Bem, não posso dizer outra coisa,
Procurei-o, e nisso quis seu respeito,
Aos justos os céus e a terra,
Mas, isso vai de encontro a algo,
O quis com todas as minhas forças,
Com a alma, a paixão e sentimentos,
Caí de joelhos – indefesa,
Doce coração pecador,
Apaixonou-se, melhor é estar sozinha,
Ter alguém, não sei, será que é bom?
Como foi sentir sua boca na minha?
Feito um sonho: o grande encontro,
Mas há sempre um outro abraço que sirva...
Não, este não foi meu caso,
Acordei na manhã seguinte me sentindo sozinha,
Havia um travesseiro ao meu lado,
E ninguém com quem dividir o que eu sentia,
Fingi um sentimento perfeito,
Acordei vazia, não havia nada,
Do amor não houve sobras ou restos,
Foi sob medida enquanto esteve comigo,
Depois, até mesmo as migalhas foram recolhidas,
Há beijos para não serem esquecidos
E neles palavras que ferem feito espadas,
Mas a língua do sábio entende de amor,
Nela há a cura...
Procurei em seus lábios,
Procurei em cada uma das suas carícias,
Me detive em seu abraço,
Busquei seu cheiro como nunca,
A mentira não persiste ao momento,
O engano que chega a alma não dura,
Não quando se tem a sua frente os olhos,
As atitudes e tudo o mais daquele que ama,
Mas a felicidade tem seu próprio caminho,
Ela parece uma dessas criaturas,
Aquelas que se acha por aí e faz fechar os olhos,
Qualquer coisa a ver com fantasia,
Com acreditar no que possa vir a esmo,
Triste fim que as vezes faz chorar,
Mas quem é que percorre atrás de objetivos?
É sobretudo pungente o amor que sentia,
Com certeza depois de tudo que foi vivido,
Não teria possibilidade de voltar sozinha,
A graça de amar como nunca
Ainda guardava um gosto suficiente e fraco,
Poderia resistir as outras ausências,
Afinal, amar por si só já é bonito,
A devassidão da solidão não tem valia,
Um resto de amor restou da noite de amor,
Um quê de sentimento ainda existia,
Ela agarrou-se a isso,
Mas passou a mão no cobertor e não havia nada,
Nem ao menos um pálido sol
Abrigava-se a janela para alegar
Que tivesse apagado algo,
O amanhecer estava pungente e doía
Se afeiçoava ao sol de inverno,
Tardio, sincero e frívolo ao que sentia,
O rosto com que tanto sonhou,
O beijo que alegava que conhecia,
Era arredio e embevecido,
Ela acreditava tê-lo visto em outro lugar...
Bem, a felicidade também faz enganar.