cumprimento,

Ainda lhe veem as lágrimas sempre que lembra,


Ele buscou sua mão,

Beijou-a enternecido e roucamente,

O coração ficou irreparavelmente debilitado,

Apaixonou-se de longe a agora de perto,


Queria-o, de alguma forma queria-o e muito,

Não houveram tantos abraços,

Ou talvez sim,

Houve o suficiente,


Disso ninguém duvidaria,

Havia rumores de casamento e felicidade pena,

Haviam apostas de tudo dar certo,

E de fato, não tardou a se concretizar,


Sorrisos, beijos e promessas foi o bastante,

Uma bela festa e muitos convidados,

Os melhores votos e mais sinceros,

Já lhe contei tudo o que soube sobre o passado,


No presente, certa vez,

Acordo-me atemorizado,

Confiro na janela e ouço gritos e com os gritos,

Uma beça moça que se colocava a correr pela rua,


Atrás dela o seu belo moço,

Parecia arrependido do casamento,

Não haveria outro rumor na rua com certeza,

Eu não disse nada,


Demorei a abrir a janela,

Mas abri-a e me pus para fora,

O rapaz se distanciou e deixou-a a chorar pela rua,

Descabelada, despida, descalça e indefesa...


Sórdido fim a um amor tão perfeito,

Noto que ela escondia uma mão,

Talvez, onde um dia esteve a aliança,

Vi ao longe a aliança brilhar com ele – as duas,


Ela chorava e soluçava,

De repente, me olha com olhar assustado,

Então, simplesmente me conta sem que eu diga nada:

- moço, ele tocou minha mão,


Eu recusei a entrega-la,

Ele puxou-a de mim como se não me pertencesse,

Tinha na mão uma faca,

Me pedia pela aliança,


Eu não conseguia entrega-la,

Sei lá, não podia pensar,

Não conseguia entender, estava tremula,

Então ele segura-a,


Empurra a faca e a tira,

Assim, com um pequeno corte apenas,

Já nem está visível,

Mas, me coração parece sangrar,


Estou sofrendo,

Meu Deus – eu sofro!

Agora, sinto como se não pudesse vê-la,

Eu a tenho, não a tenho?


(Eu continuo a olhar embasbacado,

Como não falei antes,

Nem agora conseguia o fazer)

-A mão moço, eu tenho não tenho?

Você vê se minha mão está comigo?


-Sim, sim. Sua mão?

Sua mão lhe pertence!

Mão e aliança, eu acho,

Bem, bem, bem... (me calo!).


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