terça-feira, 13 de setembro de 2022

Também, Não Importa

Antônio Carlos, como todos os amores antigos,

Que já não importam tanto,

Saíram de cena a algum tempo,

E hoje é posto a julgamento,


Se haverá condena? Não tanto.

Ora, dizemos que foi bom o bastante,

Mas que não merece ser lembrado,

Ele passou daquela etapa de chamado pelo nome,


Apenas fala-se e pensa um pouco,

O que digo sobre ele,

Não pode de jeito algum ser imputado a outro,

A quantidade de saudade depende


De como as lágrimas correm pelo rosto,

E a forma como os lábios tremem,

Assim como o pássaro defende os céus

Da mesma forma que buscam o peixe na água,


Eu também o defendo,

As vezes, não o bastante nem tampouco...

Um choque de princípios efeito “cale a boca”

O relativo ressoa como a brisa sobre a água,


Não atrapalha nem ajuda o peixe que busca,

O vendaval se junta ao ar,

Nem aí as coisas se confundem,

O querer fala mais alto,


O cheiro invade as narinas e toma a boca,

O ato final está-se por pronto.

Resiste o absoluto.

Bem restou as chaves que escolhemos juntos,


A cor das persianas,

E algumas das poltronas...

No mais, tudo foi para fora,

De uma forma ou outra.


O coração sangra este conflito...

Eu apenas escondo os soluços,

É como se dissesse sofra mas em tom baixo,

O que é sofrimento hoje mais tarde é um beijo,


A salvação dos aflitos,

O sonho dos justos,

Não há o que censurar os que partem, foram-se.

Com certeza um coração partido se engana,


Enquanto dois não mentem,

O direito não está entre nós,

Como o colosso de Rodes,

Ele escolhe um ou outro...


Mas, há quem engane-se e este

Engana-se plenamente...

Um cego é tão culpado quanto o que foge,

Imputo, portanto, a saudade que fere,


A colisão da porta quando houve a saída,

Defino-a temerosa.

Qualquer que seja a tempestade prevista,

Aquele pássaro há de, antes,


Juntar o outro que debate-se...

Ali sobre estas águas calmas,

Sinto medo que afogue-se.

A irresponsabilidade me impede,


Fico onde estou e o deixo...

Da mesma forma que o outro fez,

Ajo do mesmo modo.

Os olhos de quem zomba do amor fere,


Zomba e nega obediência ao que sente,

Seu efeito devastador e apaixonante,

É tenazmente arrancado pelos pássaros do vale.

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