Os amores nascem,
Não de um acidente,
De uma necessidade,
Um amor é um retorno,
Provêm de um ato seu,
Feito algo de merecimento,
Sim, ele não vêm do acaso.
Ele existe porque é preciso,
Mas não fica apenas por isso,
Esses que amam-se,
Terminam por se adorar,
A questão do amor se ocupa de liberdade,
As vezes, detesta ficar;
O bem-estar de quem se ama,
É preciso retirar de algo intenso e forte,
Que faça tudo valer a pena,
A discordância negada por palavras,
Mas que está presente na face,
Questões de estilo materiais,
Que fogem do fictício para a superfície,
Questão de cuidar como se fala,
Selecionar os pensamentos em que acredita,
Quase à dignidade de uma religião,
Um ato atento ao que sente a paixão,
No coração, tal como se forma,
Ele insiste mas não vive disso,
Um pouco de Deus,
Muito de si mesmo,
Os sentimentos e interesses se combinam,
Corações se alegram e se agregam,
O abraço do amor verdadeiro é rocha dura,
Creio que não aja força mais intensa,
Porém, nem sentimento pior que forçá-lo,
Abraço que é abraço vem de dentro,
Segundo a dinâmica que se estuda para ficar junto,
Esses aspectos são importantes para a manutenção,
E a constância da convivência dos anos,
Os amores desgovernados são opressores,
Corações assassinos não veem outros,
Faz do amor algo fugitivo,
Ele corre e se esconde,
E assim permanece até a morte.
Que ninguém o proteja!
Este que não sabe amar e permanece,
Se a ignorância o cega,
É apenas por não querer ver,
Quem procede com integridade fica seguro,
Este sente e é retribuído,
Mas o amor perverso este cairá,
Agir com falsidade não é bom,
Pois até no beijo injeta-se veneno,
As palavras que saem da boca mantém-se,
Resta a coragem de provar o gosto dos lábios que falam,
Não é a todos que é dada a opção do risco,
Nem são todos capazes de suportar,
Das palavras os atos,
Na boca o gosto – remédio sem antídoto,
Do risco ao consumado – nada pérfido!
O injusto é consumido pela ganância,
Sempre quer mais de tudo que prova,
Nisto não percebe a solidão que o aguarda,
Do repreender ao ato de bajular,
Sempre há uma cobrança...
Onde há submissão,
Há sempre um algo abaixo da missão...
Encosto a caneta no caderno,
A deixo em pé – recostada e desatenta-,
Confesso que penso no seu rosto,
Mordo o lábio como se sentisse neles mais que minha boca.