Será?

Cai a tardinha lá fora,

Há quem me dera levasse consigo

Este sentimento que fere a alma

Profundo e silencioso,

As horas passam devagar

Trazendo consigo lembranças

De tudo que um dia existiu,

Mas que vindo sem dizer nada,

Silencioso também partiu,

Ah este sentir se tivesse nome,

Talvez se chamasse você,

E ficasse mais fácil compreender,

Isto que sinto aflorar a pele,

Os minutos escorrem pelos dedos,

Sonhos quebrados jogados no chão,

Então penso e faço planos,

De tudo que restou: mera ilusão!

Será que ainda há algo em que acreditar?

Ainda resta uma dúvida em meu olhar,

Mas algo pequeno grita em mim:

Siga com fé, você vai conseguir!

Sonhos

A mesma lágrima
Que apagou o brilho do olhar,
Percorreu seu rosto
Até chegar a boca,

E apagar o gosto do beijo
Que ele dera, pouco antes de partir,
Não disse que a amava,
Também não precisava,

Sua necessidade de sentir-se amada,
A fez ver o que não existia,
Mas agora, cansada de sonhar sozinha,
Ela queria bem mais que companhia,

Queria alguém para olhar em seus olhos,
E enquanto acariciasse seu rosto,
Visse neles os sonhos,
Aqueles que foram silenciados,
Mesmo no abraço mais apertado.

E quem é que não quer
Alguém para dividir seus sonhos?
Aquele abraço que dura para sempre?
Aquele olhar que rompe sorrisos,

Aquele beijo suave que repousa na face,
Aquele colo que cura o choro...
Repousar suave, em braços fortes,
Que ganham seu amor ao tocar seu corpo.

Saudade

O relógio marcava dez horas

Enquanto a chuva caia lá fora,

Os olhos castanhos dela,

Procuravam o azul do seu olhar,

Lembrando daquele pequeno momento,

Em que ela jurava, para si mesma, não se apaixonar,

Mas cometera o erro de olhar em seus olhos,

E desejar provar sua boca,

Era fácil disfarçar o que sentia

Sempre que desviava o olhar,

Mas quando o fitava,

Sentia que ele podia ver sua alma,

Ela sabia que deveria parar,

Mas como resistir a saudade que sentia?

Em resposta, ela tentou rasurar algumas palavras,

Nunca sonhara que algum dia

Algo tão puro lhe tomasse a alma de tal forma,

Que a deixaria sem fala,

Seria possível apaixonar-se para sempre?

Sentir todos os dias sempre mais pela mesma pessoa?

- Ah, querida leitora,

...assim chegou aos ouvidos desta autora!

Seu Sorriso

Enquanto ela olhava ao redor, 

Uma brisa mexeu com seus cabelos,

Ela adorava ver o céu trocar de cor,

Sempre que o sol repousava no infinito,

Lírios brotavam no cair da noitinha,

E no céu a primeira estrela brilhava, 

Um instante e seus olhos se tocaram, 

Algo diferente pareceu se iniciar,

Ele tinha um olhar seguro,

Como se de alguma forma a chamasse,

E um sorriso que parecia prometer abrigo,

Sentiu um arrepio percorrer a pele,

Um sorriso iluminou seu rosto,

Ao perceber isto acontecer,

Sentiu em si uma faísca de esperança, 

E era tudo de que ela precisava,

Então deu um passo rumo ao inseguro,

Como se desejasse encontrar seu destino

Saudade

Eu estou deitada no sofá, 

Sozinha, com o telefone ao meu lado, 

Será que onde quer que ele esteja,

Ele ainda sinta meus beijos em seus lábios?

Fecho os meus olhos por um instante,

E é como se eu pudesse ouvir sua voz,

Então, olho o telefone mais uma vez,

Não há ligação, nenhuma mensagem,

Suspiro por um segundo,

E admito com um sorriso no olhar,

Apaixonei-me por ele desde o primeiro momento,

Mas ninguém sabe o que o futuro reserva,

Um sorriso se desenha em minha boca,

Deixo resplandecer a alma,

E quem há de controlar o coração 

Que a cada palpitar sente sua falta?

Alguns chamariam a isto: paixão,

Doce saudade, que chega e me abraça!

Seu Olhar

Quis o destino te por em meu caminho,

E quem é que há de contrária-lo?

Hoje faz um mês que nos conhecemos,

Mas tanto sabemos um do outro!

Gostaria de poder expressa-lo,

Mas palavras são inúteis para defini-lo,

Há, como queria falar dos seus lábios, 

Tão doces e ternos em cada palavra,

E quando se fecham nos meus com um beijo?

Por Deus, que esqueço do ar para respirar!

Então fecho os meus olhos,

Mas não há outro desejo,

Que seus braços fortes a me envolver,

Me sentir queimar no calor da sua pele,

Sentir cada parte minha estremecer, 

E só o que eu quero é te pertencer!

Queira Deus que a estrela que caiu do infinito,

Para brilhar no azul dos seus olhos meigos, 

Não procurem outros lábios senão os meus,

Pois é isto que sinto no fundo da alma,

Que cada palpitar do meu coração é seu,

E se estende no carinho que rasura estas linhas.

Promessas Caladas

O primeiro passo foi dado,

Agora não havia como recuar,

Um encontro foi marcado, 

E quem é que resistiria ao seu olhar? 

Caiu a noite, docemente, na cidade,

Marcando ele, suavemente, no horizonte, 

Me aproximei, talvez em dúvida, 

E vi a incerteza, em suas palavras, se esvair,

A cada frase que pronunciava,

Um sorriso meigo teimava em surgir,

Talvez promessas tenham sido feitas,

No silêncio que calou a garganta, 

Pois nos beijos que foram trocados, 

Houve muito mais do que foi falado.