sábado, 30 de julho de 2022

Um Abraço

 


Que abraço – que um dia retornaria,

Algum dia,

Bem entendido,

Não encontrou quem buscava,


Saiu contando os passos,

Olhar adiante e sozinha,

No entanto,

Almas perdidas um dia se encontram,


Assim era com o tudo, também com o amor,

Resmungava algo baixo,

Guardou a jura de amor para si mesma,

Agora, já não tinha para quem falar,


Também dizem que amores não se repetem,

Então, quem sabe nunca a diria a ninguém,

Esse encontro marcou por alguns dias,

Com o tempo pareceu se apagar um pouco,


Mas, sem motivo algum retornou a memória,

E agora, se recusa a ir embora,

Não acreditou que o tivesse visto,

Andou por todas as ruas,


Não o procurou em parte alguma,

Mas as memórias voltaram sem motivo,

Quem, sabe da forma como vieram partiriam,

Deus queira: logo o seja esquecido,


Afinal de contas,

Amores vem e vão como chuva no inverno,

As vezes não servem nem para molhar a terra,

Apenas trazem o frio e mais nada,


O abraço que cercou por trás e por frente,

Não restou, não se faz mais presente,

Mas ainda podia sentir sua mão,

Era como se ainda fosse abraçada por ele,


Talvez não com a mesma paixão,

Mas, nem com tão pouca intensidade,

É tão perfeito que é difícil esquecer,

Mas tão distante que é impossível atingir,


Para onde escapar deste sentir?

Foge-se da lembrança como o faz com a presença?

Não o busca; já sabe que não estás...

Cai a alvorada, o orvalho, a chuva...


Ventos que sopram e vão para longe,

Todos parecem retornar, menos ele,

Aquele que um dia a abraçou não retorna,

Mesmo que a memória guie e sustente,


Mesmo que até o cheiro se faça presente,

Aquele que um dia a abraçou não volta,

Se terminasse de lembra-lo,

Será que facilitaria para senti-lo?


Talvez algum dia ainda poderia estar com ele,

Talvez num dia tão distante,

Neste abrigo fez seu refúgio,

Não faria deste abraço sua morte,


Não... não o buscaria,

Que tudo fique como está...

As horas passam sem saber porquê,

Também, assim a vida segue.


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