O inverno chegou,
Com ele a neve e gotas de chuva,
Depois disso, passou a primavera,
E foi como se tudo estivesse igual,
Em seguida veio o verão,
O calor, a praia, a grama, a areia...
Nem ela ou ele foram capazes de esquecer,
O outono que se passou,
Aquele que foi mantido em segredo,
Que ficou guardado na memória,
Da mesma maneira que no peito,
Ela só tinha um pensamento:
Será que depois de tudo ainda haveria novo encontro?
Ele ensaiava conhecer novo alguém,
Mas, sempre que procurava um novo beijo,
Sentia o rosto dela e era como se a visse,
Rever ela seria talvez o melhor que pudesse acontecer,
Ela evitava sair, procurou a reclusão,
Entre redes sociais e a televisão
Passava a maior parte do seu tempo,
Porém, no fundo queria ter outro pensamento,
Pensava em dividir isso com alguém,
Mas desistia antes mesmo de tocar no assunto,
Tentava rabiscar algumas linhas sobre isso,
Mas nenhuma palavra parecia se encaixar,
Ele a procurava, e a procurava por toda parte,
Ela não, não saber explicar o motivo,
Optou simplesmente por esquecer,
Buscou a distância o mais que pode,
Tudo que existiu foi perfeito, porém,
Houve um porém antes de chegar ao fim,
Ele já não era o sonhador de antes,
Confessava para si mesmo,
Que, quem sabe, nunca a fosse encontrar,
Se enganava entre tragos, risos e um cigarro,
Ela, levantava o vidro da janela do carro,
Dirigia com música alta e óculos escuros,
Não admitia estar fugindo,
Mas, não proporcionava ao destino,
Se posicionava para o futuro e partia,
Os planos antes cheios de orgulho,
Agora eram enquadrados a novo propósito,
As ideias de amar pareciam tempo perdido,
Sonhos de uma menina do passado,
Mas, sempre que o tempo corria,
Uma tristeza profunda a atingia,
As horas mais entediavam que corriam,
A solidão trazia vozes e lembranças,
Nas melhores posições ele parecia estar,
Conselhos de um coração sem perspectiva,
Pensava ela e se omitia,
Chegou a ele com um abraço,
Agora sentia-se de mãos vazias...
Ele avistava uma flor, chegava a tocá-la,
Não lembrava de gostar de flores,
Mas, agora pensava em querer agradar,
Pensamentos mudam e com ele suas razões,
Para ela parecia que tudo havia desaparecido,
O brilho no olhar, o roseado da face e seu sorriso,
Mas, seguia, percorria de cabeça erguida seu caminho,
Não desviou dele por um segundo sequer,
Talvez, algum dia fosse chamar isso de orgulho,
Por ora, vazio já estava perfeito,
O beijo que vinham ao pensamento dava prazer,
Lembrar já parecia quase melhor que viver,
A todas as juras faladas em voz baixa,
Respondiam-se: para sempre.
E agora, da mesma maneira de antes
Indagavam-se: para quê?
Faziam-se mil reclamações,
Procuravam explicações,
Por que seguiam este caminho de saudades?
Parou no sinal, a sua frente,
Ele a olhava, ela desviou o olhar,
Vê-lo já era o bastante?
Não teve tempo de se perguntar,
Ele veio e trancou o caminho,
Com um raspão a impediu de seguir,
-Depois de tudo que passou,
você pode ainda gostar de mim?
Ela não soube o que dizer depois daquilo,
Tentou abrir a porta mas estava travada,
Pareceu absurdo,
Bateu no vidro, sorriu sem dizer nada,
Mostrou a trava:
- Foi culpa minha.
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