quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Para Recomeço de Assunto


Bem, para retornar ao caso,

É preciso dizer que falar sobre isso,

Ajuda a doer,

E não sei se produz outro efeito,


Mas acredito no que digo:

Talvez, ao final faça a diferença.

Se estou descrente?

Em quê, em nós ou no que houve?


Devemos desviar um pouco,

Veja a névoa como esta bela,

No entanto, é vaga e imprecisa,

Poderia se igualar a poeira,


Mas não, embora ofusca,

Da mesma forma,

Contudo é molhada e serena...

Sim, entendo bem o que pensa,


Porém, não quero que o diga,

Sinto sua voz tangível e palpável até mesmo,

Ambas, sobre a névoa e a poeira,

Ambas reais...


Nós, não, creio que nunca fomos,

Não o sinto comigo,

E da mesma forma não o quero.

Acredito que esta névoa torne palpável o que falo,


Veja os contornos que desenha na poeira,

Daqui onde estou quase adivinho...

Vincula-se a ambas da prática a lógica,

Não há nisso maravilha ou surpresa:


O óbvio!

Logo mais adiante,

Ali poderia estar nós dois...

Mas, nada justifica.


Por si só, em visão noturna,

Não passaria de um envelope vazio,

Cada passo até alcançar-nos,

Não há aqui um conteúdo fixo,


A forma do que estaria escrito,

Dependeria do conteúdo,

Você acha que vivemos o bastante?

Que a separação por si mesma se justifica?


Ora, falemos disso com consciência,

O eu te amo que me disseste no começo,

Não o faça de início ou final da palavra,

O sentimento levado em boa-fé,


O que teria de apresentar para ambos?

O meu espanto dependeria de cada palavra...

Sim, analiso de uma a uma,

Não o perdoaria agora mais que antes,


Nisso, em quê eu estaria errada?

Um choque de palavras juntas

Se nivelam a poeira sem névoa,

Não pode ser imputada ao passado,


O que vivemos já está definido.

O rio defende a água,

A brisa defende o ar,

A poeira para se juntar defende os dois juntos,


Você nos prefere em separados?

Sua palavra, neste instante se apresenta absoluta!

O que é dor pode mudar a postura,

Tudo depende de interpretar;


Em todo caso há de censurar as mágoas,

Um de nós dois se engana.

A névoa e a poeira nem sempre se encontram,

Há neste ato ao menos duas junções,


O indivisível, aonde fica?

No quesito fala você é salteador,

Imputemos, para tanto, somente sua dificuldade,

De ouvir, falar, se atentar,


Colisão de desígnios temerosa,

Há uma tempestade e se aproxima,

Há nela irresponsabilidade,

Tudo se mescla, eu me distraio.


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